O embrião é resultado da fecundação do óvulo pelo espermatozoide. Esse processo pode acontecer naturalmente em uma das tubas uterinas da mulher ou em laboratório, em um ciclo de fertilização in vitro (FIV).
O primeiro estágio do desenvolvimento embrionário, quando os dois gametas se fundem para formar uma única estrutura, é denominado zigoto.
Em seguida, quando têm início as clivagens, como são chamadas as divisões celulares, iniciando o desenvolvimento de uma nova vida, o zigoto se torna um embrião, que passa por diferentes etapas de desenvolvimento, uma delas chamada de blastocisto.
No contexto da FIV, os embriões formados são cultivados em laboratório por alguns dias. O embriologista acompanha seu desenvolvimento até estarem no estágio adequado para serem transferidos ao útero materno.
Continue lendo e saiba mais sobre blastocisto e qual sua relação com a reprodução assistida e com a fertilidade.
O que significa blastocisto?
Quando o espermatozoide penetra o óvulo, começa um processo de formação do embrião, que se desenvolverá durante a gestação até o parto. O embrião passa por diversos estágios, sendo o blastocisto um deles.
Depois do óvulo fecundado, é formada uma célula diploide chamada de zigoto. Algum tempo depois, começam as clivagens, que são sucessivas divisões celulares.
Na primeira (clivagem), o zigoto se divide em duas células chamadas blastômeros, e o processo de clivagem vai se repetindo, aumentando o número de células até formar uma esfera, chamada mórula.
A mórula é formada na tuba uterina, que impulsiona o embrião em direção ao útero, enquanto as clivagens continuam, até chegar ao útero, quando recebe fluidos uterinos. No 3º ou 4º dia do desenvolvimento, surgem alguns espaços preenchidos por líquido.
Inicia-se a fase do blastocisto aproximadamente no 5º dia de desenvolvimento do embrião, quando as células formam o trofoblasto, o embrioblasto e a blastocele.
O trofoblasto contribui para a formação da placenta, e o embrioblasto irá contribuir para gerar o embrião.
Nesse processo, é formada a massa interna do blastocisto. Quando o desenvolvimento embrionário atinge o estágio de blastocisto, está muito próximo da formação completa do embrião, ideal para a implantação no útero.
Blastocisto e a reprodução assistida
A FIV é uma técnica de reprodução assistida de alta complexidade, em que praticamente todos os estágios iniciais da formação do embrião e do desenvolvimento embrionário são feitos em laboratório.
Ela é indicada para casos graves de infertilidade ou de infertilidade sem causa aparente (ISCA).
A FIV é indicada depois de uma detalhada avaliação da infertilidade do casal.
Alguns exames solicitados são, para o homem: espermograma, teste de fragmentação do DNA espermático, testes de função espermática, ultrassonografia testicular e testes hormonais; para a mulher: ultrassonografia pélvica, histerossalpingografia, testes hormonais e reserva ovariana.
Existem exames mais específicos, solicitados em determinados casos.
A primeira etapa da FIV é a estimulação ovariana e indução da ovulação. Nessa etapa, a mulher faz uso de medicamentos para estimular os ovários a produzirem um número maior de óvulos.
Quando os óvulos atingem a maturidade, programamos a coleta dos óvulos. É necessário um número elevado de óvulos para aumentar as chances de gravidez.
A segunda etapa é a coleta dos óvulos por punção e do sêmen por masturbação ou por procedimento cirúrgico ou punção, que coletam os gametas diretamente dos testículos ou epidídimos.
Depois da coleta dos gametas, é feita a fecundação em laboratório.
Cada espermatozoide é injetado diretamente dentro de cada óvulo, aumentando significativamente as chances de fecundação.
Os embriões formados ficam por 2 a 5 dias em cultivo embrionário, quando já podem ser transferidos ao útero da paciente. É durante o cultivo embrionário que o embrião chega ao estágio de blastocisto.
Em alguns casos, ele é transferido com 3 dias de desenvolvimento, atingindo o estágio de blastocisto já dentro do útero.
Teste genético e blastocisto
Na FIV, durante o cultivo embrionário, pode ser feito um teste genético chamado diagnóstico genético pré-implantacional, dependendo da indicação.
O ideal é realizá-lo quando o embrião está em estágio de blastocisto, devido à quantidade de células biopsiadas.
Nesse estágio, é possível analisar um maior número de células para investigação dos aspectos genéticos do embrião e selecionar os saudáveis para a transferência ao útero.
O teste também pode ser feito no 3º dia de desenvolvimento, mas as informações obtidas não são tão completas em virtude da quantidade de células obtidas do embrião.
Por meio deste exame, é possível identificar anomalias nas etapas iniciais de desenvolvimento embrionário.
Os testes genéticos são indicados principalmente quando a família carrega uma doença genética conhecida, quando o casal já passou por falhas de implantação e/ou episódios de abortos de repetição.
Este artigo esclareceu suas dúvidas acerca do que é blastocisto? Se deseja ter mais informações acerca do assunto, leia outro artigo que irá esclarecer qualquer questionamento que ainda possa ter.