Clamídia e reprodução assistida: qual a relação?

Segundo dados da OMS, a clamídia está entre as ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) mais recorrentes, num panorama global, afetando até um quarto da população, especialmente homens e mulheres entre 15 e 49 anos. Uma das possíveis consequências da infecção por clamídia é a infertilidade.

Apesar de ter sintomas típicos, em grande parte dos casos as pessoas que entraram em contato com a bactéria Chlamydia trachomatis, responsável por provocar clamídia, são assintomáticas, o que dificulta principalmente o diagnóstico e consequentemente o tratamento, precoces.

Além do contágio por contato sexual desprotegido, a clamídia também pode ser transmitida para o bebê durante o parto, oferecendo risco de danos especialmente ligados à saúde dos olhos e dos pulmões.

As terapêuticas à base de antibióticos podem auxiliar na erradicação da bactéria, porém, em alguns casos, mesmo com o tratamento a infecção pode deixar problemas, principalmente relacionados à infertilidade.

Isso faz com que a reprodução assistida seja, muitas vezes, uma indicação possível para pessoas com infertilidade decorrente de clamídia, embora nem todas as técnicas sejam adequadas, e as indicações sejam feitas sempre caso a caso.

Este texto apresenta especificamente essa relação, mostrando qual o papel da reprodução assistida na reversão da infertilidade de homens e mulheres com histórico de clamídia.

Por que a clamídia causa infertilidade?

A clamídia é uma IST causada pelo contato, por vias sexuais ou durante o parto, com a bactéria Chlamydia trachomatis, que possui um ciclo de vida dividido em duas fases: reprodutiva e infecciosa.

Durante uma relação sexual sem o uso de preservativos de barreira, a bactéria penetra as células do trecho inicial do aparelho reprodutivo, onde se reproduz. Em seguida, as novas bactérias rompem a membrana dessas células e dirigem-se à outras, recomeçando o ciclo e fazendo com que a infecção progrida.

A infertilidade causada pela clamídia pode ser devido à própria infecção, quando esta está ativa, antes do tratamento, ou decorrente das cicatrizes deixadas por ela sobre os tecidos parasitados pela bactéria, mesmo após o tratamento e a erradicação.

Nos homens, a evolução da infecção por clamídia pode causar uretrite, e nesses casos o próprio processo infeccioso altera o ambiente da uretra provocando danos aos espermatozoides, tornando-os inviáveis. E também epididimite, ao atingir os epidídimos, bloqueando a saída dos espermatozoides para compor o sêmen.

Os casos de epididimite, quando a infecção deixou aderências, podem provocar infertilidade masculina por azoospermia obstrutiva.

Quando a infecção por clamídia acontece no corpo das mulheres, a fertilidade pode ser prejudicada pela formação de um quadro de endometrite, a infecção do endométrio, camada de revestimento da cavidade uterina, provocando danos à receptividade endometrial e consequentemente à implantação embrionária.

Se espalhar para as tubas uterinas, pode ocasionar o surgimento de hidrossalpinge, um edema que bloqueia as tubas e impede a passagem dos gametas para a fecundação.

Semelhante ao que acontece quando os epidídimos são obstruídos por cicatrizes deixadas pela infecção, essas aderências também podem acontecer nas tubas uterinas, causando infertilidade feminina e aumentando as chances de gestação ectópica.

Como identificar a infecção por clamídia?

Um dos fatores que mais dificulta o diagnóstico da clamídia é o fato de a maior parte dos portadores dessa IST ser assintomática. É comum que essas pessoas só tenham conhecimento da doença quando iniciam a investigação para as causas da infertilidade, após encontrar dificuldades nas tentativas para engravidar.

Quando é sintomática, a clamídia apresenta os seguintes sinais:

  • Corrimento vaginal/ peniano amarelado;
  • Sangramento espontâneo ou durante as relações sexuais;
  • Dor e ardência ao urinar;
  • Dor durante as relações sexuais;
  • Dor no baixo ventre (pé da barriga);
  • Dor nos testículos.

