Produção independente: veja como ter filhos sem um companheiro

A reprodução assistida é muito associada a casais inférteis que desejam ter filhos. Porém, ela também beneficia casais homoafetivos e pessoas solteiras que desejam a produção independente.

Também conhecida como famílias monoparentais, a produção independente ainda desperta algumas dúvidas sobre como ela é realizada. Essa técnica possibilita que a mulher tenha a liberdade de escolher quando e como ela irá engravidar, sem a figura de um parceiro.

Todos os processos das técnicas de reprodução assistida e as normas éticas relacionadas a elas são definidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Na sua legislação, a produção independente é permitida desde 2017 (a atual resolução é a nº 2294/2021). Além disso, no caso da produção independente, ela pode ser realizada mesmo que a paciente não apresente problemas de infertilidade.

Neste artigo, vamos apresentar a possibilidade da produção independente. Em especial, mostraremos como a mulher pode ter filhos sem um companheiro.

O que é a gestação independente?

Devido ao avanço da reprodução assistida, a gestação independente possibilita que mulheres engravidem sem a necessidade de um parceiro do sexo masculino. Ela pode ser realizada com inseminação artificial (IA) ou com fertilização in vitro (FIV).

Para participar, a paciente deve ter, no máximo, 50 anos. Essa é a idade limite para as candidatas à gestação por técnicas de reprodução assistida definidas pelo CFM. Exceções podem ser permitidas dependendo de uma avaliação médica e do reconhecimento da paciente sobre os riscos.

Na produção independente, o material genético masculino é adquirido por doação de sêmen. Esse processo deve seguir algumas regras, como:

  • A doação não pode ter caráter comercial ou lucrativa;
  • A identidade do doador e da receptora não podem ser reveladas, exceto se de parentesco de até quarto grau;
  • O doador deve ter, no máximo, 45 anos.

De forma parecida, os homens também podem ter filhos sem uma companheira. A produção independente masculina pode ser realizada apenas na FIV por meio de 2 técnicas complementares: a doação de óvulos e a cessão temporária de útero. Porém, vamos abordar com detalhes sobre essa possibilidade em um outro artigo.

Como as mulheres podem ter filhos por meio da produção independente?

O primeiro passo a ser feito pela mulher que deseja ter filhos por produção independente é procurar uma clínica de reprodução assistida. Todo o processo é individualizado para atender as particularidades de cada caso. A clínica de reprodução assistida também auxilia a paciente a encontrar um doador.

Cada país define as suas regras para a doação de gametas. No Brasil, os homens devem ter entre 18 a 45 anos e precisam procurar um banco de sêmen. O candidato passa por vários exames para avaliar a sua fertilidade e diminuir o risco de transmissão de ISTs e doenças genéticas. Se aprovado, a doação é realizada e os espermatozoides são criopreservados.

O tratamento pode ser realizado por inseminação artificial ou pela FIV. A escolha da técnica é definida a partir de uma avaliação da fertilidade e de fatores como a idade da paciente e o bom funcionamento dos órgãos do seu sistema reprodutor. Entre elas, a FIV é a mais moderna e a que oferece a maior taxa de sucesso.

Na IA, os espermatozoides doados passam por um preparo seminal para que apenas os de maior motilidade participem do processo. Em seguida, eles são colocados na entrada da cavidade uterina da paciente para que a fecundação aconteça nas tubas uterinas, como na gestação natural. Ela é uma técnica de baixa complexidade, por isso, possui algumas restrições.

O passo a passo da FIV na produção independente

A FIV é uma técnica de reprodução assistida mais complexa, sendo indicada para a maioria dos casos de infertilidade conjugal, casais homoafetivos e pessoas que buscam a produção independente.

O processo se inicia com a estimulação ovariana da paciente. Durante essa fase, a mulher recebe medicamentos hormonais para estimular os folículos ovarianos e gerar um número maior de óvulos. Quando atingem o tamanho ideal, eles são coletados para serem utilizados na fecundação.

