A infertilidade sem causa aparente (ISCA) afeta de 5% a 10% dos casais. Na grande maioria dos casos, exames específicos são suficientes para encontrar o motivo da dificuldade para engravidar. No entanto, às vezes essas causas não ficam evidentes, mesmo que a investigação seja feita adequadamente.
Nesse texto, vamos falar sobre a ISCA, como é feita a investigação, os limites da medicina e sua relação com a reprodução assistida.
O que é ISCA
O diagnóstico de ISCA é feito quando todos os exames realizados pelo casal estão normais ou apresentam alterações leves, que não justificam o diagnóstico de infertilidade.
Alterações comuns que são difíceis de investigar com exames são a qualidade dos óvulos, a função tubária e a função espermática. Os testes de função espermática permitem uma análise mais detalhada da estrutura dos espermatozoides.
Enquanto o espermograma avalia os aspectos do sêmen e a quantidade e a morfologia dos espermatozoides, a função espermática demonstra a capacidade do espermatozoide para interagir com o sistema reprodutor feminino e com o óvulo.
Alguns casais conseguem superar a infertilidade utilizando medicamentos ou realizando a inseminação artificial (IA). Outros, contudo, precisam da fertilização in vitro (FIV).
A FIV é uma técnica de reprodução assistida de alta complexidade e com maiores taxas de sucesso, pois todo o processo de preparação de gametas, fecundação e desenvolvimento embrionário é feito em laboratório, sob a supervisão constante do embriologista.
Investigação
Hoje, temos amplas possibilidades de investigação da infertilidade. No entanto, os sistemas reprodutores feminino e masculino são complexos e, por isso, nem todos os problemas são detectados nos exames.
Dependendo do caso, pode ser feita uma nova série de exames ou já iniciar a reprodução assistida. Inicialmente, com técnicas de baixa complexidade – relação sexual programada (RSP), também chamada de coito programado, ou inseminação artificial (IA), conhecida também como inseminação intrauterina (IIU) – e depois, caso não haja sucesso, com técnica de alta complexidade – FIV. A FIV também pode ser a primeira escolha.
Reprodução assistida e ISCA
Fazemos a estimulação ovariana e a indução da ovulação e programamos com o casal o melhor momento para manter as relações sexuais. Podemos fazer a estimulação por um ou dois ciclos e observar se há resultado.
Quando, no entanto, essa opção não proporciona a gravidez, partimos para técnicas de reprodução assistida de alta complexidade: FIV, que pode ser feita quantas vezes forem necessárias até o casal conseguir a gravidez, sendo ela a que oferece as maiores taxas de sucesso entre as técnicas de reprodução assistida.