Diversos fatores podem causar a infertilidade, entre eles estão as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). A clamídia é considerada uma das principais ISTs curáveis atualmente, junto com a gonorreia, a tricomoníase e a sífilis. Anualmente, elas são responsáveis por mais de 376 milhões de novos casos em todo o mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Em geral, a clamídia é assintomática, por isso muitas pessoas apenas buscam assistência médica quando as complicações se manifestam. Porém, em alguns casos, existe a presença de leves sintomas. Saber como reconhecê-los é importante para um diagnóstico precoce.
Continue a leitura para saber as principais informações sobre a clamídia: causas, sintomas, diagnóstico, tratamento e como ela se relaciona com a infertilidade. Confira!
A clamídia
A clamídia é causada pela bactéria Chlamydia trachomatis. Ela atinge, principalmente, a uretra e os órgãos genitais de homens e mulheres. Porém, em alguns casos ela também pode acometer o ânus, a garganta e os olhos.
Causas
A clamídia é classificada como uma infecção sexualmente transmissível (IST) e a sua principal forma de transmissão é via sexual (vaginal, oral ou anal), sem o uso de preservativo.
Outra forma de transmissão é no momento do parto, caso a mãe tenha sido infectada no período perigestacional ou durante a gravidez. A clamídia pode causar diversas complicações para a mulher e para o bebê. A paciente corre um risco maior de aborto ou parto prematuro. Já o bebê, devido à transmissão de mãe para filho, pode desenvolver conjuntivite e pneumonia.
Fatores de risco
A única forma de prevenir a clamídia é evitando a transmissão da IST. Por isso, o principal grupo de risco é formado por jovens entre 15 e 49 anos, sexualmente ativos, com múltiplos parceiros sexuais e que não usam preservativos em todas as relações.
Quais são os principais sintomas da doença?
O período entre a contaminação e a manifestação clínica é de aproximadamente 15 dias. Porém, em muitos casos, a clamídia é assintomática. Por isso, o risco de transmissão da doença é ainda maior.
Alguns sintomas leves podem aparecer, e reconhecê-los o quanto antes faz a diferença para o tratamento. Homens e mulheres apresentam sintomas diferentes da doença.
Os principais sintomas masculinos da clamídia são:
- corrimento purulenta uretral;
- aumento do volume dos testículos;
- dor testicular;
- ardência ou dor ao urinar.
Os sintomas mais frequentes nas mulheres são:
- corrimento e coceira vaginal;
- sangramento fora do ciclo menstrual;
- dor abdominal, especialmente pélvica;
- dor durante a relação sexual;
- incômodo ao urinar.
Como é feito o diagnóstico e o tratamento?
O diagnóstico da clamídia é baseado nas manifestações clínicas, quando presente, exames laboratoriais de urina e secreção uretral ou vaginal.
Por se tratar de uma bactéria, a antibioticoterapia é preconizada. Além disso, é recomendado evitar relações sexuais durante o tratamento.
A cura da clamídia não evita uma futura contaminação. Por isso, a prevenção deve ser o alvo principal. O mais indicado é usar preservativo durante a relação sexual, pois este é o único método contraceptivo que também previne ISTs, além de realizar exames periódicos com o ginecologista ou com o urologista.
Qual é a relação entre a clamídia e a infertilidade?
A falta de tratamento ou a demora para iniciá-lo pode causar complicações sérias, como a infertilidade. Na mulher, a clamídia pode desenvolver a doença inflamatória pélvica (DIP). Ela é causada pelas bactérias da clamídia e da gonorreia, que atingem o útero, as tubas uterinas e os ovários.
A complicação da clamídia mais comumente associada com a infertilidade é a obstrução tubária, que impede a gravidez espontânea.
No homem, em casos graves, a clamídia pode gerar azoospermia obstrutiva. Essa condição é definida pela ausência de espermatozoides no sêmen, sendo uma das principais causas de infertilidade masculina. Ela acontece quando a bactéria atinge os epidídimos (epididimite) e os testículos (orquite), gerando uma inflamação local. Consequentemente, pode ocorrer uma obstrução da passagem dos espermatozoides para o canal deferente, impedindo a ejaculação dos gametas.
Se o casal quiser ter filhos, existe a possibilidade de optar por uma técnica de reprodução assistida. A FIV (fertilização in vitro) por ICSI é a mais indicada para os diagnósticos de DIP e de azoospermia. No procedimento, os gametas do casal são coletados e fecundados em laboratório. Após alguns dias de desenvolvimento, o embrião é transferido diretamente ao útero da paciente.
A clamídia se tornou uma das ISTs mais comuns na atualidade. Geralmente, ela é assintomática. Contudo, reconhecer os seus sintomas é essencial para procurar assistência médica oportuna. Essa patologia é curável e pode ser prevenida. Os recursos hoje disponíveis na área de reprodução assistida, nesse caso especificamente a FIV por ICSI, possibilitam o tratamento da infertilidade, secundária a essa infecção.
A informação é essencial para evitar mais casos de clamídia, uma infecção responsável por problemas de saúde e de fertilidade em homens e mulheres. Para saber mais sobre ela, leia sobre esse tema aqui!