A infertilidade é uma doença do sistema reprodutor definida pelo insucesso de conseguir uma gravidez após 12 meses de tentativas regulares sem a utilização de métodos contraceptivos.
Se a mulher tiver mais de 35 anos, esse tempo é reduzido para 6 meses. Dessa forma, um casal pode procurar auxílio de um médico especialista depois desse período.
Em um ano, há uma chance cumulativa de cerca de 80% de um casal engravidar, caso não haja nenhum problema de fertilidade.
No entanto, essa porcentagem varia, principalmente, de acordo com a idade da mulher. Conforme a mulher envelhece, os óvulos também envelhecem e sua qualidade diminui, tornando-se mais difícil a concepção.
Cerca de 15% dos casais são inférteis, mas, com o tratamento e o acompanhamento certos, muitos deles conseguem ter filhos.
Nesse texto, vamos abordar a infertilidade conjugal, os fatores que podem levar à infertilidade, como é feito o diagnóstico, os possíveis tratamentos e algumas dicas de fertilidade.
Infertilidade conjugal
Por muito tempo acreditou-se que a mulher era a única responsável pela infertilidade do casal.
Com o passar do tempo, ficou evidente que o homem também pode ser infértil. Hoje, pesquisas mostram que a infertilidade conjugal é causada até mais por fatores masculinos do que femininos:
- Fatores femininos: 30%;
- Fatores masculinos: 40%;
- Fatores masculinos e femininos: 10%;
- Infertilidade sem causa aparente: 20%.
Existem muitas condições que podem levar à infertilidade. A investigação tem de ser detalhada para que se chegue a um diagnóstico preciso e seja proposto o tratamento mais adequado. No entanto, a medicina também tem seus limites. Portanto, às vezes não é possível determinar as causas da infertilidade (infertilidade sem causa aparente – ISCA), mas ainda assim o problema pode ser superado.
Fatores que podem levar à infertilidade
Os fatores tanto femininos como masculinos que podem levar à infertilidade são, principalmente:
- A idade, que é mais determinante para a mulher do que para o homem, embora hoje se saiba que o homem também perde potencial reprodutivo com o passar do tempo;
- Doenças, como endometriose e trombofilia na mulher e varicocele no homem;
- Vasectomia;
- Laqueadura tubária;
- Hábitos de vida que afetem a saúde reprodutiva.
Todos esses fatores podem afetar a concepção e a gravidez como um todo, que é um processo longo e complexo.
O casal só deixa de ser considerado infértil quando uma gestação é levada a termo. Caso a gravidez seja interrompida por alguma razão, como no caso de abortos de repetição, o casal continua sendo considerado infértil.
Outro ponto importante é que, mesmo já tendo um filho, um casal pode enfrentar dificuldades para ter um segundo filho.
Depois de 12 meses de tentativas, também pode ser feito o diagnóstico de infertilidade. Quando o casal ainda não tem filhos e está com dificuldade para engravidar, a infertilidade é chamada primária.
Quando o casal já tem um filho e não consegue o segundo, a infertilidade é denominada secundária.
Como é feito o diagnóstico
Tanto o homem como a mulher são investigados. No caso dos homens, a maioria dos problemas de infertilidade é identificada com apenas um exame: o espermograma.
Nesse exame, é possível verificar as características do sêmen e dos espermatozoides, como a azoospermia, quando o homem não tem gametas no sêmen.
Entretanto, em alguns casos, além do espermograma, outros exames complementares, como o processamento seminal e o teste de fragmentação do DNA espermático, também auxiliam na avaliação das chances de sucesso dos possíveis tratamentos.
No caso das mulheres, existe uma série de exames que podem auxiliar na investigação da infertilidade, como o ultrassom transvaginal, a histerossalpingografia e os exames de sangue para medir as dosagens hormonais, pois muitos hormônios agem no corpo da mulher durante o período menstrual e o desenvolvimento da gestação. Alguns deles são o hormônio folículo-estimulante (FSH), o luteinizante (LH), a progesterona, o estrogênio (designação genérica dos hormônios relacionados com a ovulação e desenvolvimento das características femininas) e o antimülleriano, importante marcador da reserva ovariana.
Quanto mais completa for a avaliação, menores as chances de diagnóstico de ISCA e mais conhecimento teremos para definir o que está afetando a fertilidade. Em alguns casos, ambos são inférteis.
Tratamentos
O tratamento é proposto de acordo com os resultados da investigação da infertilidade. Se houver a presença de alguma doença, como a endometriose com redução de qualidade de vida (quando a mulher tem dor, por exemplo), ela pode ser tratada e o casal tentar novamente a gravidez.
Também é possível tratar a doença e já seguir para o tratamento de baixa ou alta complexidade. A escolha varia de caso a caso, pois depende dos desejos do casal, que participa de todo o processo.
As chances de gravidez são geralmente maiores com técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV), a inseminação artificial ou intrauterina (IA ou IIU) e a relação sexual programada (RSP), que têm apoio de outras técnicas fundamentais, como a doação de gametas, a criopreservação (congelamento de gametas e embriões), a pesquisa genética de embriões, entre outras.
Dicas de fertilidade
Algumas atitudes podem ajudar a melhorar a fertilidade de homens e mulheres:
- Manter uma alimentação saudável e o peso controlado. Consumir alimentos ricos em vitamina C, E e zinco, como limão, laranja, salmão, castanha-do-pará, grãos e evitar cafeína;
- Praticar atividade física;
- Usar ácido fólico por aproximadamente três meses antes de engravidar, pois essa substância previne malformações do sistema nervoso do futuro bebê;
- Não fumar e não consumir bebidas alcóolicas;
- Tomar pelo menos 2 litros de água por dia;
- Evitar o estresse. Hoje, sabe-se que ele afeta a saúde de forma geral.