Quando um casal inicia as tentativas de engravidar, pode se deparar com uma certa dificuldade, especialmente nos primeiros momentos. É comum, nesses casos, que a possibilidade de infertilidade traga ansiedade e apreensão.
A infertilidade porém, é uma condição bastante específica, ainda que possa ser causada por uma grande diversidade de comorbidades.
A Organização Mundial da Saúde define atualmente em quais situações pode-se suspeitar do diagnóstico de infertilidade, quando outros sintomas não se manifestaram previamente: após um ano de tentativas mal sucedidas em busca de uma gravidez, sem uso de contraceptivos.
A OMS calcula também que a infertilidade conjugal possa ser causada por fatores femininos e masculinos na mesma proporção – e em aproximadamente 30% dos casos de infertilidade, as causas estão relacionadas à função reprodutiva masculina.
Embora essa definição geral possa abranger a maior parte dos casos de infertilidade, só é possível realizar esse diagnóstico de forma precisa após a realização de exames clínicos, laboratoriais e, em algumas situações, pela análise genética.
O espermograma é um dos principais exames solicitados durante a investigação da infertilidade masculina, pois permite avaliar todos os componentes do sêmen e, portanto, revela se existem problemas afetando o potencial reprodutivo dos homens.
Veja o que é o espermograma e em quais situações ele pode ser solicitado!
O que é o espermograma?
O espermograma é um exame laboratorial, cujo objetivo é avaliar, quantitativa e qualitativamente, o líquido ejaculado – também chamado de sêmen.
Essa avaliação é feita a partir da preparação de uma amostra de esperma que, após ser coletada normalmente por masturbação, é enviada para o laboratório, em que será submetida a uma série de processos com o objetivo de separar os diversos elementos que compõem o sêmen.
O fracionamento da amostra de sêmen é importante para avaliar esses elementos de forma isolada, permitindo uma análise acurada de cada um dos parâmetros seminais.
Os resultados do espermograma devem ser comparados aos parâmetros também definidos pela Organização Mundial da Saúde:
- Cor e aspecto: esbranquiçado e viscoso;
- Tempo de liquefação ≤ 60 minutos;
- Volume: ≥ 1,5 ml por ejaculação;
- pH: ≥ 7,2;
- Concentração: ≥ 15 milhões/ml;
- Motilidade progressiva (espermatozoides que se movem e se deslocam): ≥ 32%;
- Motilidade não progressiva (espermatozoides se movem, mas não se deslocam): ≥ 40%;
- Morfologia (integridade da forma do espermatozoide): ≥ 4% de células ovais;
- Vitalidade: ≥ 58% de espermatozoides vivos;
- Concentração de células redondas e de leucócitos: ≤ 1,0 milhão/ml.
Como o espermograma está relacionado à infertilidade masculina?
Por sua abrangência e simplicidade, o espermograma é um exame normalmente solicitado quando se busca delinear diagnósticos acerca da função reprodutiva masculina.
Quando o homem busca atendimento médico por desconfiar de um quadro de infertilidade, o espermograma geralmente é o primeiro exame solicitado nesta investigação.
Contudo, quando outros sintomas além da infertilidade geram incômodo ou manifestam alterações visíveis, também o espermograma pode ser solicitado, mesmo que a infertilidade não seja o foco da investigação clínica.
A avaliação dos resultados obtidos pelo espermograma é importante também para determinar quais outros exames precisam ser solicitados, em busca do delineamento de um diagnóstico mais preciso.
Entre eles, destacamos o teste de fragmentação do DNA espermático e ultrassonografia de bolsa escrotal. Por isso, mesmo que o espermograma sozinho não seja capaz de definir o diagnóstico, ele é geralmente o primeiro passo na investigação da infertilidade masculina, após a anamnese.
Como o espermograma é feito?
Para realização do espermograma, é preciso que, nos dias que antecedem a coleta da amostra de sêmen, o homem respeite uma janela de abstinência sexual, evitando manter relações por no mínimo 2 dias e no máximo 5 dias, para que as ejaculações precedentes não afetem os resultados do exame.
A coleta da amostra de sêmen é realizada por masturbação, normalmente na clínica de reprodução assistida ou no laboratório de análises clínicas, para o qual o exame será encaminhado. Todos os materiais necessários para essa coleta são fornecidos por esses espaços.
A análise laboratorial do sêmen é realizada com auxílio de máquinas, nas quais são colocadas amostras do sêmen em tubos de ensaio, que serão submetidos a uma intensa força centrífuga, capaz de separar esse material biológico em fases distintas, com diferentes componentes do esperma.
A partir desse fracionamento, é possível analisar cada componente de forma individual, o que fornece informações abrangentes sobre a fertilidade masculina.
Espermograma e reprodução assistida
O espermograma costuma ser o primeiro exame solicitado na investigação dos motivos que levaram à infertilidade masculina, especialmente no contexto de reprodução assistida. Atualmente, as técnicas disponíveis são a RSP (relação sexual programada), a IA (inseminação artificial) e a FIV (fertilização in vitro).
Além de ser fundamental para realização de um diagnóstico preciso, o espermograma também fornece informações determinantes para a escolha da técnica de reprodução assistida mais adequada, de acordo como as especificidades de cada caso.
Cada uma das técnicas disponíveis hoje é indicada de forma individualizada, evitando a realização de um procedimento desnecessariamente complexo e caro para resolver problemas simples, e também a escolha de uma técnica menos complexa que não consiga reverter a fertilidade nos casos mais difíceis.
Entenda melhor o que é o espermograma acompanhando nosso conteúdo.