Na década de 1970 a fertilização in vitro (FIV) surgia como solução para a infertilidade feminina e a possibilidade de conceber uma criança de forma artificial, em laboratório, tornou-se pauta de jornais no mundo todo, tema de filmes e livros.
Conhecida como ‘revolução da vida do século XX’, a técnica é um dos principais símbolos da medicina moderna. Atualmente, com a incorporação de novas tecnologias, possibilita a solução de praticamente todos os problemas de infertilidade, feminina e masculina, proporcionando, anualmente, o nascimento de milhares de crianças no mundo todo.
O tratamento por FIV é realizado em cinco diferentes etapas. A aspiração folicular é uma delas. Continue a leitura até o final e saiba mais sobre esse procedimento e sua importância para o sucesso da gravidez.
O que é aspiração folicular e qual a sua importância na FIV?
Folículos são pequenas bolsas preenchidas por líquido que contém o óvulo primário ou imaturo. Existem milhares de folículos nos ovários. A cada ciclo menstrual um deles desenvolve, amadurece e rompe liberando o óvulo para ser fecundado pelo espermatozoide, originando o embrião, estágio em que ocorre a formação das células e definição da função celular do futuro ser humano.
A causa mais comum de infertilidade feminina são os distúrbios de ovulação, condição na qual não ocorre o desenvolvimento, amadurecimento ou rompimento folicular, resultando em ausência de ovulação (anovulação).
Por isso, na FIV os ovários são estimulados por medicamentos hormonais para obter mais folículos e, consequentemente um número maior de óvulos para a fecundação, o que acontece na primeira etapa do tratamento.
Aspiração folicular é o procedimento para coleta dos óvulos maduros. É realizado com a utilização de uma guia – composta por uma agulha finíssima e um aparelho de sucção – acoplada ao ultrassom, que possibilita a detecção dos folículos que contêm os óvulos maduros.
Durante a aspiração folicular o líquido de cada folículo identificado é aspirado. Após a extração dos óvulos, os melhores são selecionados por um microscópio de alta magnificação, dessa forma, apenas os de melhor qualidade, mais saudáveis, são usados na fecundação.
O procedimento é bastante simples, realizado na própria clínica de reprodução assistida com a paciente apenas sob sedação e em posição ginecológica (litotomia), a mesma dos exames rotina: deitada com as costas voltadas para baixo, pernas flexionadas e apoiadas nas perneiras.
A aspiração folicular é, portanto, fundamental para o sucesso da FIV. Não apenas por proporcionar a coleta dos óvulos que serão posteriormente fecundados, mas por assegurar que os mais saudáveis sejam utilizados, formando, assim, embriões com maior capacidade para implantar e desenvolver.
Conheça todas as etapas da fertilização in vitro (FIV)
A FIV é realizada em cinco etapas, todas são importantes para o sucesso do tratamento. Veja, abaixo, como funciona cada uma:
- Estimulação ovariana e indução da ovulação: na estimulação ovariana e indução da ovulação são utilizados medicamentos hormonais sintéticos semelhantes aos naturais para estimular o amadurecimento e desenvolvimento de mais folículos, processo que é acompanhado por exames periódicos de ultrassonografia. Quando eles atingem o tamanho ideal são induzidos por novos medicamentos hormonais à ruptura e ovulação, momento em que são coletados pela aspiração folicular;
- Aspiração folicular e preparo seminal: simultaneamente à aspiração folicular, os espermatozoides são capacitados por técnicas de preparo seminal. Assim, apenas os melhores são também selecionados. Espermatozoides e óvulos de boa qualidade, formam embriões mais saudáveis;
- Fecundação: na FIV, óvulos e espermatozoides são fecundados em laboratório. Hoje, o método mais utilizado é a FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides), em que cada espermatozoide é injetado diretamente no citoplasma do óvulo, aumentando ainda mais as chances de fecundação. O método proporcionou o tratamento de infertilidade masculina provocada por fatores mais graves. Foi incorporado ao tratamento em 1992 e tem sido o mais utilizado pelas clínicas de reprodução assistida;
- Cultivo embrionário: após serem formados os embriões são cultivados por alguns dias em laboratório, processo acompanhado diariamente por um embriologista. O desenvolvimento de novas tecnologias laboratoriais e meios de cultura permitiu o acompanhamento da evolução embrionária por mais tempo, até seis dias, fase de desenvolvimento chamada blastocisto. Esse foi um dos grandes avanços da FIV, uma vez que nessa etapa as células do embrião já estão formadas e divididas por função, o que proporcionou a solução de diferentes problemas;
- Transferência do embrião: na última etapa da FIV os embriões são transferidos ao útero materno para que ocorra a implantação, quando se fixa ao endométrio iniciando a gestação. Embora atualmente a opção pela transferência em blastocisto seja a principal, pelos diversos benefícios que proporciona, em alguns casos pode ocorrer na fase conhecida como D3 ou clivagem, entre o segundo e terceiro dia de desenvolvimento, quando inicia a divisão celular. Assim como a aspiração folicular, o procedimento também é realizado na própria clínica de reprodução assistida, com a mulher em posição de litotomia. Após o procedimento, geralmente não há necessidade de repouso e as atividades podem ser praticadas normalmente. Em aproximadamente 15 dias já é possível confirmar a gravidez.
A FIV é considerada a principal técnica de reprodução assistida e a que a apresenta os percentuais mais altos de sucesso gestacional por ciclo de tratamento: em média 40%.
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