Esses sintomas, porém, são comuns à outras ISTs e por isso o diagnóstico preciso só é feito após a coleta de material biológico (secreção peniana ou secreção presente no colo do útero), que é testada em laboratório.

Os tratamentos são sempre com antibióticos, prescritos inclusive para a parceria, mesmo sem sintomas, com objetivo de prevenir a recontaminação. Cerca de 15 dias após o final do tratamento, os exames podem ser repetidos para confirmar que a infecção foi erradicada.

Qual o papel da reprodução assistida?

É relativamente comum que homens e mulheres com histórico de infecção por clamídia desenvolvam infertilidade mesmo após a erradicação da bactéria, em decorrência das cicatrizes deixadas pela infecção, que normalmente ocorrem nas tubas uterinas e nos epidídimos.

Essas duas estruturas funcionam para homens e mulheres como vias condutoras dos gametas e sua obstrução impede que essas células se encontrem e a fecundação aconteça.

Além disso, no caso das mulheres, os problemas tubários que resultam da clamídia também podem dificultar a saída do embrião das tubas e provocar gestação ectópica, que oferece inclusive risco de morte para a mulher.

Por isso, a FIV (fertilização in vitro) é a técnica de reprodução assistida indicada para homens e mulheres com histórico de clamídia, que buscam ter filhos.

Nessa técnica é possível coletar os espermatozoides por punção epididimária ou testicular e realizar a fecundação fora das tubas uterinas, em ambiente laboratorial, com posterior transferência dos embriões direto para o útero da mulher, contornando os problemas obstrutivos deixados pela infecção.

Quer saber mais sobre clamídia? Toque o link e acesse nosso conteúdo.

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Congelamento de Óvulos

Opção para mulheres que não queiram engravidar agora e querem preservar sua fertilidade ou para mulheres que possuem alguma condição médica que possa afetar sua fertilidade futuramente.

Consulta com especialista

  •  Realização de diversos exames para avaliar a resposta que a mulher terá ao estímulo ovariano para a coleta dos óvulos.

Estimulação ovariana e indução da ovulação

  • É feita uma combinação de medicamentos hormonais que ajudam a estimular o crescimento dos folículos que contêm os óvulos nos ovários.

Punção folicular

  • Retirada do líquido contido nos folículos, no qual ficam os óvulos.
  • Feito com o auxílio de uma agulha e de forma indolor, pois a paciente é anestesiada;

Identificação e seleção dos óvulos

  • No laboratório de embriologia são identificados e selecionados os óvulos maduros e de qualidade para o congelamento.

Congelamento

  • Os óvulos selecionados são rapidamente congelados usando uma técnica chamada de vitrificação, que consiste em imersão em nitrogênio líquido em temperaturas extremamente baixas para preservá-los.

Armazenamento

  • São armazenados em um laboratório de Reprodução, geralmente por tempo indeterminado, até que a mulher esteja pronta para utilizá-los, podendo solicitar o descongelamento e utilizar os óvulos em ciclos de FIV, que é a etapa final do processo.
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Relação Sexual Programada (RSP)

Também conhecida como coito programado, ocorre de maneira natural e possui taxas de sucesso mais baixas.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.
  • O hCG provoca o rompimento dos folículos cerca de 36 horas após sua administração.

Tentativas de Gravidez:

  • Orientação ao casal sobre quais serão os dias mais férteis daquele ciclo – que são os dias que eles devem manter as relações sexuais.
  • O espermatozoide sobrevive cerca de 3 dias no sistema reprodutivo feminino e o óvulo cerca de 36h. Portanto, não é necessário estabelecer a hora exata para o coito e sim um período aproximado e muito assertivo.

Conclusão do RSP

  • O teste de gravidez pode ser feito, normalmente, após 14 dias para verificar o sucesso da técnica.

Chances de Sucesso

  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, muito similares às da inseminação artificial (IA).

Recomendação

  • Essa técnica é recomendada no máximo por três ciclos.
  • Após esse período, indicamos a FIV, pois outros fatores podem estar presentes, prejudicando a fertilidade e a FIV oferece mais recursos para superar esses problemas.
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Ovodoação – Recepção de Óvulos

Opção para mulheres inférteis, em virtude de baixa qualidade ou baixa reserva de óvulos.

