A histeroscopia cirúrgica é uma técnica minimamente invasiva que revolucionou a maneira como as doenças da cavidade uterina são tratadas. Utiliza-se um instrumento fino e flexível, o histeroscópio, equipado com microcâmera e fonte de luz, que permite a visualização direta do interior do útero e a correção de lesões com precisão e segurança.
Com a histeroscopia, o médico também pode examinar o canal cervical e os óstios tubários (aberturas das tubas uterinas). A técnica é útil para diagnosticar e tratar uma série de condições que podem afetar a saúde e a fertilidade feminina, por exemplo, os pólipos endometriais.
A histeroscopia cirúrgica representa um avanço na medicina ginecológica e tem papel importante no contexto do tratamento da infertilidade e da reprodução humana assistida. Além de ser uma técnica eficaz, tem a vantagem da rápida recuperação da paciente, visto que não há necessidade de cortes abdominais.
Quer saber mais sobre os benefícios e aplicações da histeroscopia cirúrgica? Continue a ler o post!
Quais são as causas de infertilidade feminina?
A infertilidade feminina pode resultar de uma complexa interação de fatores. Para conhecer as causas e definir o tratamento mais adequado, é necessário realizar uma investigação detalhada e individualizada.
O parceiro também deve ser examinado quando o casal está tentando engravidar. Isso porque, mesmo que exista uma suspeita de infertilidade feminina, ambos podem ter algum fator que dificulte a concepção.
Entre as principais causas de infertilidade feminina, estão:
- disfunções ovulatórias — a ovulação é o processo de liberação do óvulo pelo ovário, que pode ser afetado por diversos fatores, como distúrbios hormonais, síndrome dos ovários policísticos (SOP), insuficiência ovariana prematura, entre outros;
- endometriose — essa doença é uma grande causa de infertilidade na mulher devido a vários mecanismos, pois pode afetar as tubas uterinas (causa obstrução), os ovários (impacta a reserva ovariana) e outros órgãos, tornando o ambiente pélvico inflamatório;
- problemas tubários — as tubas uterinas são responsáveis por transportar o óvulo do ovário até o útero. Obstruções ou distorções das tubas (devido à endometriose infecções genitais ou outras causas) podem impedir a fecundação e o transporte do embrião;
- alterações uterinas — o útero precisa estar em boas condições para receber o embrião e possibilitar seu desenvolvimento. Pólipos, miomas e outras alterações na estrutura do útero podem dificultar a implantação do embrião ou aumentar o risco de aborto;
- idade materna avançada — a fertilidade feminina diminui naturalmente com a idade, tornando mais difícil engravidar após os 35 anos. Isso ocorre devido à redução da reserva ovariana e à queda da qualidade dos óvulos.
Além das causas listadas, fatores genéticos, imunológicos, endócrinos e até relacionados ao estilo de vida podem prejudicar as funções reprodutivas. Portanto, a investigação da infertilidade inclui uma série de exames e avaliações. Com base nos resultados dessa investigação completa, o médico apresenta as possibilidades de tratamento.
Quais são as indicações da histeroscopia cirúrgica para tratamento de infertilidade?
A histeroscopia cirúrgica é eficaz para o tratamento de diferentes alterações uterinas que podem impedir ou dificultar a gravidez, entre as quais estão:
- miomas submucosos — tumores benignos que se desenvolvem na camada medial do útero (miométrio) e invadem a camada uterina interna (endométrio), podendo interferir no processo de implantação do embrião ou causar abortamento;
- pólipos endometriais — crescimentos anormais no revestimento interno do útero, que podem dificultar a nidação e causar sangramento uterino anormal;
- septo uterino — uma parede de tecido que divide o útero em duas cavidades, reduzindo o espaço e aumentando o risco de aborto espontâneo ou parto prematuro;
- síndrome de Asherman — sinequias densas (faixas de tecido cicatricial) no interior do útero que podem ocluir a cavidade, dificultando a implantação embrionária e o desenvolvimento fetal.
Como a histeroscopia cirúrgica é realizada?
A histeroscopia cirúrgica é um procedimento realizado em ambiente hospitalar, sob anestesia, assim como as cirurgias tradicionais. Com a paciente em posição ginecológica, o médico inicia o procedimento inserindo o histeroscópio através do canal vaginal e do colo do útero para obter a ampla visualização da cavidade do órgão.
Em seguida, instrumentos cirúrgicos de pequeno calibre são introduzidos em compartimentos do histeroscópio para realizar a correção das alterações encontradas. Com essas correções, é possível restaurar a anatomia uterina e melhorar o ambiente para tentar a gravidez.
O tempo de internação é curto. Após a cirurgia, a paciente permanece em observação por algumas horas e geralmente recebe alta no mesmo dia. A recuperação costuma ser rápida, com pouco desconforto e retorno às atividades habituais em poucos dias.
A histeroscopia cirúrgica pode ser combinada com tratamentos de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV), para aumentar as chances de gravidez em mulheres com alterações uterinas.
Ao corrigir as condições que dificultam a implantação, a histeroscopia cirúrgica prepara o útero para receber o embrião e eleva a probabilidade de gravidez. No entanto, isso depende, ainda, de outros fatores determinantes, como idade materna, condições masculinas, qualidade do embrião etc.
Com as técnicas da reprodução assistida e a histeroscopia cirúrgica, que, como vimos, é minimamente invasiva e eficaz para o tratamento de várias causas de infertilidade, é possível recuperar a saúde do útero e prepará-lo para gestar o seu bebê.
Quer mais informações? Confira nosso texto que aborda com mais detalhes as causas de infertilidade feminina!