Dificuldades para engravidar: o que pode ser? O que fazer?

É crescente o número de casais que procuram as clínicas de reprodução humana assistida porque estão enfrentando dificuldades para engravidar. Algumas pessoas necessitam de técnicas complexas para superar os fatores de infertilidade, enquanto outras podem melhorar suas condições reprodutivas com medidas simples, como calcular o período fértil.

A maioria dos casais, quando decide ter um filho, desconhece os possíveis desafios que podem surgir nesse percurso de tentativas. Vemos, atualmente, uma prevalência razoável de infertilidade. Cerca de 15% das pessoas em idade reprodutiva são inférteis. 

A prevalência da infertilidade está relacionada a diversas doenças femininas e masculinas, mas também tem relação com as mudanças comportamentais que se deram na sociedade contemporânea, incluindo: hábitos alimentares, consumo elevado de bebidas alcoólicas, estresse e, especificamente no caso das mulheres, prorrogação da maternidade.

De modo geral, a dificuldade para engravidar pode resultar de fatores graves ou de condições bem sutis, que podem ser superadas com a intervenção correta, mas que nem sempre são fáceis de identificar. Portanto, é importante falar sobre esse assunto e saber quando a ajuda médica é necessária.

Vamos esclarecer estas questões agora!

O que fazer antes de tentar engravidar?

Parte das pessoas é surpreendida com uma gravidez não planejada, mas, normalmente, bem-vinda. A partir da notícia, estruturam suas vidas para a chegada da criança. 

Muitos casais, entretanto, planejam e se preparam para ter um filho. Nesse caso, o ideal é procurar um médico para a consulta preconcepcional para realizar alguns exames e iniciar o uso de vitaminas geralmente indicadas, como o ácido fólico.

O especialista também fará recomendações sobre cuidados que devem ser tomados em relação à alimentação e ao consumo de substâncias inapropriadas na gravidez, como álcool e tabaco. Além disso, o casal pode ser melhor orientado quanto ao período da ovulação e à regularidade das relações sexuais.

Caso existam indícios de dificuldade para engravidar, os exames solicitados incluem: espermograma, ultrassonografia pélvica, histerossalpingografia, dosagens hormonais, testes genéticos, entre outros.

Por que alguns casais têm dificuldade para engravidar?

A dificuldade para engravidar que persiste por um ano ou mais, considerando que o casal tenha relações sexuais regularmente e sem contracepção, caracteriza a condição de infertilidade. Após esse período, a avaliação médica deve ser realizada para verificar se existem disfunções reprodutivas — a busca por investigação diagnóstica deve ocorrer após 6 meses de tentativas quando a mulher tem idade superior a 35 anos.

Vejamos, agora, quais são os problemas mais comuns por trás da dificuldade para engravidar:

Infertilidade feminina

A proporção de casos de infertilidade feminina e masculina é semelhante — ao contrário do que pensavam antes, quando a mulher era considerada a principal responsável se o casal não conseguisse engravidar.

Os principais fatores de infertilidade feminina são: 

  • idade materna avançada, visto que se tornou comum postergar a maternidade para depois dos 35 anos; 
  • disfunções ovulatórias, sendo a síndrome dos ovários policísticos (SOP) a causa mais frequente de anovulação; 
  • endometriose, doença que causa infertilidade por vários mecanismos;
  • obstrução das tubas uterinas, causada por endometriose ou infecções genitais; 
  • doenças estruturais uterinas e malformações congênitas, como miomas, pólipos e septo;
  • alterações hormonais que levam às disfunções ovulatórias ou à baixa receptividade uterina; 
  • fatores genéticos, imunológicos e outras condições.

Infertilidade masculina

A infertilidade masculina é caracterizada por alterações seminais e espermáticas, que são reveladas por um espermograma. O exame pode detectar ausência ou baixa concentração de espermatozoides, anormalidade morfológicas ou problemas de motilidade nos gametas. 

Disfunções sexuais e ejaculatórias — disfunção erétil, ejaculação retrógrada ou precoce — também interferem na fertilidade do homem.

As alterações seminais podem resultar de várias doenças ou de procedimentos cirúrgicos. Entre as causas principais, estão: 

  • varicocele
  • infecções genitais; 
  • alterações hormonais; 
  • vasectomia.