O encontro entre os óvulos da paciente com os espermatozoides doados acontece no laboratório por meio da técnica ICSI. Em seguida, os embriões formados ficam em observação por alguns dias. Os embriões podem ser transferidos no terceiro dia de desenvolvimento embrionário ou no estágio de blastocisto.

A decisão deve ser tomada com base em diversos fatores que indicam a qualidade do embrião. De acordo com a idade da paciente são definidos o número de embriões que serão transferidos, sendo:

  • até 2 embriões para mulheres com, no máximo, 37 anos e;
  • até 3 embriões para pacientes com mais de 37 anos.

Os embriões são inseridos na cavidade uterina para a implantação. Após 10 a 12 dias, a paciente pode fazer um exame para confirmar se o procedimento foi bem-sucedido ou não. Em caso de embriões viáveis excedentes, eles devem ser criopreservados para serem utilizados no futuro, caso a paciente queira engravidar novamente.

A produção independente é indicada para homens e mulheres que desejam ter filhos sem a presença de um(a) parceiro(a). Ela é possível graças à reprodução assistida, sendo regulamentada pelo CFM desde 2017. No caso das mulheres, é necessária uma doação de sêmen para realizá-la e o tratamento pode ser feito por inseminação artificial ou pela FIV.

Em alguns casos, a paciente não pode utilizar o seu próprio material genético para engravidar. Neste cenário, ela pode recorrer à ovodoação, outra técnica complementar da FIV. Clique aqui para saber mais sobre a doação de óvulos!

Facebook
Twitter
LinkedIn
O sonho de nossos pacientes também passa a ser nosso e, para torná-lo realidade, não medimos esforços.

Congelamento de Óvulos

Opção para mulheres que não queiram engravidar agora e querem preservar sua fertilidade ou para mulheres que possuem alguma condição médica que possa afetar sua fertilidade futuramente.

Consulta com especialista

  •  Realização de diversos exames para avaliar a resposta que a mulher terá ao estímulo ovariano para a coleta dos óvulos.

Estimulação ovariana e indução da ovulação

  • É feita uma combinação de medicamentos hormonais que ajudam a estimular o crescimento dos folículos que contêm os óvulos nos ovários.

Punção folicular

  • Retirada do líquido contido nos folículos, no qual ficam os óvulos.
  • Feito com o auxílio de uma agulha e de forma indolor, pois a paciente é anestesiada;

Identificação e seleção dos óvulos

  • No laboratório de embriologia são identificados e selecionados os óvulos maduros e de qualidade para o congelamento.

Congelamento

  • Os óvulos selecionados são rapidamente congelados usando uma técnica chamada de vitrificação, que consiste em imersão em nitrogênio líquido em temperaturas extremamente baixas para preservá-los.

Armazenamento

  • São armazenados em um laboratório de Reprodução, geralmente por tempo indeterminado, até que a mulher esteja pronta para utilizá-los, podendo solicitar o descongelamento e utilizar os óvulos em ciclos de FIV, que é a etapa final do processo.
Agendar Consulta

Relação Sexual Programada (RSP)

Também conhecida como coito programado, ocorre de maneira natural e possui taxas de sucesso mais baixas.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.
  • O hCG provoca o rompimento dos folículos cerca de 36 horas após sua administração.

Tentativas de Gravidez:

  • Orientação ao casal sobre quais serão os dias mais férteis daquele ciclo – que são os dias que eles devem manter as relações sexuais.
  • O espermatozoide sobrevive cerca de 3 dias no sistema reprodutivo feminino e o óvulo cerca de 36h. Portanto, não é necessário estabelecer a hora exata para o coito e sim um período aproximado e muito assertivo.

Conclusão do RSP

  • O teste de gravidez pode ser feito, normalmente, após 14 dias para verificar o sucesso da técnica.

Chances de Sucesso

  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, muito similares às da inseminação artificial (IA).

Recomendação

  • Essa técnica é recomendada no máximo por três ciclos.
  • Após esse período, indicamos a FIV, pois outros fatores podem estar presentes, prejudicando a fertilidade e a FIV oferece mais recursos para superar esses problemas.
Agendar Consulta

Ovodoação – Recepção de Óvulos

Opção para mulheres inférteis, em virtude de baixa qualidade ou baixa reserva de óvulos.

