Como saber se sou infértil?

A infertilidade feminina, a infertilidade masculina ou uma combinação das duas é um problema que afeta milhões de casais no mundo todo. Estima-se que de 10% a 18% tenham dificuldades para ter um bebê ou alcançar um parto bem-sucedido.

Em 40% desses casos a parceira não pode conceber, outros 40% correspondem aos homens e 20% são provocados por causas indeterminadas (infertilidade sem causa aparente – ISCA).

A infertilidade é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como “uma doença do sistema reprodutivo manifestada pela falha em alcançar uma gravidez clínica após 12 meses ou mais de relações sexuais regulares desprotegidas”.

Mulheres acima dos 36 anos devem considerar um tempo menor para procurar um especialista: aproximadamente 6 meses até os 39 anos e 3 meses acima dos 40 anos, uma vez que a reserva ovariana diminui com o envelhecimento.

Para confirmar a suspeita o homem também deverá procurar auxílio médico. Nos dois casos, diferentes exames são realizados com objetivo de detectar o que provocou o problema. Continue a ler este texto e entenda como saber se há infertilidade.

Como suspeitar se há infertilidade?

Embora a infertilidade geralmente seja assintomática, descoberta, na maioria dos casos a partir da tentativa malsucedida em engravidar, alguns sintomas manifestados por doenças que podem causar o problema contribuem para identificá-lo.

Nas mulheres, abortamentos recorrentes espontâneos, assim como a tentativa frustrada também são um sinal.

Os sintomas mais comuns de infertilidade feminina são irregularidades menstruais e desequilíbrio hormonal, comuns a maioria das doenças que causam alterações no funcionamento do sistema reprodutor, resultando em dificuldades para engravidar.

As irregularidades menstruais têm como característica ciclos mais longos do que o normal por mais do que seis meses consecutivos, períodos dolorosos com muito ou pouco fluxo, ou ausência de menstruação, além de dor durante a relação sexual.

Já o desequilíbrio hormonal pode ser percebido por sintomas como inchaço ou ganho de peso repentinos, mudanças na libido, crescimento de pelos em locais pouco comuns, como a face, seios ou costas, queda de cabelo e surgimento de uma secreção leitosa nos mamilos.

As irregularidades menstruais surgem como consequência do desequilíbrio hormonal, que por sua vez pode ser provocado por diferentes patologias femininas como síndrome dos ovários policísticos (SOP), endometriose, miomas uterinos, pólipos endometriais ou inflamações que afetam o sistema reprodutor feminino, assim como pode resultar de distúrbios da tireoide.

A principal consequência do desequilíbrio hormonal são os problemas de ovulação, quando há dificuldades no desenvolvimento e amadurecimento do folículo (bolsas que armazenam os óvulos) ou no rompimento dele para liberá-lo, resultando em anovulação ou ausência de ovulação.

Miomas uterinos, endometriose e aderências comuns aos processos inflamatórios também podem causar obstruções nas tubas uterinas, outra causa frequente de infertilidade feminina.

A impossibilidade de a mulher engravidar pode ser causada, ainda, por doenças genéticas ou autoimunes, pela trombofilia e pela falência ovariana precoce (FOP), condição em que há falência da função dos ovários com menos de 40 anos.

O desequilíbrio nos níveis dos hormônios também provoca a infertilidade masculina, levando a alterações no processo de produção dos espermatozoides, chamado espermatogênese, diminuindo ou cessando produção, ao mesmo tempo que interfere na qualidade dos que são produzidos.

Nesse caso, resulta de problemas no eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal, que regula esse processo, causados por diferentes condições que afetam os testículos e suas estruturas, incluindo inflamações que afetam o sistema reprodutor masculino e doenças como o diabetes, caxumba e varicocele, lesões ou tumores testiculares.

As aderências, comuns aos processos inflamatórios, podem bloquear ou dificultar transporte até as tubas uterinas para que ocorra a fecundação dos óvulos. Os bloqueios podem ser ainda provocados por doenças genéticas, por lesões cirúrgicas ou traumas na região testicular.

Alterações na produção e bloqueios, resultam na ausência de espermatozoides no sêmen, condição conhecida como azoospermia, uma das causas mais frequentes de infertilidade masculina.

Alterações na fertilidade masculina podem, da mesma forma, ser provocadas por distúrbios genéticos e por problemas na função sexual. Veja abaixo os sintomas que podem indicar a necessidade de procurar auxílio médico.

  • Dor testicular de moderada a grave;
  • Sensibilidade durante vários dias em um ou ambos os testículos;
  • Inchaço de um ou ambos os testículos;
  • Assimetria testicular;
  • Secreção peniana;
  • Dor ao ejacular;
  • Dor durante as relações sexuais;
  • Febre baixa e náusea associada ao vômito;
  • Dor e presença de linfonodos na virilha;
  • Diminuição dos pelos corporais;
  • Diminuição dos pelos faciais;
  • Crescimento anormal das mamas (ginecomastia);
  • Alterações no sono;
  • Redução da libido;
  • Dificuldades em ter ou manter uma ereção (disfunção erétil);
  • Dificuldades para ejacular;
  • Pequenos volumes ejaculados;
  • Ejaculação precoce.

