Inseminação artificial para casais homoafetivos femininos: veja as possibilidades

A reprodução assistida transforma em realidade o sonho de famílias que desejam ter filhos, mas, por algum motivo, não conseguem engravidar naturalmente. Além dos casos de infertilidade, os casais homoafetivos femininos e masculinos podem ter filhos biológicos por meio da fertilização in vitro (FIV) e da inseminação artificial.

Essa realidade é possível desde 2013, sendo um direito garantido na resolução do Conselho Federal de Medicina no 2.294/2021. O avanço da medicina reprodutiva nas últimas décadas possibilitou a criação de técnicas como a doação de óvulos e de espermatozoides, tornando os processos mais seguros e com maior taxa de sucesso.

Existem algumas diferenças na forma como as técnicas de reprodução assistida são aplicadas em casais homoafetivos. Entre os casais masculinos, apenas a FIV pode ser realizada. Mas para os casais femininos, existem 2 alternativas: a FIV e a inseminação artificial.

Se você quer saber mais sobre o assunto, continue a leitura. Ao longo deste artigo vamos apresentar as possibilidades da reprodução assistida para casais homoafetivos femininos.

Confira!

Conheça as possibilidades da reprodução assistida para casais homoafetivos femininos

A inseminação artificial e a FIV possibilitam que casais homoafetivos possam ter filhos biológicos. Para isso, eles devem procurar uma clínica de reprodução assistida. Todo o processo é individualizado, focando no acolhimento e nas necessidades de cada caso.

Para os casais masculinos, a doação de óvulos e a cessão temporária de útero são necessárias. Os casais femininos, no entanto, precisam apenas da doação de sêmen para que a gravidez aconteça.

A seguir, confira como funciona o processo da FIV e da inseminação artificial para os casais homoafetivos femininos.

Casais homoafetivos femininos e a FIV

A FIV é uma técnica de alta complexidade sendo indicada para a maioria dos casos em que um casal tem dificuldade para engravidar naturalmente. O seu principal diferencial é a fecundação, que é feita em laboratório.

Os casais homoafetivos femininos podem realizá-la por gestação compartilhada, onde uma parceira fornece os óvulos e a outra recebe o embrião ou uma paciente realiza ambos os processos. A escolha é feita pelo casal, mas alguns fatores devem ser considerados, como a idade, a reserva ovariana e a presença de infertilidade em quem vai participar do processo.

A parceira que irá fornecer o material genético realiza a estimulação ovariana, que utiliza medicamentos hormonais para estimular a maior quantidade possível de folículos ovarianos. Os óvulos se desenvolvem no interior dos folículos, por isso, quanto mais forem gerados, melhor.

O crescimento dos folículos é acompanhado por ultrassonografias seriadas e exames de dosagem hormonal até atingirem o tamanho ideal e serem coletados. Para a fecundação, os espermatozoides provenientes de um doador anônimo, ou com parentesco de até quarto grau com as pacientes, desde que não incorra em consanguinidade, são inseridos individualmente nos óvulos utilizando a técnica ICSI.

Se não houver parentesco, o casal não pode conhecer o doador, pois todas as técnicas de reprodução assistida devem seguir as normas do CFM. Com relação à doação de gametas, as principais são:

  • A doação não pode visar a venda ou o lucro;
  • O doador deve ter, no máximo, 45 anos;
  • A identidade do doador e das receptoras deve ser mantida em sigilo, exceto nos casos de parentesco.

Após a fecundação, os embriões são observados por alguns dias antes de serem transferidos para o útero da parceira que irá gestar o bebê até o fim da gestação.

Casais homoafetivos femininos e a inseminação artificial

A inseminação artificial é uma técnica de baixa complexidade com um processo mais simples e mais acessível financeiramente, em comparação à FIV. A fecundação acontece nas tubas uterinas da paciente, desse modo, a gestação compartilhada não pode ser realizada com essa técnica. Logo, uma das parceiras irá desempenhar os 2 papéis: fornecer os óvulos e gestar o embrião.

