As diversas técnicas de reprodução assistida disponibilizadas pela medicina reprodutiva hoje são mais conhecidas por seus benefícios aos casais com algum tipo de infertilidade masculina e infertilidade feminina, porém sua aplicação é bem mais abrangente que isso.
O atendimento de casais homoafetivos que desejam ter filhos biológicos é uma dessas aplicações, assim como as demandas de pessoas que precisam passar por tratamentos oncológicos e optam pela preservação oncológica da fertilidade, além das solteiras que desejam ter filhos de forma independente ou adiar a maternidade, realizando, nesse caso, a preservação social da fertilidade.
Casais homoafetivos masculinos e femininos têm demandas específicas para o uso da reprodução assistida, e a gestação compartilhada para os femininos é um desses recursos.
Acompanhe a leitura do texto a seguir e entenda melhor como é feita a gestação compartilhada e os benefícios que pode trazer aos casais homoafetivos femininos.
A gestação compartilhada reúne procedimentos envolvidos na FIV (fertilização in vitro), que permitem dividir as experiências da gestação entre as duas mulheres de um casal homoafetivo feminino.
A fecundação, por exemplo, pode ser feita com os óvulos de uma das mulheres e espermatozoides obtidos por doação de sêmen. Após o cultivo dos embriões formados, eles são transferidos para o útero de sua companheira, permitindo que ambas participem de alguma forma do processo gestacional.
O protocolo tradicional da FIV deve ser adaptado a demandas específicas da gestação compartilhada, como o alinhamento dos ciclos reprodutivos das mulheres do casal, o descongelamento do sêmen do doador e o acompanhamento do preparo endometrial da mulher que receberá os embriões.
O alinhamento dos ciclos reprodutivos pode ser realizado com medicação hormonal e é importante porque, enquanto os processos envolvendo a estimulação ovariana, coleta de folículos, fecundação e cultivo embrionário estão acontecendo, a paciente que receberá os embriões precisa apresentar um preparo endometrial adequado.
A primeira etapa, a estimulação ovariana, é realizada por aquela que fornecerá os óvulos, com a administração diária de medicamentos hormonais, cujos efeitos são monitorados por ultrassonografia transvaginal.
Quando o monitoramento da estimulação ovariana indica o auge do amadurecimento das células reprodutivas, a aspiração folicular, procedimento pelo qual se obtém os gametas femininos, deve ser realizada, enquanto o sêmen do doador é descongelado e submetido ao preparo seminal para escolha dos melhores espermatozoides.
Simultaneamente, o preparo endometrial daquela que irá gestar o bebê também é monitorado por este exame, que indica a necessidade ou não de intervenção medicamentosa para auxiliar o processo.
É importante lembrar que o sêmen obtido por doação, conservado por criopreservação, hoje realizada por vitrificação, mantém as células reprodutivas masculinas intactas, garantindo resultados semelhantes aos tratamento realizados com espermatozoides frescos.
A fecundação acontece, então, em ambiente laboratorial, quando cada espermatozoide é injetado diretamente no citoplasma do óvulo. O método é conhecido como ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides. A FIV com ICSI é, hoje, a técnica mais utilizada para a fecundação no mundo todo.
O cultivo dos embriões também é feito em laboratório, que permite a seleção de um número específico para a transferência embrionária, estabelecido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em no máximo 4, dependendo da idade da mulher.
Ao final do cultivo embrionário, que dura entre 3 e 5 dias, e se o monitoramento do preparo endometrial da parceira indicar que há receptividade, os embriões são transferidos e espera-se que a implantação embrionária aconteça, dando início à gestação.
Para que a gestação seja realmente compartilhada, ou seja, que uma das mulheres atue fornecendo as células reprodutivas para que a outra possa gestar o bebê, a fecundação precisa obrigatoriamente ser feita fora do corpo da mulher, o que só pode ocorrer na FIV.
Nas demais técnicas de reprodução assistida disponíveis atualmente – RSP (relação sexual programada) e IA (inseminação artificial) –a fecundação acontece naturalmente, nas tubas uterinas, e por isso a mulher que fornece os óvulos deve ser a mesma que passa pela gestação.
Além da gestação compartilhada, os casais homoafetivos têm outras opções para conseguir ter filhos biológicos com auxílio da reprodução assistida.
No caso dos casais femininos, é possível também podem optar pela IA, em que o sêmen do doador é descongelado, os espermatozoides preparados e depositados no útero de uma das mulheres durante o período fértil, após a aplicação dos protocolos específicos de estimulação ovariana para essa técnica.
Para os casais homoafetivos masculinos, no entanto, o processo pode ser ligeiramente mais complexo. Além de dependerem da ovodoação, que deve ser anônima, assim como a doação de sêmen, os homens somente podem ser atendidos pela FIV e precisam também encontrar uma mulher, entre suas parentes de até quarto grau, que aceite passar pela gestação por cessão temporária de útero.
A reprodução assistida atende às mais diversas demandas reprodutivas, inclusive infertilidade por doenças como a endometriose. Leia mais sobre ela tocando o link.
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