Endométrio: o que é e qual sua importância para a fertilidade

A fertilidade feminina depende de uma série de fatores que atuam em conjunto para que a concepção ocorra de forma natural. Entre esses fatores, a saúde do endométrio é determinante — tanto para gestações espontâneas quanto para o sucesso de tratamentos de reprodução humana assistida. 

O endométrio é um tecido dinâmico e complexo, que passa por transformações ao longo de cada ciclo menstrual, preparando-se para o início de uma possível gravidez. A baixa receptividade endometrial é uma das causas de infertilidade e pode estar relacionada a diversas condições, como doenças estruturais ou deficiência hormonal.

A partir da leitura deste artigo, você vai compreender a importância do endométrio para a fertilidade feminina e conhecer as alterações que podem prejudicar suas funções. Leia com atenção!

O que é endométrio?

O endométrio é a parte interna do útero, é o tecido que reveste a cavidade uterina. Ele é composto por duas camadas: 

  • a camada basal, mais profunda e permanente;
  • a camada funcional, mais superficial e que descama durante a menstruação.

A parte funcional é composta por glândulas endometriais, estroma e vasos sanguíneos. Trata-se de um tecido altamente vascularizado, o que é necessário para que ele cumpra suas funções no organismo feminino. 

O endométrio é um tecido hormônio-dependente, ou seja, ele responde às variações cíclicas dos hormônios sexuais femininos, estrogênio e progesterona, para: promover o aumento da espessura e a receptividade endometrial; e, diante da queda dos níveis desses hormônios, desencadear a menstruação.

Durante o ciclo menstrual, o endométrio passa por importantes mudanças. Na fase folicular ou proliferativa, enquanto o corpo ainda está em processo pré-ovulatório, as células endometriais crescem sob a influência do estrogênio. Na fase secretora do ciclo, após a ovulação, a progesterona tem seus níveis aumentados e torna o endométrio mais receptivo para uma implantação embrionária.

Os níveis de progesterona aumentam no período pós-ovulatório porque o folículo ovariano que se rompeu para liberar um óvulo se transforma em uma estrutura endócrina, o corpo-lúteo, que tem a função de secretar esse hormônio.

Quando não ocorre implantação embrionária, o corpo-lúteo involui, os níveis de progesterona caem e o endométrio descama. O sangramento uterino desencadeado por esse processo, que conhecemos como menstruação, marca o início de um novo ciclo menstrual. Assim, o tecido endometrial é renovado a cada mês.

Qual é a importância do endométrio para a fertilidade feminina?

O endométrio tem função indispensável na fertilidade feminina — seja na reprodução natural, seja na reprodução assistida —, sendo responsável pelos seguintes processos: 

Implantação embrionária

Esse evento também é chamado de nidação ou fixação embrionária. Consiste no momento em que o embrião adere ao endométrio, marcando o início de uma gestação. Quando isso acontece, as células embrionárias começam a produzir gonadotrofina coriônica humana (hCG), conhecida como o hormônio da gravidez. Assim, com a realização de testes de urina ou sangue, é possível identificar a concentração do hCG e descobrir que a mulher está grávida.

A implantação embrionária ocorre entre 5 e 7 dias após a fertilização do óvulo, quando o embrião está em estágio de blastocisto. Para isso, o endométrio precisa estar em espessura adequada e receptivo ao embrião.

Embora pareça um processo simples e natural, várias condições podem acarretar falhas de nidação. Além das doenças que afetam o endométrio — que você conhecerá ainda neste post — a implantação pode ser prejudicada quando o embrião tem baixa qualidade, por exemplo, decorrente de aneuploidia (alteração cromossômica numérica).

Doenças endometriais e baixa qualidade embrionária são, ainda, possíveis causas de abortamento espontâneo precoce. 

Nutrição e proteção do embrião

Essas funções do endométrio também são essenciais para permitir que a gestação evolua. O tecido tem rica vascularização e, dessa forma, fornece nutrientes e oxigênio ao embrião durante as primeiras semanas, até que a placenta esteja completamente pronta para isso.

O endométrio, além de nutrir, protege o embrião contra infecções e outras agressões externas. Portanto, é um tecido fundamental para o início e a manutenção da gravidez.

Quais doenças podem afetar o endométrio?