Cadastro

  • Realização do cadastro da receptora no banco internacional de óvulos da Espanha e Argentina.

Scanner Facial

  • Após o cadastro é feita uma análise facial da receptora, onde são avaliados cerca de 12.000 pontos da face para identificar semelhanças com possíveis doadoras com características físicas e compatibilidade sanguínea da receptora.

Avaliação de Critérios

  • O banco de óvulos pode enviar à receptora informações sobre a doadora mais compatível segundo a análise detalhada, após isso, acontece a tomada da decisão para prosseguir com o tratamento proposto.
  • Antes da doação, a doadora é avaliada por uma equipe médica que verifica sua saúde geral, e diversos critérios.

Documentação

  • Após a seleção da doadora, a documentação é preparada para solicitar a vinda dos óvulos adquiridos do banco internacional para o laboratório.

Realização da fiv

  • A FIV é iniciada após a chegada dos óvulos. O processo de FIV envolve a fertilização dos óvulos com os espermatozoides em laboratório e a transferência do embrião resultante para o útero da receptora.
Agendar Consulta

Inseminação Artificial

Desenvolvida para aumentar as chances de gravidez em casos de infertilidade com alteração seminal leve, mulheres com idade até 35 anos e tubas uterinas saudáveis, casal homoafetivo feminino.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios, que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.

  • O óvulo sai do ovário e é capturado pelas tubas uterinas onde pode ser fecundado e posteriormente direcionado para o útero.

Coleta e capacitação seminal

  • O sêmen pode ser do parceiro ou de doador.
  • A coleta é feita no laboratório 02 horas antes da inseminação.

  • O sêmen deve ser analisado previamente e preparado a fim de ser depositado na cavidade uterina.

Inseminação

  • Utilizando um cateter, depositamos o sêmen preparado diretamente na cavidade uterina para facilitar o encontro do óvulo com o espermatozoide.
  • Procedimento é indolor e rápido, não havendo necessidade de repouso.

Conclusão da IA

  • O teste de gravidez é realizado 14 dias após a inseminação.
  • Caso o procedimento não seja bem-sucedido, é avaliado com o casal se é válido fazer uma nova tentativa ou se seguimos para a FIV.

Chances de Sucesso

  • O sucesso da IA depende de alguns fatores como a qualidade dos gametas.
  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, um valor inferior ao da FIV.
Agendar Consulta

Fertilização in vitro

Indicada para a maioria dos casos de infertilidade e apresenta as mais altas taxas de sucesso de gravidez.

Estimulação Ovariana e Indução da Ovulação

  • Preparação do corpo: Feita com medicamentos hormonais para estimular a ovulação e aumentar o crescimento de folículos.
  • Quando os folículos atingem o tamanho adequado, é administrado o hormônio hCG. Após 35 horas, é realizada a coleta dos óvulos.

Punção Ovariana

  • Retirada dos ovócitos do ovário por meio de uma agulha guiada por ultrassom.
  • O sêmen é coletado no mesmo dia e enviado para separar os melhores espermatozoides e aumentar as chances de fecundação.

Fecundação Dos Óvulos

  • Dentre os espermatozoides coletados é identificado o melhor e colocado dentro de cada óvulo.
  •  Os embriões formados a partir da fecundação do óvulo pelo espermatozoide são colocados em incubadoras para se desenvolverem. 

Cultivo Embrionário

  • Desenvolvimento do embrião: o embrião é mantido em um meio de cultivo durante um período de 5 dias, até que esteja em uma fase adequada para ser transferido ou congelado.

Transferência Embrionária

  • O embrião é colocado no útero para iniciar o processo de fixação, da mesma forma que acontece na gestação espontânea.
  • É nesse momento que pode haver uma maior ou menor possibilidade de gestação múltipla, podem ser transferidos até três embriões dependendo da idade da mulher.

Conclusão da FIV

  • Confirmação da gravidez: a gravidez é confirmada por meio de teste de sangue.
  • O exame é realizado em 10 dias após a transferência embrionária.
Agendar Consulta