Pólipos endometriais e reprodução assistida

O útero é um dos órgãos mais importantes quando pensamos na possibilidade de gestação e sua integridade pode ser decisiva na escolha da melhor técnica de reprodução assistida, especialmente quando a mulher apresenta infertilidade feminina decorrente dos pólipos endometriais.

Localizado no centro da cavidade pélvica e conectado aos ovários pelas tubas uterinas, é um órgão composto por três camadas de tecidos diferentes: endométrio, miométrio e perimétrio.

Enquanto o perimétrio é uma camada serosa, de revestimento externo em contato com o peritônio – tecido de preenchimento da cavidade uterina –, o miométrio é tipicamente constituído por células da musculatura lisa, que distendem e contraem durante a gestação e o parto.

O endométrio é a camada de revestimento interno, formado por células glandulares e estromáticas, que respondem à ação dos hormônios sexuais.

Durante a fase proliferativa e secretora, o endométrio torna-se respectivamente espesso pela ação estrogênica, e estratificado pela ação da progesterona, num processo chamado preparo endometrial.

Quando a fecundação não acontece, a queda na concentração desses hormônios faz com que o endométrio descame e seja expelido em forma de menstruação.

Essa é uma das camadas uterinas mais importantes para a gestação, pois a implantação embrionária, após a fecundação, acontece neste tecido, que também mantém contato direto com a placenta durante toda a gravidez.

Apesar de mais prevalente em mulheres na pós-menopausa, os pólipos endometriais também podem se manifestar em idade reprodutiva e esse costuma ser um dos motivos de buscar auxílio nos tratamentos com reprodução assistida.

Este texto mostra como a reprodução assistida pode ajudar mulheres com pólipos endometriais e também como a doença, se não tratada adequadamente, pode, por sua vez, prejudicar as taxas de gestação das técnicas de reprodução assistida. Boa leitura!

O que são pólipos endometriais?

Pólipos endometriais são massas tumorais, compostas por endométrio hiperplásico – ou seja, que apresenta uma proliferação anormal de células –, e mostram-se em formato filiforme, aderidas à camada basal do endométrio. Seu crescimento está associado a um hiper estímulo hormonal, envolvendo principalmente o estrogênio.

Os principais fatores de risco para o desenvolvimento dos pólipos endometriais incluem idade – a doença é mais prevalente em mulheres com idade superior a 50 anos – e outros transtornos metabólicos, como obesidade, diabetes ou outras doenças estrogênio dependentes, incluindo miomas uterinos e endometriose.

Também as mulheres que nunca tiveram filhos (nulíparas) e aquelas com menarca precoce e menopausa tardia, têm mais chances de serem diagnosticadas com pólipos endometriais, mostrando que um tempo maior de exposição ao estrogênio pode contribuir para o desenvolvimento dessas massas tumorais.

Como os pólipos endometriais se formam?

As origens etiológicas dos pólipos endometriais ainda não estão precisamente descritas pela medicina, embora acredite-se que a doença possa ser geneticamente predisposta, se existirem outros casos na família, e que seu desenvolvimento esteja ligado diretamente ao metabolismo do estrogênio e da progesterona nas massas polipoides.

Os pólipos endometriais são considerados estrogênio dependentes, pois suas células respondem à ação do hormônio como as que compõem o endométrio original: multiplicando-se e aumentando seu volume, embora a maior parte das mulheres com pólipos não manifestem alterações na produção desse hormônio.

Estudos mostram que as células que compõem os pólipos contém mais receptores para os estrogênios do que as encontradas no endométrio adjacente, fazendo com que respondam mais ativamente à ação da substância, o que explicaria, em parte, o surgimento dessas massas tumorais.

Simultaneamente, os receptores para progesterona, um hormônio cuja ação pode ser considerada antagônica à estrogênica, parecem diminuídos nos pólipos endometriais, se comparados ao endométrio original.

Essa dinâmica também está ligada ao fato de que mulheres menos expostas à ação da progesterona – nulíparas e com tempo maior entre a menarca e a menopausa – têm mais chance de desenvolver pólipos endometriais.

Qual a relação entre os pólipos endometriais e a infertilidade feminina?

Embora menos recorrente nas mulheres em idade reprodutiva, os pólipos endometriais também podem se manifestar nessa faixa de idade e quando isso acontece, podem resultar em infertilidade feminina.

Um dos principais sintomas dos pólipos endometriais, especialmente nessa fase, é o SUA (sangramento uterino anormal), dentro e fora do período menstrual. Uma das indicações da presença de SUA é a possibilidade de a saúde do endométrio não estar íntegra e, com isso, há grandes chances de infertilidade por falhas na implantação embrionária ou por aborto de repetição.

