A fecundação ocorre no momento de encontro entre o gameta feminino (óvulo) e o masculino (espermatozoide). Por isso, a ausência de um deles impossibilita a gravidez. A dificuldade em engravidar é um sinal de alerta para os casais procurarem assistência médica.
Entre os fatores masculinos, a azoospermia é uma das mais conhecidas. A sua principal característica é a ausência de espermatozoides no sêmen, causando a infertilidade.
No sistema reprodutor masculino, os espermatozoides são produzidos nos testículos e amadurecidos nos epidídimos. Quando algum estímulo sexual acontece, eles seguem pelos ductos deferentes até a uretra, quando alcançam o meio externo.
Durante o caminho, o sêmen (ou líquido seminal) se forma a partir dos espermatozoides e dos líquidos provenientes da próstata e das vesículas seminais.
No entanto, esse ciclo pode apresentar falhas devido a uma obstrução no caminho ou na produção dos espermatozoides, originando a azoospermia.
Continue a leitura para saber mais sobre essa condição e os seus impactos sobre a fertilidade do homem. Confira!
A azoospermia
A azoospermia é uma condição caracterizada pela ausência de espermatozoides no líquido seminal ejaculado. Ele é provocado por doenças e outras condições, como varicocele, infecções e vasectomia. As suas causas dependem do tipo de azoospermia, que é classificada em: obstrutiva e não obstrutiva.
Azoospermia obstrutiva
A azoospermia obstrutiva é definida por uma obstrução que impede a ejaculação dos espermatozoides. Porém, a produção dos gametas continua normal. Essa obstrução pode ocorrer nos epidídimos, nos ductos deferentes ou devido à ejaculação retrógrada.
Infecções nos epidídimos podem formar cicatrizes e fechar a passagem dos espermatozoides. Um exemplo de obstrução dos ductos deferentes é a vasectomia, método contraceptivo definitivo em que uma ligadura é feita no local para interromper a circulação dos gametas masculinos.
A ejaculação retrógrada é um distúrbio no qual a ejaculação do homem é direcionada para a bexiga e não para a uretra.
Azoospermia não obstrutiva
A azoospermia não obstrutiva é um caso mais grave da doença, pois o homem não produz espermatozoides. Entre as principais causas estão as alterações hormonais.
O FSH (hormônio folículo-estimulante) é responsável pela espermatogênese — processo de produção dos espermatozoides — e o LH (hormônio luteinizante) estimula a produção de testosterona, principal hormônio masculino. A queda de testosterona causa problemas de ereção, azoospermia, entre outros.
Os procedimentos de radioterapia e quimioterapia também podem afetar a fertilidade do homem. Elas eliminam as células cancerígenas, porém afetam a produção de espermatozoides. Por isso, antes de iniciar o tratamento, é indicado que o paciente congele os seus gametas. Esse processo é conhecido como preservação oncológica da fertilidade. Além disso, alterações genéticas, como anomalias cromossômicas, também podem causar azoospermia.
Sintomas
Muitos homens descobrem a azoospermia por causa da dificuldade em engravidar. Isso acontece porque, na maior parte dos casos, ela é assintomática. A infertilidade deve ser investigada quando o casal não engravida espontaneamente após 12 meses de tentativas sem o uso de métodos contraceptivos.
Quando a obstrução é causada por infecções, traumas ou tumores, os sintomas relacionados a essas condições aparecem. A varicocele, por exemplo, apresenta como principais sintomas: dor testicular e aumento do volume e da dilatação das veias e dos testículos.
Diagnóstico
A análise seminal é fundamental para diagnosticar a azoospermia. Também conhecido como espermograma, ele é usado para avaliar a qualidade do sêmen e dos espermatozoides. Entre os parâmetros utilizados estão o número, a motilidade, a morfologia e a vitalidade dos espermatozoides, entre outros. A condição é confirmada se for detectada a ausência de espermatozoides na amostra coletada.
Para detectar obstruções, a ultrassonografia pode ser solicitada para o diagnóstico da varicocele e de tumores nos testículos.
Existe tratamento para a azoospermia?
A azoospermia não é uma doença e sim uma complicação de uma doença. Por isso, o tratamento é baseado na causa etiológica. No caso da vasectomia, o homem pode revertê-la.
O objetivo do tratamento para a azoospermia é reverter a infertilidade masculina. No caso de obstruções, se a reversão não for possível cirurgicamente, o casal pode optar por uma técnica de reprodução assistida.
Relação entre a azoospermia e a reprodução assistida
A técnica de reprodução assistida indicada para a infertilidade masculina causada por azoospermia é a FIV (fertilização in vitro) por ICSI. Ela possibilita que a fecundação seja realizada fora do corpo da mulher. O espermatozoide é inserido diretamente no óvulo, aumentando as chances de sucesso de uma gravidez.
Os espermatozoides podem ser coletados diretamente dos epidídimos (utilizando os procedimentos PESA e MESA), caso a azoospermia seja obstrutiva, ou dos testículos (por meio da TESE e da Micro-TESE), quando não é obstrutiva.
Se não for possível fazer a coleta de espermatozoides, o casal tem a opção de escolher um doador em um banco de sêmen. A doação é anônima e não pode ter valor comercial, de acordo com as regras do Conselho Federal de Medicina (CFM).
A azoospermia é definida como a ausência de espermatozoides no sêmen ejaculado. Ela é uma das principais causas da infertilidade masculina, sendo uma consequência da vasectomia, de infecções ou de alterações genéticas. Quando não é possível revertê-la, a FIV por ICSI é a alternativa mais indicada para os casais que desejam ter filhos.
Para saber mais sobre essa condição e os seus impactos na fertilidade masculina, acesse o nosso material sobre a azoospermia!