A fertilização in vitro (FIV) utiliza alta tecnologia para que casais com infertilidade e outros fatores que dificultam a gravidez possam ter filhos biológicos. Apesar de ser a técnica de reprodução assistida mais moderna e com a maior taxa de sucesso, existem situações em que o processo normal da FIV não é suficiente para que a gestação aconteça.
Nesses casos, as técnicas complementares que fazem parte da FIVsão utilizadas para atender necessidades específicas. Uma delas é o teste genético pré-implantacional, mais conhecido como PGT.
Ele é importante para avaliar os embriões antes da gravidez.Assim, é possível diminuir as chances de transmissão de doenças genéticas e o risco de abortamentos espontâneos. O PGT é um teste complexo, por isso é realizado apenas em casos específicos, não de rotina.
Para saber quando ele é indicado, leia este texto até o final!
O teste genético pré-implantacional (PGT) avalia a presença de alterações genéticas e cromossômicas nos embriões antes de serem transferidos para o útero, minimizando assim as chances de um embrião que não seja saudável se implantar.
O embrião é formado pelo material genético transmitido do lado materno e paterno, desse modo, as células possuem 46 cromossomos (23 cromossomos de cada). A presença de alguma anomalia cromossômica ou genética pode dificultar o desenvolvimento da gestação e provocar doenças graves no bebê.
O teste é importante, em especial, para famílias com histórico de doenças hereditárias pelo risco de transmiti-la para os seus descendentes. Apesar de nenhuma técnica ser capaz de eliminar totalmente essa possibilidade, o PGT consegue minimizar.
Em quais situações o PGT é indicado?
Quando um casal apresenta alguma dificuldade para engravidar, uma avaliação da fertilidade conjugal é feita para descobrir a causa da infertilidade. Nos casos em que o tratamento não é suficiente para revertê-la, a reprodução assistida é indicada. Todo o processo, desde o primeiro encontro com o casal, é individualizado e adequado para as necessidades de cada um.
O PGT é uma técnica complementar à FIV, dividida em 3 tipos: o PGT-A, o PGT-M e o PGT-SR. Cada um possui as suas particularidades, como veremos a seguir.
O teste genético pré-implantacional para aneuploidias detecta a presença de anormalidades cromossômicas numéricas. A alteração para mais ou para menos na quantidade de cromossomos pode desencadear doenças — como a síndrome de Down — e é uma das principais causas de falhas de implantação e abortamentos de repetição.
O PGT-A é indicado para os casos de:
O teste genético pré-implantacional para doenças monogênicas identifica doenças genéticas hereditárias que podem estar presente em um dos pais ou ambos. O estudo é capaz de detectar diversas doenças genéticas, mesmo raras, como:
O teste genético pré-implantacional para rearranjos estruturais identifica alterações cromossômicas onde ocorrem trocas entre um cromossomo e outro. Ele demanda uma análise complexa,conseguindo detectar doenças como:
O exame é parecido com o PGT-A, sendo recomendado para os mesmos casos.
Como o PGT é realizado dentro do contexto da FIV?
O PGT é feito a partir da análise de algumas células dos embriões. Por isso, ele pode ser realizado apenas na FIV. Nas técnicas de baixa complexidade, a fecundação acontece nas tubas uterinas da mulher, não sendo possível, portanto, coletar uma amostra dos embriões antes da implantação no útero.
Na FIV, os gametas do casal são coletados e preparados antes da fecundação. Para isso, a paciente passa por uma estimulaçãoovariana, procedimento cujo objetivo é aumentar a quantidade de óvulos para o processo. A fecundação acontece em laboratórioquase sempre por meio da técnica ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), em que cadaespermatozoide é injetado diretamente no óvulo.
O PGT é realizado durante a etapa seguinte, chamada de cultivo embrionário, quando o embrião já possui as células diferenciadas e divididas por função, o que acontece no 5º dia de desenvolvimento, quando atingem o estágio de blastocisto: uma amostra é coletada para análise. A amostra também pode ser coletada no 3º dia de desenvolvimento embrionário.
Todos os embriões são avaliados e os que não estão viáveis são descartados. Dessa forma, apenas os mais saudáveis são transferidos para o útero, seguindo o número definido nas normas do Conselho Federal de Medicina (CFM).
O resultado do PGT-A é divulgado em 24 horas possibilitando que a transferência embrionária seja realizada no mesmo ciclo. Porém, a análise do PGT-M e do PGT-SR pode demorar dias. Nesses casos, os embriões são congelados e a transferência é feita no ciclo seguinte.
O PGT é uma técnica complementar à FIV, indicada para casais com histórico de doenças genéticas hereditárias, mulheres com idade avançada ou histórico de abortamento de repetição. Ele aumenta a taxa de gravidez porque avalia os embriões antes da transferência embrionária, com isso, todos que tiverem alguma alteração genética ou cromossômica são descartados.
O estudo genético realizado pelo PGT é ideal para minimizar os riscos de alterações cromossômicas e genéticas que podem dificultar a gravidez ou desencadear doenças no bebê. Para saber mais sobre o assunto, toque aqui!