Os testes de função espermática são complementares ao exame de espermograma, mas nem sempre precisam ser realizados. Esses exames são solicitados quando os parâmetros seminais estão dentro da normalidade, a mulher não tem fator de infertilidade e o casal não consegue engravidar. Isso pode indicar alguma alteração na composição do espermatozoide que prejudique sua interação com o sistema reprodutor feminino.
O espermograma avalia o sêmen e os espermatozoides. Os testes de função espermática avaliam como os espermatozoides reagem às barreiras impostas pelo corpo feminino em seu trajeto até o óvulo nas tubas uterinas. Se houver alguma anormalidade, o homem pode apresentar quadro de infertilidade.
Neste texto, vamos apresentar as indicações, quais são os testes de função espermática e o que avaliam.
Indicações
Os testes de função espermática têm uma indicação bastante específica e, apesar de não serem solicitados com tanta frequência, constituem mais um recurso para avaliar a infertilidade do homem e do casal.
As indicações são para:
- Casos de aborto de repetição;
- Casais com falhas de implantação;
- Homens que não apresentaram alterações no espermograma, mas ainda não tiveram êxito em engravidar sua parceira (caso ela também não tenha nenhum fator que possa sugerir infertilidade);
- Casais em investigação da infertilidade e que ainda não tenham diagnóstico estabelecido;
- Homens que queiram fazer uma avaliação detalhada e preventiva da fertilidade.
Quais são os tipos de testes de função espermática
Existem cinco principais testes de função espermática, com destaque para o de fragmentação do DNA espermático, atualmente o mais realizado.
O teste é feito da mesma forma que o espermograma, em laboratório. O homem deve se manter em abstinência sexual por 2 a 5 dias e realizar a coleta do sêmen por masturbação seguindo as orientações do exame.
Os testes são:
- Fragmentação do DNA espermático;
- Leucócitos no sêmen;
- Espécies reativas de oxigênio;
- Anticorpos antiespermatozoides;
- Teste hiposmótico.
O teste de fragmentação do DNA espermático analisa se há danos no DNA dos espermatozoides e fragmentos desse DNA no sêmen. Existe uma associação da fragmentação do DNA espermático com a infertilidade masculina. Esse é um parâmetro seminal que, se alterado, pode ser responsável por abortos de repetição.
Os leucócitos são células produzidas pelo sistema imunológico e que têm a função de combater organismos estranhos que entram no corpo. Se forem identificados em grande quantidade, podem indicar infecção e presença de radicais livres de oxigênio e anticorpos antiespermatozoides, o que pode prejudicar a fertilidade.
Os radicais livres são moléculas que tendem a se associar com outras moléculas. As espécies reativas de oxigênio são radicais livres que se ligam aos espermatozoides e prejudicam sua motilidade, podendo interferir na fertilidade.
Os anticorpos antiespermatozoides provocam o mesmo efeito que os radicais livres, prejudicando a motilidade dos gametas e podendo levar o homem a apresentar quadro de infertilidade.
O teste hiposmótico analisa a membrana plasmática do espermatozoide, que carrega proteínas necessárias à fecundação. Essas proteínas permitem a ligação do espermatozoide com o óvulo, dando início à fecundação. Alteração nessas proteínas pode diminuir a fertilidade masculina.
Esses testes auxiliam na avaliação da fertilidade masculina e de outras condições que podem causar esses distúrbios.