Veja quais doenças podem afetar o endométrio e comprometer a fertilidade feminina: 

  • miomas — são tumores benignos que se originam na camada medial do útero (miométrio), mas podem se projetar para dentro ou para a parte externa. Os que crescem invadindo o endométrio são chamados de miomas submucosos, podem alterar a arquitetura endometrial e interferir na implantação ou no desenvolvimento da gravidez; 
  • pólipos endometriais — são crescimentos anormais no endométrio que podem causar sangramento uterino anormal e infertilidade. Assim como o mioma, o pólipo pode dificultar a implantação e aumentar o risco de aborto; 
  • endometrite — trata-se de uma inflamação crônica, decorrente de infecção, que mantém o endométrio com baixa receptividade ao embrião;
  • alterações hormonais — desequilíbrios nos níveis de estrogênio e progesterona podem levar à preparação endometrial inadequada, como ocorre nos casos de endométrio fino e insuficiência da fase lútea;
  • adenomiose — é uma condição inflamatória em que o tecido endometrial cresce na camada muscular do útero, podendo causar dor e sangramento intenso. Embora afete diretamente o miométrio, também há risco de alteração nas funções do endométrio. 

Importante esclarecer um ponto: você pode ter associado endométrio à endometriose, que é uma doença mais conhecida e uma causa de infertilidade feminina. De fato, há uma relação, mas o tecido endometrial não é diretamente afetado, o que ocorre é que fragmentos semelhantes a esse tecido crescem fora do útero, causando danos a outros órgãos e estruturas da região pélvica.

O que fazer se houver infertilidade por fator endometrial?

Se a infertilidade for causada por um fator endometrial, o tratamento visa corrigir a condição que está prejudicando o endométrio para restaurar sua função. Dependendo da causa identificada, isso pode incluir:

  • terapias medicamentosas (hormônios, antibióticos e anti-inflamatórios); 
  • cirurgia nos casos de doenças estruturais, como para remoção de miomas submucosos e pólipos endometriais.

Aliadas às terapias específicas para o tratamento das alterações endometriais, as técnicas de reprodução assistida, sobretudo a fertilização in vitro (FIV) podem aumentar as chances de gravidez. Nesses tratamentos, o endométrio é preparado com medicações hormonais para melhorar sua receptividade e favorecer a implantação do embrião.

Leia mais sobre as condições que afetam as chances de gravidez, com a leitura deste texto: infertilidade feminina!

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Congelamento de Óvulos

Opção para mulheres que não queiram engravidar agora e querem preservar sua fertilidade ou para mulheres que possuem alguma condição médica que possa afetar sua fertilidade futuramente.

Consulta com especialista

  •  Realização de diversos exames para avaliar a resposta que a mulher terá ao estímulo ovariano para a coleta dos óvulos.

Estimulação ovariana e indução da ovulação

  • É feita uma combinação de medicamentos hormonais que ajudam a estimular o crescimento dos folículos que contêm os óvulos nos ovários.

Punção folicular

  • Retirada do líquido contido nos folículos, no qual ficam os óvulos.
  • Feito com o auxílio de uma agulha e de forma indolor, pois a paciente é anestesiada;

Identificação e seleção dos óvulos

  • No laboratório de embriologia são identificados e selecionados os óvulos maduros e de qualidade para o congelamento.

Congelamento

  • Os óvulos selecionados são rapidamente congelados usando uma técnica chamada de vitrificação, que consiste em imersão em nitrogênio líquido em temperaturas extremamente baixas para preservá-los.

Armazenamento

  • São armazenados em um laboratório de Reprodução, geralmente por tempo indeterminado, até que a mulher esteja pronta para utilizá-los, podendo solicitar o descongelamento e utilizar os óvulos em ciclos de FIV, que é a etapa final do processo.
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Relação Sexual Programada (RSP)

Também conhecida como coito programado, ocorre de maneira natural e possui taxas de sucesso mais baixas.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.
  • O hCG provoca o rompimento dos folículos cerca de 36 horas após sua administração.

Tentativas de Gravidez:

  • Orientação ao casal sobre quais serão os dias mais férteis daquele ciclo – que são os dias que eles devem manter as relações sexuais.
  • O espermatozoide sobrevive cerca de 3 dias no sistema reprodutivo feminino e o óvulo cerca de 36h. Portanto, não é necessário estabelecer a hora exata para o coito e sim um período aproximado e muito assertivo.

Conclusão do RSP

  • O teste de gravidez pode ser feito, normalmente, após 14 dias para verificar o sucesso da técnica.

