O útero é um órgão fundamental para algumas funções do corpo feminino. Determinadas doenças e distúrbios podem afetá-lo e dificultar a concepção. Dessa forma, é um órgão que merece cuidados especiais e deve ser examinado quando há algum problema de fertilidade.
As técnicas de reprodução assistida, em especial a fertilização in vitro (FIV), podem ser uma opção para as mulheres que querem engravidar e não conseguem em decorrência da presença de miomas.
O útero faz parte do sistema reprodutor feminino e é formado por três camadas: endométrio (camada que reveste internamente o útero), miométrio (camada intermediária) e perimétrio (camada mais externa do útero).
O perimétrio é a camada mais externa do útero e é constituído por tecido conjuntivo. O miométrio é a camada intermediária, formada por musculatura lisa. Já o endométrio é a camada interna, que reveste toda a cavidade uterina e é constituído por tecido epitelial altamente vascularizado. É no endométrio que o embrião recém-formado se fixa para iniciar a gravidez.
Os miomas são tumores benignos estrogênio-dependentes que se formam na camada muscular do útero, o miométrio. Eles se desenvolvem ou involuem de acordo com o nível de estrogênio no corpo da mulher. Todo o tratamento é baseado nessa característica da doença. Também há evidências de que eles sejam sensíveis à ação da progesterona. Também há evidências de que eles sejam sensíveis à ação da progesterona.
Por serem tumores, muitas pessoas relacionam os miomas ao câncer, mas esse curso da doença não tem evidências científicas comprovadas.
Os miomas têm alta prevalência entre mulheres em idade reprodutiva, mas os sintomas surgem de acordo com a localização e tamanho dos miomas. Existem outros fatores de risco que aumentam a chance de desenvolvimento da doença: mulheres negras e obesas.
Neste texto, vamos apresentar as causas dos miomas, os sintomas mais comuns, os exames solicitados, como é feito o diagnóstico, os tratamentos e qual sua relação com a infertilidade e a reprodução assistida.
Causas e classificação dos miomas uterinos
As causas dos miomas estão relacionadas a fatores genéticos e hormonais. Os fatores genéticos englobam, principalmente, anomalias cromossômicas. Os fatores hormonais se referem à ação dos estrogênios e da progesterona no desenvolvimento dos tumores, que são hormônio-dependentes.
Os miomas são classificados de acordo com sua localização no útero:
- Intramurais (mais comuns): localizam-se no miométrio, camada interna do útero, entre o endométrio e o perimétrio;
- Subserosos: afetam a camada externa do útero e podem se desenvolver para fora, pressionando outros órgãos da região pélvica;
- Submucosos (menos comuns): formam-se próximo ao endométrio e abaúlam a cavidade uterina.
Sintomas
A doença geralmente é assintomática, mas existem alguns sintomas que podem se manifestar, dependendo do tamanho e da localização dos tumores:
- Intensificação e irregularidades do fluxo menstrual;
- Dores na região pélvica e cólicas intensas;
- Aumento do volume abdominal;
- Dispareunia (dor durante a relação sexual);
- Infertilidade.
Caso os tumores pressionem órgãos próximos devido ao seu crescimento e localização, como a bexiga, outros sintomas podem surgir. Por isso, a realização de exames e a análise clínica detalhada são fundamentais para a indicação do melhor tratamento.
Exames e diagnóstico
É comum que a mulher descubra a presença de miomas durante exames de rotina. Quando isso acontece, são solicitados exames complementares para verificar a extensão e as características da doença.
Para diagnosticar os miomas, podem ser solicitados os seguintes exames:
- Ultrassonografia pélvica;
- Ressonância magnética de pelve;
- Histeroscopia.
O exame de toque vaginal pode evidenciar a presença de tumores com maiores dimensões ou pela percepção da paciente de aumento de volume abdominal.
Tratamento
O tratamento dos miomas está relacionado aos seus sintomas. Caso a paciente seja assintomática, não é necessário tratamento, embora seja importante fazer o acompanhamento do desenvolvimento da doença com consultas médicas periódicas.
No entanto, há casos em que a paciente manifesta sintomas que reduzem sua qualidade de vida e dificultam a gravidez, uma vez que a doença pode causar deformidades na cavidade uterina e prejudicar a implantação do embrião recém-formado no endométrio para dar início à gravidez ou o desenvolvimento da gestação.
Nesses casos, o tratamento pode ser cirúrgico. O tratamento cirúrgico depende da extensão da doença e dos objetivos da paciente. Cada caso deve ser analisado individualmente. Quando a paciente ainda deseja ter filhos e é possível retirar apenas os tumores que estejam causando a infertilidade, o procedimento cirúrgico é feito com técnicas minimamente invasivas, como a vídeo-histeroscopia cirúrgica, videolaparoscopia cirúrgica e embolização de miomas.
Se não houver a intenção de engravidar e a doença estiver provocando sintomas refratários ao tratamento clínico, pode ser indicada a histerectomia, com retirada total ou parcial do útero. Atualmente, este tratamento mais radical é pouco frequente, pois as técnicas minimamente invasivas apresentam excelentes resultados.
Miomas, infertilidade e reprodução assistida
Os miomas podem causar infertilidade. Caso a mulher esteja com dificuldade para engravidar, mas a doença não estiver acometendo a cavidade uterina, indicamos a FIV como solução para a gravidez.
Caso haja tumores na cavidade uterina, os miomas devem ser tratados antes da realização da FIV. O casal pode tentar engravidar naturalmente após a retirada dos miomas. Caso não haja sucesso, a gravidez pode ser obtida por meio da FIV.
As técnicas de reprodução assistida aumentam significativamente as chances de gestação, porque realizam todo o processo de fecundação e desenvolvimento embrionário em laboratório. Esse controle proporciona muitas vantagens e excelentes taxas de sucesso de gravidez.