A fecundação é um processo fundamental para a gravidez. Para que ela aconteça, diversos fatores precisam estar alinhados. Mas antes de entendermos sobre esse processo, precisamos conhecer o papel dos gametas, que são os responsáveis pela fecundação.
O gameta feminino (óvulo) e o masculino (espermatozoide) são as células sexuais que se unem na fecundação para gerar o embrião. Eles carregam um conjunto de cromossomos que levam as características genéticas dos indivíduos para os seus descendentes.
Apesar de ser mais conhecida atualmente, a reprodução assistida ainda provoca muitas dúvidas entre os casais. Por isso, neste artigo, vamos mostrar como acontece a fecundação tanto na gestação natural, quanto nas técnicas de reprodução assistida.
Boa leitura!
Como a fecundação natural acontece?
A fecundação acontece quando o espermatozoide se une ao óvulo, formando o embrião. Na gestação natural, ela é realizada na tuba uterina a partir da relação sexual. Para que esse encontro aconteça, vários fatores precisam estar alinhados.
Os óvulos se desenvolvem dentro dos folículos ovarianos, estruturas presentes nos ovários. Durante o ciclo menstrual, por influência hormonal, alguns folículos ovarianos são estimulados. No entanto, apenas um amadurece plenamente e é liberado pelos ovários em direção a uma das tubas uterinas. Esse processo, chamado de ovulação, é fundamental para que a fecundação aconteça.
O óvulo permanece viável para a fertilização por cerca de 36 horas, marcando o período fértil. O casal tem maior chance de gravidez durante essa fase, por isso os espermatozoides devem chegar até o óvulo nesse momento. Após a fecundação, o embrião passa por sucessivas divisões celulares e segue em direção ao útero para se implantar no endométrio, o revestimento interno uterino.
Como a fecundação acontece na reprodução assistida?
A reprodução assistida consiste em um conjunto de técnicas indicadas para casais que estão com alguma dificuldade para engravidar. A escolha do melhor tratamento depende de uma investigação da infertilidade conjugal, que consiste em uma série de exames para avaliar a saúde reprodutiva dos parceiros.
Todo o processo de reprodução assistida é individualizado e o tratamento pode ser realizado por técnicas de baixa ou alta complexidade, como mostraremos a seguir.
A fecundação nas técnicas de baixa complexidade
As técnicas de baixa complexidade são divididas em: relação sexual programada (RSP) e a inseminação artificial (IA). Assim como na gestação natural, a fecundação em ambas as técnicas acontece nas tubas uterinas.
Na RSP, a paciente passa por uma estimulação ovariana, processo que utiliza medicamentos hormonais para produzir um número maior de folículos durante o ciclo menstrual. Para as técnicas de baixa complexidade, o ideal é que sejam gerados entre 1 a 3 folículos ovarianos para diminuir o risco de uma gestação gemelar.
O crescimento dos folículos é acompanhado por ultrassonografias seriadas até eles atingirem o tamanho ideal para a indução da ovulação. Com a liberação dos óvulos para as tubas uterinas, é indicado que o casal tenha relações sexuais nesse período, pois a probabilidade de uma gravidez é maior.
Na IA, a estimulação ovariana também é a primeira etapa do processo. Quando os folículos atingem o tamanho ideal, a paciente recebe uma dose do hormônio hCG para induzir a ovulação e seu parceiro faz a coleta do sêmen. Os espermatozoides passam por um preparo seminal para que apenas os de melhor motilidade sejam selecionados e inseridos no útero.
Nesse momento, os gametas masculinos seguem em direção às tubas uterinas para a fecundação. Caso ela aconteça, assim como na RSP, o embrião formado se encaminha para o útero para a implantação no endométrio, processo que marca o início da gestação.
Ambas as técnicas são indicadas para mulheres com até 37 anos e casos leves de infertilidade conjugal. Para os casais com fatores mais graves de infertilidade, a técnica de alta complexidade possui melhores resultados.
A fecundação na técnica de alta complexidade
A fertilização in vitro (FIV) é a técnica mais moderna e que possui os melhores resultados atualmente, sendo indicada para a maioria das causas de infertilidade conjugal. O seu processo começa com a estimulação ovariana e a indução da ovulação com o objetivo de gerar um número maior de folículos ovarianos.
Ao atingirem o tamanho adequado, os óvulos são coletados por uma punção folicular. Simultaneamente, a coleta seminal é realizada para a obtenção dos espermatozoides do parceiro. Para aumentar a probabilidade de êxito, os gametas masculinos também passam por um preparo seminal.
Na FIV, a fecundação é feita por uma técnica chamada injeção intracitoplasmática de espermatozoide, mais conhecida como ICSI. Ela revolucionou a medicina reprodutiva, pois possibilitou que o espermatozoide fosse introduzido diretamente no óvulo. Assim, casais com fatores graves de infertilidade também podem se beneficiar com a técnica.
O desenvolvimento dos embriões formados acontece no laboratório, onde são observados por alguns dias antes de serem transferidos para o útero da paciente. A taxa de sucesso da FIV é a maior dentre as técnicas de reprodução assistida, com cerca de 40% por ciclo. No entanto, diversos fatores influenciam o tratamento, como a idade da paciente e a qualidade dos gametas do casal.
A fecundação acontece quando o espermatozoide e o óvulo se unem, formando o embrião. Na gestação natural e nas técnicas de reprodução assistida de baixa complexidade (RSP e IA), ela ocorre na tuba uterina. Porém, na FIV, técnica de alta complexidade, os gametas são coletados e preparados para que a fecundação seja realizada no laboratório por meio da técnica ICSI.
Para saber mais sobre essa técnica que é realizada apenas na FIV, confira a nossa página sobre a ICSI!