Como a infertilidade é diagnosticada?

Para identificar a causa de infertilidade são realizados diversos exames, laboratoriais e de imagem.

Para as mulheres, o primeiro exame geralmente solicitado é a avaliação da reserva ovariana, que permite identificar a quantidade e qualidade dos gametas femininos. Já o espermograma é o exame utilizado para avaliar a fertilidade masculina, analisando a qualidade do sêmen e dos espermatozoides.

Testes hormonais indicam os níveis dos hormônios responsáveis pelo processo reprodutivo, enquanto os exames de imagem confirmam se há obstruções ou anormalidades nos órgãos reprodutores.

Se houver suspeita de infertilidade causada por distúrbios genéticos, ou histórico familiar de doenças hereditárias, o rastreio genético também deverá ser feito.

Os resultados apontados pelos exames orientam para o tratamento mais adequado em cada caso.

Infertilidade e técnicas de reprodução assistida

Na maioria das vezes os problemas de fertilidade têm tratamento, possibilitando a restauração do processo reprodutivo. Quando isso não acontece, entretanto, ainda é possível engravidar por tratamentos de reprodução assistida. Conheça abaixo as três principais técnicas e indicações de cada uma:

Relação sexual programada: uma das técnicas de baixa complexidade, prevê a fecundação de forma natural. O tratamento tem como objetivo estimular o desenvolvimento e amadurecimento de mais folículos, procedimento conhecido como estimulação ovariana e a programação do melhor momento para intensificar a relação sexual.

É indicada para mulheres com até 35 anos e as tubas uterinas saudáveis, distúrbios de ovulação, endometriose nos estágios iniciais ou diagnosticadas com infertilidades em causa aparente (ISCA), com parceiros cujos espermatozoides estejam dentro dos padres de normalidade.

Inseminação intrauterina (IA): na IA a fecundação, da mesma forma, ocorre naturalmente, por isso, assim como a RSP é uma técnica considerada de baixa complexidade. As indicações também são as mesmas. O diferencial é que a técnica possibilita o tratamento quando há alterações de menor gravidade nos espermatozoides, pois os melhores são selecionados por técnicas de preparo seminal. Assim, a técnica está indicada se houver problemas na função sexual.

Fertilização in vitro (FIV): a FIV é uma técnica de alta complexidade, pois a fecundação ocorre em laboratório, in vitro. É indicada principalmente para mulheres acima de 36 anos, com obstruções nas tubas uterinas, endometriose em estágios mais avançados e problemas mais graves de infertilidade feminina e masculina.

Todas elas aumentam as chances de gravidez, com percentuais que variam de acordo com a complexidade do procedimento: nas técnicas de baixa complexidade, são semelhantes aos da gestação natural, aproximadamente 20% a cada ciclo. Na fertilização in vitro são em média 40% por ciclo de tratamento.

Quer saber mais? Leia o nosso conteúdo especial sobre o assunto tocando aqui.

Facebook
Twitter
LinkedIn
O sonho de nossos pacientes também passa a ser nosso e, para torná-lo realidade, não medimos esforços.

Congelamento de Óvulos

Opção para mulheres que não queiram engravidar agora e querem preservar sua fertilidade ou para mulheres que possuem alguma condição médica que possa afetar sua fertilidade futuramente.

Consulta com especialista

  •  Realização de diversos exames para avaliar a resposta que a mulher terá ao estímulo ovariano para a coleta dos óvulos.

Estimulação ovariana e indução da ovulação

  • É feita uma combinação de medicamentos hormonais que ajudam a estimular o crescimento dos folículos que contêm os óvulos nos ovários.

Punção folicular

  • Retirada do líquido contido nos folículos, no qual ficam os óvulos.
  • Feito com o auxílio de uma agulha e de forma indolor, pois a paciente é anestesiada;

Identificação e seleção dos óvulos

  • No laboratório de embriologia são identificados e selecionados os óvulos maduros e de qualidade para o congelamento.

Congelamento

  • Os óvulos selecionados são rapidamente congelados usando uma técnica chamada de vitrificação, que consiste em imersão em nitrogênio líquido em temperaturas extremamente baixas para preservá-los.

Armazenamento

  • São armazenados em um laboratório de Reprodução, geralmente por tempo indeterminado, até que a mulher esteja pronta para utilizá-los, podendo solicitar o descongelamento e utilizar os óvulos em ciclos de FIV, que é a etapa final do processo.
Agendar Consulta

Relação Sexual Programada (RSP)

Também conhecida como coito programado, ocorre de maneira natural e possui taxas de sucesso mais baixas.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.
  • O hCG provoca o rompimento dos folículos cerca de 36 horas após sua administração.