Outras condições

Ao realizar os exames necessários, o casal pode receber a notícia de que não existe nenhuma disfunção orgânica por trás da dificuldade para engravidar. Casos assim são classificados pela falta de diagnóstico como infertilidade sem causa aparente (ISCA)

O casal também pode adotar medidas simples para aumentar as chances de gravidez, como calcular a data da ovulação e intensificar a prática das relações sexuais nesse período mais fértil do mês. 

Outra conduta importante, como já foi mencionado aqui, é modificar os hábitos que possam interferir no funcionamento correto do sistema reprodutor. Nesse sentido, é importante evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool. O uso de determinados medicamentos e anabolizantes também deve ser relatado ao médico.

A infertilidade pode ainda estar relacionada aos extremos de peso (obesidade ou magreza excessiva), tanto da mulher quanto do homem, uma vez que isso afeta os níveis dos hormônios que atuam nas funções reprodutivas. Da mesma forma, a prática exacerbada de exercícios físicos pode provocar um desequilíbrio hormonal.

O que fazer diante da infertilidade conjugal?

O acompanhamento médico especializado é fundamental para descobrir quais são os problemas que estão dificultando a gravidez. Assim, é possível realizar os tratamentos pontuais das doenças de base e restaurar a fertilidade espontânea do casal. 

Entretanto, nem sempre é tão simples assim. Muitos casos precisam das técnicas de reprodução assistida, que podem superar desde as condições mais leves de infertilidade até os problemas graves.

No contexto da reprodução assistida, os casais podem superar sua dificuldade para engravidar com relação sexual programada, inseminação artificial ou fertilização in vitro (FIV). A indicação parte de uma avaliação individualizada, tendo em vista todos os fatores identificados. 

Quer mais informações a respeito das condições que podem afetar as chances de gravidez de um casal? Leia nosso texto específico sobre infertilidade masculina!

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Congelamento de Óvulos

Opção para mulheres que não queiram engravidar agora e querem preservar sua fertilidade ou para mulheres que possuem alguma condição médica que possa afetar sua fertilidade futuramente.

Consulta com especialista

  •  Realização de diversos exames para avaliar a resposta que a mulher terá ao estímulo ovariano para a coleta dos óvulos.

Estimulação ovariana e indução da ovulação

  • É feita uma combinação de medicamentos hormonais que ajudam a estimular o crescimento dos folículos que contêm os óvulos nos ovários.

Punção folicular

  • Retirada do líquido contido nos folículos, no qual ficam os óvulos.
  • Feito com o auxílio de uma agulha e de forma indolor, pois a paciente é anestesiada;

Identificação e seleção dos óvulos

  • No laboratório de embriologia são identificados e selecionados os óvulos maduros e de qualidade para o congelamento.

Congelamento

  • Os óvulos selecionados são rapidamente congelados usando uma técnica chamada de vitrificação, que consiste em imersão em nitrogênio líquido em temperaturas extremamente baixas para preservá-los.

Armazenamento

  • São armazenados em um laboratório de Reprodução, geralmente por tempo indeterminado, até que a mulher esteja pronta para utilizá-los, podendo solicitar o descongelamento e utilizar os óvulos em ciclos de FIV, que é a etapa final do processo.
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Relação Sexual Programada (RSP)

Também conhecida como coito programado, ocorre de maneira natural e possui taxas de sucesso mais baixas.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.
  • O hCG provoca o rompimento dos folículos cerca de 36 horas após sua administração.

Tentativas de Gravidez:

  • Orientação ao casal sobre quais serão os dias mais férteis daquele ciclo – que são os dias que eles devem manter as relações sexuais.
  • O espermatozoide sobrevive cerca de 3 dias no sistema reprodutivo feminino e o óvulo cerca de 36h. Portanto, não é necessário estabelecer a hora exata para o coito e sim um período aproximado e muito assertivo.

Conclusão do RSP

  • O teste de gravidez pode ser feito, normalmente, após 14 dias para verificar o sucesso da técnica.

Chances de Sucesso

  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, muito similares às da inseminação artificial (IA).