A presença dos pólipos no endométrio altera a composição celular e bioquímica do tecido, inclusive porque a resposta à ação hormonal inclui também a disparada de processos inflamatórios que podem levar à rejeição do embrião.

Além disso, como a maior parte dos casos de pólipos endometriais é assintomática, o desenvolvimento acentuado dessas massas tumorais pode fazer com que invadam o espaço destinado ao crescimento do bebê durante a gestação, provocando, com isso, perdas gestacionais.

Outros fatores de infertilidade

Por ser uma doença estrogênio dependente, os pólipos endometriais podem estar acompanhados de outras doenças estimuladas pela ação do hormônio, como miomas uterinos, que acentuam a infertilidade por fator uterino.

A idade das mulheres também é um fator importante para análise da fertilidade, já que na perimenopausa, idade em que a maior parte dos casos de pólipos endometriais acontece, também a reserva ovariana da mulher se encontra relativamente reduzida, diminuindo as chances de gestação, inclusive com auxílio da reprodução assistida.

A reserva ovariana é o estoque limitado de células reprodutivas femininas, que é consumido ao longo da vida reprodutiva, a cada ciclo menstrual, e termina, assim como a capacidade da mulher para ter filhos com os próprios óvulos, com a menopausa.

Como é feita a indicação para reprodução assistida para a mulher com pólipos endometriais?

Mesmo as mulheres que têm indicação para reprodução assistida, quando há presença de pólipos endometriais recomenda-se a polipectomia para diminuir as chances de falhas nos ciclos de reprodução assistida.

A polipectomia é a cirurgia para ressecção dos pólipos endometriais, realizada por histeroscopia cirúrgica, normalmente em ambiente hospitalar, com anestesia.

Entre as técnicas disponíveis atualmente a IA (inseminação artificial) e a FIV (fertilização in vitro) são as mais indicadas para as mulheres com pólipos endometriais, que desejam engravidar.

A indicação depende também de outros fatores relacionados ao quadro geral de infertilidade, que possam afetar as taxas de gestação, incluindo a presença de fatores masculinos na composição do quadro de infertilidade conjugal, a idade da mulher e a possibilidade de outras condições uterinas.

Em alguns casos o endométrio pode ser severamente danificado pelos pólipos impossibilitando a gestação, mesmo com auxílio da FIV, que promove a fecundação fora do corpo da mulher.

Nesses casos mais extremos, a FIV possibilita também a gestação por cessão temporária do útero, em que outra mulher, normalmente ligada ao casal por grau de parentesco, passa pela gestação.

Leia mais sobre pólipos endometriais tocando o link.

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Congelamento de Óvulos

Opção para mulheres que não queiram engravidar agora e querem preservar sua fertilidade ou para mulheres que possuem alguma condição médica que possa afetar sua fertilidade futuramente.

Consulta com especialista

  •  Realização de diversos exames para avaliar a resposta que a mulher terá ao estímulo ovariano para a coleta dos óvulos.

Estimulação ovariana e indução da ovulação

  • É feita uma combinação de medicamentos hormonais que ajudam a estimular o crescimento dos folículos que contêm os óvulos nos ovários.

Punção folicular

  • Retirada do líquido contido nos folículos, no qual ficam os óvulos.
  • Feito com o auxílio de uma agulha e de forma indolor, pois a paciente é anestesiada;

Identificação e seleção dos óvulos

  • No laboratório de embriologia são identificados e selecionados os óvulos maduros e de qualidade para o congelamento.

Congelamento

  • Os óvulos selecionados são rapidamente congelados usando uma técnica chamada de vitrificação, que consiste em imersão em nitrogênio líquido em temperaturas extremamente baixas para preservá-los.

Armazenamento

  • São armazenados em um laboratório de Reprodução, geralmente por tempo indeterminado, até que a mulher esteja pronta para utilizá-los, podendo solicitar o descongelamento e utilizar os óvulos em ciclos de FIV, que é a etapa final do processo.
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Relação Sexual Programada (RSP)

Também conhecida como coito programado, ocorre de maneira natural e possui taxas de sucesso mais baixas.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.
  • O hCG provoca o rompimento dos folículos cerca de 36 horas após sua administração.

Tentativas de Gravidez:

  • Orientação ao casal sobre quais serão os dias mais férteis daquele ciclo – que são os dias que eles devem manter as relações sexuais.
  • O espermatozoide sobrevive cerca de 3 dias no sistema reprodutivo feminino e o óvulo cerca de 36h. Portanto, não é necessário estabelecer a hora exata para o coito e sim um período aproximado e muito assertivo.