Chances de Sucesso

  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, muito similares às da inseminação artificial (IA).

Recomendação

  • Essa técnica é recomendada no máximo por três ciclos.
  • Após esse período, indicamos a FIV, pois outros fatores podem estar presentes, prejudicando a fertilidade e a FIV oferece mais recursos para superar esses problemas.
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Ovodoação – Recepção de Óvulos

Opção para mulheres inférteis, em virtude de baixa qualidade ou baixa reserva de óvulos.

Cadastro

  • Realização do cadastro da receptora no banco internacional de óvulos da Espanha e Argentina.

Scanner Facial

  • Após o cadastro é feita uma análise facial da receptora, onde são avaliados cerca de 12.000 pontos da face para identificar semelhanças com possíveis doadoras com características físicas e compatibilidade sanguínea da receptora.

Avaliação de Critérios

  • O banco de óvulos pode enviar à receptora informações sobre a doadora mais compatível segundo a análise detalhada, após isso, acontece a tomada da decisão para prosseguir com o tratamento proposto.
  • Antes da doação, a doadora é avaliada por uma equipe médica que verifica sua saúde geral, e diversos critérios.

Documentação

  • Após a seleção da doadora, a documentação é preparada para solicitar a vinda dos óvulos adquiridos do banco internacional para o laboratório.

Realização da fiv

  • A FIV é iniciada após a chegada dos óvulos. O processo de FIV envolve a fertilização dos óvulos com os espermatozoides em laboratório e a transferência do embrião resultante para o útero da receptora.
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Inseminação Artificial

Desenvolvida para aumentar as chances de gravidez em casos de infertilidade com alteração seminal leve, mulheres com idade até 35 anos e tubas uterinas saudáveis, casal homoafetivo feminino.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios, que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.

  • O óvulo sai do ovário e é capturado pelas tubas uterinas onde pode ser fecundado e posteriormente direcionado para o útero.

Coleta e capacitação seminal

  • O sêmen pode ser do parceiro ou de doador.
  • A coleta é feita no laboratório 02 horas antes da inseminação.

  • O sêmen deve ser analisado previamente e preparado a fim de ser depositado na cavidade uterina.

Inseminação

  • Utilizando um cateter, depositamos o sêmen preparado diretamente na cavidade uterina para facilitar o encontro do óvulo com o espermatozoide.
  • Procedimento é indolor e rápido, não havendo necessidade de repouso.

Conclusão da IA

  • O teste de gravidez é realizado 14 dias após a inseminação.
  • Caso o procedimento não seja bem-sucedido, é avaliado com o casal se é válido fazer uma nova tentativa ou se seguimos para a FIV.

Chances de Sucesso

  • O sucesso da IA depende de alguns fatores como a qualidade dos gametas.
  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, um valor inferior ao da FIV.
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Fertilização in vitro

Indicada para a maioria dos casos de infertilidade e apresenta as mais altas taxas de sucesso de gravidez.

Estimulação Ovariana e Indução da Ovulação

  • Preparação do corpo: Feita com medicamentos hormonais para estimular a ovulação e aumentar o crescimento de folículos.
  • Quando os folículos atingem o tamanho adequado, é administrado o hormônio hCG. Após 35 horas, é realizada a coleta dos óvulos.

Punção Ovariana

  • Retirada dos ovócitos do ovário por meio de uma agulha guiada por ultrassom.
  • O sêmen é coletado no mesmo dia e enviado para separar os melhores espermatozoides e aumentar as chances de fecundação.

Fecundação Dos Óvulos

  • Dentre os espermatozoides coletados é identificado o melhor e colocado dentro de cada óvulo.
  •  Os embriões formados a partir da fecundação do óvulo pelo espermatozoide são colocados em incubadoras para se desenvolverem. 

Cultivo Embrionário

  • Desenvolvimento do embrião: o embrião é mantido em um meio de cultivo durante um período de 5 dias, até que esteja em uma fase adequada para ser transferido ou congelado.

Transferência Embrionária

  • O embrião é colocado no útero para iniciar o processo de fixação, da mesma forma que acontece na gestação espontânea.
  • É nesse momento que pode haver uma maior ou menor possibilidade de gestação múltipla, podem ser transferidos até três embriões dependendo da idade da mulher.

Conclusão da FIV

  • Confirmação da gravidez: a gravidez é confirmada por meio de teste de sangue.
  • O exame é realizado em 10 dias após a transferência embrionária.
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