Cadastro

  • Realização do cadastro da receptora no banco internacional de óvulos da Espanha e Argentina.

Scanner Facial

  • Após o cadastro é feita uma análise facial da receptora, onde são avaliados cerca de 12.000 pontos da face para identificar semelhanças com possíveis doadoras com características físicas e compatibilidade sanguínea da receptora.

Avaliação de Critérios

  • O banco de óvulos pode enviar à receptora informações sobre a doadora mais compatível segundo a análise detalhada, após isso, acontece a tomada da decisão para prosseguir com o tratamento proposto.
  • Antes da doação, a doadora é avaliada por uma equipe médica que verifica sua saúde geral, e diversos critérios.

Documentação

  • Após a seleção da doadora, a documentação é preparada para solicitar a vinda dos óvulos adquiridos do banco internacional para o laboratório.

Realização da fiv

  • A FIV é iniciada após a chegada dos óvulos. O processo de FIV envolve a fertilização dos óvulos com os espermatozoides em laboratório e a transferência do embrião resultante para o útero da receptora.
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Inseminação Artificial

Desenvolvida para aumentar as chances de gravidez em casos de infertilidade com alteração seminal leve, mulheres com idade até 35 anos e tubas uterinas saudáveis, casal homoafetivo feminino.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios, que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.

  • O óvulo sai do ovário e é capturado pelas tubas uterinas onde pode ser fecundado e posteriormente direcionado para o útero.

Coleta e capacitação seminal

  • O sêmen pode ser do parceiro ou de doador.
  • A coleta é feita no laboratório 02 horas antes da inseminação.

  • O sêmen deve ser analisado previamente e preparado a fim de ser depositado na cavidade uterina.

Inseminação

  • Utilizando um cateter, depositamos o sêmen preparado diretamente na cavidade uterina para facilitar o encontro do óvulo com o espermatozoide.
  • Procedimento é indolor e rápido, não havendo necessidade de repouso.

Conclusão da IA

  • O teste de gravidez é realizado 14 dias após a inseminação.
  • Caso o procedimento não seja bem-sucedido, é avaliado com o casal se é válido fazer uma nova tentativa ou se seguimos para a FIV.

Chances de Sucesso

  • O sucesso da IA depende de alguns fatores como a qualidade dos gametas.
  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, um valor inferior ao da FIV.
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Fertilização in vitro

Indicada para a maioria dos casos de infertilidade e apresenta as mais altas taxas de sucesso de gravidez.

Estimulação Ovariana e Indução da Ovulação

  • Preparação do corpo: Feita com medicamentos hormonais para estimular a ovulação e aumentar o crescimento de folículos.
  • Quando os folículos atingem o tamanho adequado, é administrado o hormônio hCG. Após 35 horas, é realizada a coleta dos óvulos.

Punção Ovariana

  • Retirada dos ovócitos do ovário por meio de uma agulha guiada por ultrassom.
  • O sêmen é coletado no mesmo dia e enviado para separar os melhores espermatozoides e aumentar as chances de fecundação.

Fecundação Dos Óvulos

  • Dentre os espermatozoides coletados é identificado o melhor e colocado dentro de cada óvulo.
  •  Os embriões formados a partir da fecundação do óvulo pelo espermatozoide são colocados em incubadoras para se desenvolverem. 

Cultivo Embrionário

  • Desenvolvimento do embrião: o embrião é mantido em um meio de cultivo durante um período de 5 dias, até que esteja em uma fase adequada para ser transferido ou congelado.

Transferência Embrionária

  • O embrião é colocado no útero para iniciar o processo de fixação, da mesma forma que acontece na gestação espontânea.
  • É nesse momento que pode haver uma maior ou menor possibilidade de gestação múltipla, podem ser transferidos até três embriões dependendo da idade da mulher.

Conclusão da FIV

  • Confirmação da gravidez: a gravidez é confirmada por meio de teste de sangue.
  • O exame é realizado em 10 dias após a transferência embrionária.
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