A primeira etapa da inseminação artificial também é a estimulação ovariana. A paciente recebe medicação hormonal de baixa intensidade para desenvolver entre 1 a 3 folículos ovarianos. Quando atingirem o tamanho adequado, outra medicação hormonal é administrada para finalizar o amadurecimento dos folículos e induzir a ovulação. Algumas horas depois, eles se rompem e liberam os óvulos.

Os espermatozoides utilizados também são provenientes de uma doação. Após o preparo seminal, eles são inseridos na cavidade uterina a fim de facilitar a ascensão dos espermatozoides até as tubas uterinas, onde a fecundação acontece.

Assim como em uma gestação natural, o embrião formado segue até o endométrio (a camada interna do útero) para se fixar e dar início à gravidez.

A FIV e a inseminação artificial são as técnicas disponíveis para casais homoafetivos femininos terem filhos. Na FIV é possível optar pela gestação compartilhada, onde uma das parceiras fornece o óvulo e a outra gera o embrião ou uma das mulheres assume os 2 papéis. Na inseminação artificial, devido à fecundação, apenas uma das parceiras realiza o processo.

Mesmo não sendo a técnica mais popular atualmente, a inseminação artificial apresenta bons resultados para casais inférteis. Toque aqui e saiba quando ela é indicada!

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Congelamento de Óvulos

Opção para mulheres que não queiram engravidar agora e querem preservar sua fertilidade ou para mulheres que possuem alguma condição médica que possa afetar sua fertilidade futuramente.

Consulta com especialista

  •  Realização de diversos exames para avaliar a resposta que a mulher terá ao estímulo ovariano para a coleta dos óvulos.

Estimulação ovariana e indução da ovulação

  • É feita uma combinação de medicamentos hormonais que ajudam a estimular o crescimento dos folículos que contêm os óvulos nos ovários.

Punção folicular

  • Retirada do líquido contido nos folículos, no qual ficam os óvulos.
  • Feito com o auxílio de uma agulha e de forma indolor, pois a paciente é anestesiada;

Identificação e seleção dos óvulos

  • No laboratório de embriologia são identificados e selecionados os óvulos maduros e de qualidade para o congelamento.

Congelamento

  • Os óvulos selecionados são rapidamente congelados usando uma técnica chamada de vitrificação, que consiste em imersão em nitrogênio líquido em temperaturas extremamente baixas para preservá-los.

Armazenamento

  • São armazenados em um laboratório de Reprodução, geralmente por tempo indeterminado, até que a mulher esteja pronta para utilizá-los, podendo solicitar o descongelamento e utilizar os óvulos em ciclos de FIV, que é a etapa final do processo.
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Relação Sexual Programada (RSP)

Também conhecida como coito programado, ocorre de maneira natural e possui taxas de sucesso mais baixas.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.
  • O hCG provoca o rompimento dos folículos cerca de 36 horas após sua administração.

Tentativas de Gravidez:

  • Orientação ao casal sobre quais serão os dias mais férteis daquele ciclo – que são os dias que eles devem manter as relações sexuais.
  • O espermatozoide sobrevive cerca de 3 dias no sistema reprodutivo feminino e o óvulo cerca de 36h. Portanto, não é necessário estabelecer a hora exata para o coito e sim um período aproximado e muito assertivo.

Conclusão do RSP

  • O teste de gravidez pode ser feito, normalmente, após 14 dias para verificar o sucesso da técnica.

Chances de Sucesso

  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, muito similares às da inseminação artificial (IA).

Recomendação

  • Essa técnica é recomendada no máximo por três ciclos.
  • Após esse período, indicamos a FIV, pois outros fatores podem estar presentes, prejudicando a fertilidade e a FIV oferece mais recursos para superar esses problemas.
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Ovodoação – Recepção de Óvulos

Opção para mulheres inférteis, em virtude de baixa qualidade ou baixa reserva de óvulos.

