Quando um casal está com dificuldades de engravidar, é importante procurar auxílio médico. Hoje, existem muitos recursos para superar os problemas de fertilidade e conquistar o sonho da gravidez.
A relação sexual programada (RSP), também conhecida como coito programado, é um desses recursos. Trata-se de uma técnica de reprodução assistida de baixa complexidade com indicações específicas. Nenhum dos procedimentos é feito em laboratório. Tudo ocorre de maneira natural e as taxas de sucesso, justamente por isso, são as mais baixas.
Consiste, basicamente, na estimulação ovariana e indução da ovulação com medicamentos hormonais para que o casal saiba qual o momento mais fértil para manter relações sexuais e atingir a gravidez.
Por ser uma técnica simples, as indicações são restritas. Para avaliar se a RSP pode ser indicada para determinado caso, é necessário investigar as causas da infertilidade.
Caso em duas ou três tentativas de RSP o casal não consiga engravidar, a fertilização in vitro (FIV) está indicada, pois oferece taxas mais altas de sucesso.
Neste texto, vamos explicar como é feita a investigação da infertilidade do casal, quais são as indicações da técnica, como é feita e as taxas de sucesso.
Quando a mulher é jovem (idade inferior a 37 anos) e os exames de investigação clínica, como espermograma, ultrassonografias, histerossalpingografia, reserva ovariana, dosagens hormonais, ressonância magnética, não evidenciam alterações responsáveis pela infertilidade, a RSP pode ser considerada, inicialmente.
É importante destacar que, para a realização da técnica, os parâmetros seminais, a reserva ovariana e todo o sistema reprodutor feminino devem estar adequados, sem nenhum tipo de alteração. Caso contrário, a técnica mais indicada é a FIV.
Outra condição que inviabiliza a indicação da técnica é a idade da mulher. Se ela tiver mais de 37 anos, também é indicada a FIV, pois a qualidade dos óvulos reduz significativamente e compromete os resultados de sucesso da técnica.
Dessa forma, as principais indicações são:
Em qualquer caso, as condições do sistema reprodutor da mulher devem ser adequadas, pois existem diversos fatores que interferem nas chances de gravidez.
A RSP é feita em três etapas: estimulação ovariana, indução da ovulação e tentativas de gravidez.
A RSP é especialmente efetiva para mulheres que têm distúrbios ovulatórios, inclusive anovulação, que é a ausência de ovulação, pois o objetivo da estimulação ovariana, primeira etapa da RSP, é aumentar a produção de folículos e, assim, de óvulos.
Os folículos são estruturas que se desenvolvem dentro dos ovários e contêm os óvulos (cada folículo contém um único óvulo). A intensidade da estimulação ovariana feita na RSP é menor que a intensidade da realizada na FIV, pois os objetivos são distintos.
Em um ciclo natural, a mulher produz apenas 1 folículo (1 óvulo), às vezes nenhum, que pode ser fecundado pelo espermatozoide nas tubas uterinas. Com a estimulação ovariana, a mulher produz de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual, o que aumenta as chances de fecundação.
A estimulação ovariana é feita com medicamentos hormonais, orais ou injetáveis que estimulam os ovários a produzirem um número maior de folículos. Esse crescimento é monitorado por ultrassonografias.
Assim que a ultrassonografia identifica folículos com cerca de 18 mm de diâmetro, tamanho adequado para seu rompimento, é feita a indução da ovulação.
No ciclo menstrual natural, a ovulação é o rompimento do folículo dominante e liberação do óvulo, que começa seu percurso até o útero através da tuba uterina, onde pode ser fecundado.
Em reprodução assistida, a ovulação é o rompimento de todos os folículos maduros. No caso da RSP, de 1 a 3.
Para que isso ocorra (liberação de todos os óvulos), administramos outro tipo de hormônio à paciente, conhecido como hCG (hormônio gonadotrofina coriônica humana), também essencial para a fertilidade feminina. O hCG provoca o rompimento dos folículos cerca de 36 horas após sua administração.
Como sabemos que o hCG provoca o rompimento dos folículos cerca de 36 horas após sua administração, é possível programar as relações sexuais para este momento considerado mais fértil, daí o nome da técnica: relação sexual programada.
Esse período pode ser programado de acordo com as preferências do casal e o horário é flexível, porque o espermatozoide passa, em média, três dias vivo dentro do sistema reprodutor feminino.
O teste de gravidez pode ser feito, normalmente, após 14 dias para verificar o sucesso da técnica.
Essa técnica é recomendada no máximo por três ciclos. Após esse período, indicamos a FIV, pois outros fatores podem estar presentes, prejudicando a fertilidade e a FIV oferece mais recursos para superar esses problemas.
As chances de sucesso da RSP são muito similares às da inseminação artificial (IA), que ficam em torno de 18% a 20% cada tentativa, pois o processo é parecido, embora a IA possa ser indicada para mais casos de infertilidade do que a RSP.
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