A endometriose é uma doença do sistema reprodutor feminino que consiste na presença de fragmentos do tecido endometrial fora da cavidade uterina, geralmente nos ovários, tubas uterinas e/ou peritônio (revestimento dos órgãos internos), embora possa se espalhar para outras regiões mais próximas ao aparelho reprodutor feminino.
Hoje, estima-se que cerca de 7 milhões de mulheres apenas no Brasil tenham a doença, principalmente pela dificuldade do diagnóstico e tratamento, o que a torna um problema de saúde pública.
Por ser hormônio-dependente, ela só afeta as mulheres em idade fértil. Portanto, antes da primeira menstruação a doença não se manifesta e depois da menopausa ela tende a regredir.
Embora a endometriose possa causar infertilidade, é possível utilizar técnicas de reprodução assistida para superar o problema. Dessa forma, a mulher pode engravidar mesmo tendo a doença, mas cada caso deve ser avaliado individualmente.
Em muitas condições, a mulher pode fazer a fertilização in vitro (FIV) mesmo sem tratar a doença. No entanto, dependendo dos sintomas, é fundamental a intervenção cirúrgica previamente.
Nesse texto, vamos falar sobre os tipos de endometriose, suas causas, como é feito o diagnóstico e quais podem ser os tratamentos, principalmente quando a mulher está buscando engravidar.
Existem algumas classificações para a endometriose. Hoje, a mais utilizada é a que se baseia em aspectos morfológicos macroscópicos da doença.
Segundo essa classificação, os tipos de endometriose são:
Muitas pacientes apresentam lesões superficiais e profundas simultaneamente.
A principal característica da peritoneal superficial são os focos superficiais de tecido endometrial no peritônio.
Na ovariana cística, há cistos associados a aderências com o peritônio.
Já a endometriose infiltrativa profunda é a forma mais grave. Nessa fase, há implantes multifocais de tecido endometrial com profundidade maior do que 5 mm.
Esse é o estágio em que a mulher apresenta mais sintomas:
A endometriose é uma doença estrogênio-dependente. Isso significa que é a ação do hormônio estrogênio que faz a doença se desenvolver, uma vez que ele atua no tecido endometrial, mesmo quando fora da cavidade uterina.
Dessa forma, a mulher só manifesta a doença durante sua vida fértil, que se inicia na primeira menstruação e finaliza na menopausa.
Antes desse período, não há a ação do hormônio, portanto a doença não se manifesta. Após a menopausa, essa ação é muito reduzida, tornando a doença sob controle ou até mesmo provocando sua remissão.
Não se sabe ao certo as causas da doença. A teoria mais aceita é a da menstruação retrógrada, quando parte do material endometrial que deveria ser eliminado na menstruação reflui pelas trompas e se aloja em outras partes do corpo, principalmente ovários, tubas uterinas e/ou peritônio.
Durante a menstruação, com a ação do estrogênio, esses fragmentos também passam pelo processo de espessamento e descamação, independentemente do local em que estejam, provocando um processo inflamatório na região.
A endometriose é uma doença difícil de ser diagnosticada. Os sintomas variam e são semelhantes com o de outras doenças. Em muitos casos, a mulher não apresenta sintomas.
A doença se manifesta de diferentes formas. Às vezes, demora anos para a mulher conseguir o diagnóstico, que é feito com base no exame físico, nos sintomas e em exames específicos, como a ultrassonografia e a ressonância magnética.
No entanto, se a intenção da mulher é engravidar e ela está com dificuldade, a FIV é a melhor opção.
É importante controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida, mas a doença não precisa ser curada para que a mulher possa engravidar.
Endometriose
A endometriose pode causar infertilidade principalmente pelas seguintes razões:
A indicação para a mulher que quer engravidar e tem endometriose é a FIV. Se houver sintomas, se a mulher tiver dor, é importante avaliar o grau da endometriose e fazer a cirurgia para tratar a doença com foco na qualidade de vida da paciente. Caso contrário, podemos fazer a FIV.
Depois da cirurgia, a mulher já pode tentar engravidar de forma natural ou seguir para a FIV. Se ela optar por tentar a gravidez de forma natural, o período ideal para observar a ocorrência de gravidez são 6 meses (mulheres de até 35 anos).
Se ela não conseguir a gravidez, a FIV pode ser indicada. Se a mulher tiver mais que 35 anos, esse período é reduzido para de 3 a 4 meses.
A cirurgia é indicada quando a mulher tem dor e piora da qualidade de vida ou na presença de endometriomas muito extensos que podem dificultar a coleta de óvulos.
É importante destacar que o melhor tratamento para a endometriose é a própria gravidez, quando há o bloqueio menstrual e a remissão dos focos de endometriose na maioria dos casos.
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