Cadastro

  • Realização do cadastro da receptora no banco internacional de óvulos da Espanha e Argentina.

Scanner Facial

  • Após o cadastro é feita uma análise facial da receptora, onde são avaliados cerca de 12.000 pontos da face para identificar semelhanças com possíveis doadoras com características físicas e compatibilidade sanguínea da receptora.

Avaliação de Critérios

  • O banco de óvulos pode enviar à receptora informações sobre a doadora mais compatível segundo a análise detalhada, após isso, acontece a tomada da decisão para prosseguir com o tratamento proposto.
  • Antes da doação, a doadora é avaliada por uma equipe médica que verifica sua saúde geral, e diversos critérios.

Documentação

  • Após a seleção da doadora, a documentação é preparada para solicitar a vinda dos óvulos adquiridos do banco internacional para o laboratório.

Realização da fiv

  • A FIV é iniciada após a chegada dos óvulos. O processo de FIV envolve a fertilização dos óvulos com os espermatozoides em laboratório e a transferência do embrião resultante para o útero da receptora.
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Inseminação Artificial

Desenvolvida para aumentar as chances de gravidez em casos de infertilidade com alteração seminal leve, mulheres com idade até 35 anos e tubas uterinas saudáveis, casal homoafetivo feminino.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios, que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.

  • O óvulo sai do ovário e é capturado pelas tubas uterinas onde pode ser fecundado e posteriormente direcionado para o útero.

Coleta e capacitação seminal

  • O sêmen pode ser do parceiro ou de doador.
  • A coleta é feita no laboratório 02 horas antes da inseminação.

  • O sêmen deve ser analisado previamente e preparado a fim de ser depositado na cavidade uterina.

Inseminação

  • Utilizando um cateter, depositamos o sêmen preparado diretamente na cavidade uterina para facilitar o encontro do óvulo com o espermatozoide.
  • Procedimento é indolor e rápido, não havendo necessidade de repouso.

Conclusão da IA

  • O teste de gravidez é realizado 14 dias após a inseminação.
  • Caso o procedimento não seja bem-sucedido, é avaliado com o casal se é válido fazer uma nova tentativa ou se seguimos para a FIV.

Chances de Sucesso

  • O sucesso da IA depende de alguns fatores como a qualidade dos gametas.
  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, um valor inferior ao da FIV.
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Fertilização in vitro

Indicada para a maioria dos casos de infertilidade e apresenta as mais altas taxas de sucesso de gravidez.

Estimulação Ovariana e Indução da Ovulação

  • Preparação do corpo: Feita com medicamentos hormonais para estimular a ovulação e aumentar o crescimento de folículos.
  • Quando os folículos atingem o tamanho adequado, é administrado o hormônio hCG. Após 35 horas, é realizada a coleta dos óvulos.

Punção Ovariana

  • Retirada dos ovócitos do ovário por meio de uma agulha guiada por ultrassom.
  • O sêmen é coletado no mesmo dia e enviado para separar os melhores espermatozoides e aumentar as chances de fecundação.

Fecundação Dos Óvulos

  • Dentre os espermatozoides coletados é identificado o melhor e colocado dentro de cada óvulo.
  •  Os embriões formados a partir da fecundação do óvulo pelo espermatozoide são colocados em incubadoras para se desenvolverem. 

Cultivo Embrionário

  • Desenvolvimento do embrião: o embrião é mantido em um meio de cultivo durante um período de 5 dias, até que esteja em uma fase adequada para ser transferido ou congelado.

Transferência Embrionária

  • O embrião é colocado no útero para iniciar o processo de fixação, da mesma forma que acontece na gestação espontânea.
  • É nesse momento que pode haver uma maior ou menor possibilidade de gestação múltipla, podem ser transferidos até três embriões dependendo da idade da mulher.

Conclusão da FIV

  • Confirmação da gravidez: a gravidez é confirmada por meio de teste de sangue.
  • O exame é realizado em 10 dias após a transferência embrionária.
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