A infertilidade pode atingir qualquer casal. Doenças, infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), hábitos e idade são alguns dos fatores que afetam o funcionamento do sistema reprodutor masculino. A epididimite, caracterizada pela inflamação dos testículos, pode dificultar a gravidez.
Os espermatozoides são produzidos nos testículos e amadurecidos nos epidídimos, canais microscópicos que conectam os testículos ao canal deferente. A epididimite compromete o transporte dos gametas masculinos, principalmente, se ela atingir os testículos (condição chamada de epidídimo-orquite).
Essa patologia afeta a saúde de muitos homens e a prevenção é a melhor forma de combatê-la. Continue a leitura para saber sobre os sintomas, fatores de risco, diagnóstico e o tratamento da doença. E ainda, o que pode ser feito caso ela reduza a fertilidade do homem. Vamos lá?
A epididimite
A epididimite é causada pela inflamação dos epidídimos, formados por dois órgãos semelhantes a tubos localizados sobre os testículos. Eles são responsáveis por armazenar e transportar os espermatozoides. As principais causas da doença são relacionadas às bactérias e traumas nos epidídimos.
As bactérias Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis podem causar infecções no trato urinário, na uretra (uretrite) e na próstata (prostatite). Elas são transmitidas por ISTs conhecidas como a clamídia e a gonorreia. A condição também pode ser causada por traumas decorrentes de lesões e procedimentos urológicos e por vírus, como a caxumba.
A doença é dividida em epididimite aguda e epididimite crônica. A primeira é caracterizada pela inflamação, dores e edemas no epidídimo. Já a segunda apresenta dores constantes por mais de 6 semanas. Em alguns casos, a versão aguda pode evoluir para a epididimite crônica.
A infertilidade é uma condição rara, porém pode acontecer em casos graves da doença. Outra complicação é a epidídimo-orquite, que ocorre quando a inflamação alcança os testículos. Ela atinge os dois órgãos e causa dor, aumento de tamanho e coloração avermelhada nos testículos.
Principais sintomas
Em geral, os sintomas aparecem em um dia. Entre os principais estão:
- dor testicular;
- dor durante a relação sexual e ao urinar;
- aumento do tamanho do testículo;
- febre alta;
- secreção peniana.
Diagnóstico
Os sintomas da epididimite são parecidos com outras doenças do sistema reprodutor masculino. O diagnóstico é feito com base nos sintomas descritos pelo paciente e no resultado dos exames físico e laboratorial.
Durante o exame físico, realizado no consultório, o médico analisa o inchaço dos testículos e dos gânglios linfáticos da virilha e a presença de secreção no pênis.
Os exames laboratoriais são solicitados para complementar o diagnóstico. Os principais são os de sangue e de urina e a ultrassonografia do local. De acordo com os sintomas, o teste de ISTs também é realizado para descartar o aparecimento de alguma doença.
Quais são os fatores de risco?
Os principais fatores de risco da epididimite são relacionadas à população masculina, sexualmente ativa, com idade entre 15 e 35 anos.
A melhor forma de prevenir a doença é se proteger do risco de contrair uma IST. Por isso, o uso de preservativos em todas as relações sexuais está indicado.
Como é o tratamento da doença?
O tratamento é definido de acordo com a causa da doença. Nos casos em que a epididimite é causada por uma bactéria, é indicada a antibioticoterapia. Anti-inflamatórios também são associados para controle de dor e inchaço dos testículos, além de repouso.
Se o paciente tiver uma IST, indica-se o tratamento da parceira. A doença é curável, porém o tratamento não impede uma nova contaminação. Dessa maneira, a prevenção é considerada essencial.
A falta de tratamento pode fazer com que a epididimite se torne crônica, gerando mais dores e incômodos para o paciente. A infecção pode ainda se estender para os testículos, com formação de coleção purulenta na bolsa testicular, com risco de comprometimento da fertilidade masculina.
Qual é a relação entre a epididimite e a infertilidade?
Cerca de 30% dos casos de infertilidade são causadas por fatores masculinos, como a epididimite. Quando o tratamento da doença não é bem-sucedido, uma das complicações possíveis é a redução da fertilidade. A inflamação dos epidídimos pode obstruir a passagem dos espermatozoides, dificultando a gravidez.
Nesses casos, as técnicas de reprodução assistida são uma possibilidade para os casais terem filhos. A escolha do método depende de alguns fatores, como a causa da infertilidade e a idade da paciente, pois a fertilidade da mulher diminui a partir dos 35 anos.
A FIV por ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides) é a técnica mais avançada atualmente. Ela consiste em coletar os óvulos e os espermatozoides do casal, pois a fecundação acontece em um laboratório. Se necessário, os procedimentos PESA e MESA são utilizados para retirar os gametas masculinos diretamente dos epidídimos.
A epididimite é uma doença exclusivamente masculina e curável, porém a falta de tratamento pode causar complicações graves. Ao primeiro sinal dos sintomas, um urologista deve ser consultado. A infertilidade é uma das complicações graves da doença, porém, devido ao avanço da ciência, o homem pode se tornar pai biológico recorrendo à FIV (fertilização in vitro).
Quer saber mais sobre os sintomas, a prevenção e o diagnóstico da doença? Confira o nosso material sobre a epididimite!