Tentativas de Gravidez:

  • Orientação ao casal sobre quais serão os dias mais férteis daquele ciclo – que são os dias que eles devem manter as relações sexuais.
  • O espermatozoide sobrevive cerca de 3 dias no sistema reprodutivo feminino e o óvulo cerca de 36h. Portanto, não é necessário estabelecer a hora exata para o coito e sim um período aproximado e muito assertivo.

Conclusão do RSP

  • O teste de gravidez pode ser feito, normalmente, após 14 dias para verificar o sucesso da técnica.

Chances de Sucesso

  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, muito similares às da inseminação artificial (IA).

Recomendação

  • Essa técnica é recomendada no máximo por três ciclos.
  • Após esse período, indicamos a FIV, pois outros fatores podem estar presentes, prejudicando a fertilidade e a FIV oferece mais recursos para superar esses problemas.
Agendar Consulta

Ovodoação – Recepção de Óvulos

Opção para mulheres inférteis, em virtude de baixa qualidade ou baixa reserva de óvulos.

Cadastro

  • Realização do cadastro da receptora no banco internacional de óvulos da Espanha e Argentina.

Scanner Facial

  • Após o cadastro é feita uma análise facial da receptora, onde são avaliados cerca de 12.000 pontos da face para identificar semelhanças com possíveis doadoras com características físicas e compatibilidade sanguínea da receptora.

Avaliação de Critérios

  • O banco de óvulos pode enviar à receptora informações sobre a doadora mais compatível segundo a análise detalhada, após isso, acontece a tomada da decisão para prosseguir com o tratamento proposto.
  • Antes da doação, a doadora é avaliada por uma equipe médica que verifica sua saúde geral, e diversos critérios.

Documentação

  • Após a seleção da doadora, a documentação é preparada para solicitar a vinda dos óvulos adquiridos do banco internacional para o laboratório.

Realização da fiv

  • A FIV é iniciada após a chegada dos óvulos. O processo de FIV envolve a fertilização dos óvulos com os espermatozoides em laboratório e a transferência do embrião resultante para o útero da receptora.
Agendar Consulta

Inseminação Artificial

Desenvolvida para aumentar as chances de gravidez em casos de infertilidade com alteração seminal leve, mulheres com idade até 35 anos e tubas uterinas saudáveis, casal homoafetivo feminino.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios, que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.

  • O óvulo sai do ovário e é capturado pelas tubas uterinas onde pode ser fecundado e posteriormente direcionado para o útero.

Coleta e capacitação seminal

  • O sêmen pode ser do parceiro ou de doador.
  • A coleta é feita no laboratório 02 horas antes da inseminação.

  • O sêmen deve ser analisado previamente e preparado a fim de ser depositado na cavidade uterina.

Inseminação

  • Utilizando um cateter, depositamos o sêmen preparado diretamente na cavidade uterina para facilitar o encontro do óvulo com o espermatozoide.
  • Procedimento é indolor e rápido, não havendo necessidade de repouso.

Conclusão da IA

  • O teste de gravidez é realizado 14 dias após a inseminação.
  • Caso o procedimento não seja bem-sucedido, é avaliado com o casal se é válido fazer uma nova tentativa ou se seguimos para a FIV.

Chances de Sucesso

  • O sucesso da IA depende de alguns fatores como a qualidade dos gametas.
  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, um valor inferior ao da FIV.
Agendar Consulta

Fertilização in vitro

Indicada para a maioria dos casos de infertilidade e apresenta as mais altas taxas de sucesso de gravidez.

Estimulação Ovariana e Indução da Ovulação

  • Preparação do corpo: Feita com medicamentos hormonais para estimular a ovulação e aumentar o crescimento de folículos.
  • Quando os folículos atingem o tamanho adequado, é administrado o hormônio hCG. Após 35 horas, é realizada a coleta dos óvulos.

Punção Ovariana

  • Retirada dos ovócitos do ovário por meio de uma agulha guiada por ultrassom.
  • O sêmen é coletado no mesmo dia e enviado para separar os melhores espermatozoides e aumentar as chances de fecundação.

Fecundação Dos Óvulos

  • Dentre os espermatozoides coletados é identificado o melhor e colocado dentro de cada óvulo.
  •  Os embriões formados a partir da fecundação do óvulo pelo espermatozoide são colocados em incubadoras para se desenvolverem. 

Cultivo Embrionário

  • Desenvolvimento do embrião: o embrião é mantido em um meio de cultivo durante um período de 5 dias, até que esteja em uma fase adequada para ser transferido ou congelado.

Transferência Embrionária

  • O embrião é colocado no útero para iniciar o processo de fixação, da mesma forma que acontece na gestação espontânea.
  • É nesse momento que pode haver uma maior ou menor possibilidade de gestação múltipla, podem ser transferidos até três embriões dependendo da idade da mulher.

Conclusão da FIV

  • Confirmação da gravidez: a gravidez é confirmada por meio de teste de sangue.
  • O exame é realizado em 10 dias após a transferência embrionária.
Agendar Consulta