Recomendação

  • Essa técnica é recomendada no máximo por três ciclos.
  • Após esse período, indicamos a FIV, pois outros fatores podem estar presentes, prejudicando a fertilidade e a FIV oferece mais recursos para superar esses problemas.
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Ovodoação – Recepção de Óvulos

Opção para mulheres inférteis, em virtude de baixa qualidade ou baixa reserva de óvulos.

Cadastro

  • Realização do cadastro da receptora no banco internacional de óvulos da Espanha e Argentina.

Scanner Facial

  • Após o cadastro é feita uma análise facial da receptora, onde são avaliados cerca de 12.000 pontos da face para identificar semelhanças com possíveis doadoras com características físicas e compatibilidade sanguínea da receptora.

Avaliação de Critérios

  • O banco de óvulos pode enviar à receptora informações sobre a doadora mais compatível segundo a análise detalhada, após isso, acontece a tomada da decisão para prosseguir com o tratamento proposto.
  • Antes da doação, a doadora é avaliada por uma equipe médica que verifica sua saúde geral, e diversos critérios.

Documentação

  • Após a seleção da doadora, a documentação é preparada para solicitar a vinda dos óvulos adquiridos do banco internacional para o laboratório.

Realização da fiv

  • A FIV é iniciada após a chegada dos óvulos. O processo de FIV envolve a fertilização dos óvulos com os espermatozoides em laboratório e a transferência do embrião resultante para o útero da receptora.
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Inseminação Artificial

Desenvolvida para aumentar as chances de gravidez em casos de infertilidade com alteração seminal leve, mulheres com idade até 35 anos e tubas uterinas saudáveis, casal homoafetivo feminino.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios, que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.

  • O óvulo sai do ovário e é capturado pelas tubas uterinas onde pode ser fecundado e posteriormente direcionado para o útero.

Coleta e capacitação seminal

  • O sêmen pode ser do parceiro ou de doador.
  • A coleta é feita no laboratório 02 horas antes da inseminação.

  • O sêmen deve ser analisado previamente e preparado a fim de ser depositado na cavidade uterina.

Inseminação

  • Utilizando um cateter, depositamos o sêmen preparado diretamente na cavidade uterina para facilitar o encontro do óvulo com o espermatozoide.
  • Procedimento é indolor e rápido, não havendo necessidade de repouso.

Conclusão da IA

  • O teste de gravidez é realizado 14 dias após a inseminação.
  • Caso o procedimento não seja bem-sucedido, é avaliado com o casal se é válido fazer uma nova tentativa ou se seguimos para a FIV.

Chances de Sucesso

  • O sucesso da IA depende de alguns fatores como a qualidade dos gametas.
  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, um valor inferior ao da FIV.
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Fertilização in vitro

Indicada para a maioria dos casos de infertilidade e apresenta as mais altas taxas de sucesso de gravidez.

Estimulação Ovariana e Indução da Ovulação

  • Preparação do corpo: Feita com medicamentos hormonais para estimular a ovulação e aumentar o crescimento de folículos.
  • Quando os folículos atingem o tamanho adequado, é administrado o hormônio hCG. Após 35 horas, é realizada a coleta dos óvulos.

Punção Ovariana

  • Retirada dos ovócitos do ovário por meio de uma agulha guiada por ultrassom.
  • O sêmen é coletado no mesmo dia e enviado para separar os melhores espermatozoides e aumentar as chances de fecundação.

Fecundação Dos Óvulos

  • Dentre os espermatozoides coletados é identificado o melhor e colocado dentro de cada óvulo.
  •  Os embriões formados a partir da fecundação do óvulo pelo espermatozoide são colocados em incubadoras para se desenvolverem. 

Cultivo Embrionário

  • Desenvolvimento do embrião: o embrião é mantido em um meio de cultivo durante um período de 5 dias, até que esteja em uma fase adequada para ser transferido ou congelado.

Transferência Embrionária

  • O embrião é colocado no útero para iniciar o processo de fixação, da mesma forma que acontece na gestação espontânea.
  • É nesse momento que pode haver uma maior ou menor possibilidade de gestação múltipla, podem ser transferidos até três embriões dependendo da idade da mulher.

Conclusão da FIV

  • Confirmação da gravidez: a gravidez é confirmada por meio de teste de sangue.
  • O exame é realizado em 10 dias após a transferência embrionária.
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