Conclusão do RSP

  • O teste de gravidez pode ser feito, normalmente, após 14 dias para verificar o sucesso da técnica.

Chances de Sucesso

  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, muito similares às da inseminação artificial (IA).

Recomendação

  • Essa técnica é recomendada no máximo por três ciclos.
  • Após esse período, indicamos a FIV, pois outros fatores podem estar presentes, prejudicando a fertilidade e a FIV oferece mais recursos para superar esses problemas.
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Ovodoação – Recepção de Óvulos

Opção para mulheres inférteis, em virtude de baixa qualidade ou baixa reserva de óvulos.

Cadastro

  • Realização do cadastro da receptora no banco internacional de óvulos da Espanha e Argentina.

Scanner Facial

  • Após o cadastro é feita uma análise facial da receptora, onde são avaliados cerca de 12.000 pontos da face para identificar semelhanças com possíveis doadoras com características físicas e compatibilidade sanguínea da receptora.

Avaliação de Critérios

  • O banco de óvulos pode enviar à receptora informações sobre a doadora mais compatível segundo a análise detalhada, após isso, acontece a tomada da decisão para prosseguir com o tratamento proposto.
  • Antes da doação, a doadora é avaliada por uma equipe médica que verifica sua saúde geral, e diversos critérios.

Documentação

  • Após a seleção da doadora, a documentação é preparada para solicitar a vinda dos óvulos adquiridos do banco internacional para o laboratório.

Realização da fiv

  • A FIV é iniciada após a chegada dos óvulos. O processo de FIV envolve a fertilização dos óvulos com os espermatozoides em laboratório e a transferência do embrião resultante para o útero da receptora.
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Inseminação Artificial

Desenvolvida para aumentar as chances de gravidez em casos de infertilidade com alteração seminal leve, mulheres com idade até 35 anos e tubas uterinas saudáveis, casal homoafetivo feminino.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios, que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.

  • O óvulo sai do ovário e é capturado pelas tubas uterinas onde pode ser fecundado e posteriormente direcionado para o útero.

Coleta e capacitação seminal

  • O sêmen pode ser do parceiro ou de doador.
  • A coleta é feita no laboratório 02 horas antes da inseminação.

  • O sêmen deve ser analisado previamente e preparado a fim de ser depositado na cavidade uterina.

Inseminação

  • Utilizando um cateter, depositamos o sêmen preparado diretamente na cavidade uterina para facilitar o encontro do óvulo com o espermatozoide.
  • Procedimento é indolor e rápido, não havendo necessidade de repouso.

Conclusão da IA

  • O teste de gravidez é realizado 14 dias após a inseminação.
  • Caso o procedimento não seja bem-sucedido, é avaliado com o casal se é válido fazer uma nova tentativa ou se seguimos para a FIV.

Chances de Sucesso

  • O sucesso da IA depende de alguns fatores como a qualidade dos gametas.
  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, um valor inferior ao da FIV.
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Fertilização in vitro

Indicada para a maioria dos casos de infertilidade e apresenta as mais altas taxas de sucesso de gravidez.

Estimulação Ovariana e Indução da Ovulação

  • Preparação do corpo: Feita com medicamentos hormonais para estimular a ovulação e aumentar o crescimento de folículos.
  • Quando os folículos atingem o tamanho adequado, é administrado o hormônio hCG. Após 35 horas, é realizada a coleta dos óvulos.

Punção Ovariana

  • Retirada dos ovócitos do ovário por meio de uma agulha guiada por ultrassom.
  • O sêmen é coletado no mesmo dia e enviado para separar os melhores espermatozoides e aumentar as chances de fecundação.

Fecundação Dos Óvulos

  • Dentre os espermatozoides coletados é identificado o melhor e colocado dentro de cada óvulo.
  •  Os embriões formados a partir da fecundação do óvulo pelo espermatozoide são colocados em incubadoras para se desenvolverem. 

Cultivo Embrionário

  • Desenvolvimento do embrião: o embrião é mantido em um meio de cultivo durante um período de 5 dias, até que esteja em uma fase adequada para ser transferido ou congelado.

Transferência Embrionária

  • O embrião é colocado no útero para iniciar o processo de fixação, da mesma forma que acontece na gestação espontânea.
  • É nesse momento que pode haver uma maior ou menor possibilidade de gestação múltipla, podem ser transferidos até três embriões dependendo da idade da mulher.

Conclusão da FIV

  • Confirmação da gravidez: a gravidez é confirmada por meio de teste de sangue.
  • O exame é realizado em 10 dias após a transferência embrionária.
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