Antes mesmo da confirmação da gravidez, o embrião passa por diversos processos. Um dos mais importantes é a nidação, caracterizada por sua fixação no útero, mais especificamente no endométrio, a camada interna uterina. Ela acontece alguns dias após a fecundação, marcando o início da gestação.
Neste texto, vamos mostrar em quantos dias acontece a nidação depois da relação sexual e da reprodução assistida. Boa leitura!
Em quantos dias acontece a nidação depois da relação sexual?
O embrião leva cerca de 7 dias para chegar ao útero e realizar a nidação. Mas precisamos voltar algumas etapas para entender esse processo. Ele é formado a partir da união dos gametas feminino e masculino, respectivamente o óvulo e o espermatozoide.
Durante o ciclo menstrual, um óvulo amadurece e é liberado por um dos ovários, processo que chamamos de ovulação. O gameta feminino é capturado por uma das tubas uterinas, local em aguarda o espermatozoide por cerca de 36 horas. O período fértil é o intervalo em que as chances de engravidar são maiores e ocorre alguns dias antes e depois da ovulação.
Quando a relação acontece dentro do período fértil, o óvulo e o espermatozoide podem se unir nas tubas uterinas formando o embrião. Nesse momento, ele possui apenas uma célula, sendo conhecido como zigoto.
O embrião passa então por diversas divisões celulares (clivagens) enquanto segue em direção ao útero. Por volta do 5º dia, possui cerca de 120 células e é chamado de blastocisto — está pronto para se fixar no endométrio e iniciar a gestação. Ou seja, o intervalo entre a relação sexual e a nidação depende do ciclo de ovulação de cada mulher, sendo entre 5 e 12 dias o tempo médio.
Após a nidação, o hormônio hCG (gonadotrofina coriônica humana) começa a ser liberado em alta quantidade. Ele é conhecido como o “hormônio da gravidez” porque é produzido naturalmente apenas em mulheres grávidas. Sua função é auxiliar na manutenção da gestação e na produção de progesterona, também fundamental para o desenvolvimento do futuro bebê.
Como a nidação acontece na reprodução assistida?
Assim como na gestação natural, o processo de nidação é fundamental para os tratamentos de reprodução assistida. A seguir, vamos mostrar como ele acontece nas técnicas de alta e baixa complexidade.
Técnicas de baixa complexidade
A relação sexual programada (RSP) e a inseminação artificial (IA) são técnicas de baixa complexidade. Ambas são indicadas para casos leves de infertilidade e os seus processos são parecidos com os de uma gestação natural.
Na RSP, a paciente passa por uma estimulação ovariana e indução da ovulação para aumentar a quantidade de óvulos disponíveis para a fecundação. A formação do embrião acontece nas tubas uterinas e, em seguida, ele segue em direção ao útero para realizar a nidação.
Na IA, a estimulação ovariana e indução da ovulação também são realizadas, mas com uma diferença. O parceiro coleta o sêmen para que os espermatozoides sejam preparados e apenas os de maior qualidade inseridos na cavidade uterina da parceira.
Na maioria dos casos, a nidação é assintomática. Porém, algumas mulheres apresentam sintomas como cólicas abdominais fracas e fluxo leve de coloração rosa ou o marrom por até 3 dias.
Técnicas de alta complexidade
A fertilização in vitro (FIV) é a única técnica de alta complexidade. Ela se difere das demais porque a fecundação é realizada em laboratório após a estimulação ovariana e a coleta dos gametas do casal.
Os embriões formados são colocados em incubadoras para que se desenvolvam por alguns dias. A transferência para o útero da paciente pode ser feita entre o segundo e terceiro dia (D3) ou entre o quinto e sexto dia, quando o embrião está na fase de blastocisto, sendo essa escolha definida caso a caso.
A FIV possibilita a utilização de técnicas complementares que podem minimizar os riscos de falhas de implantação, como o hatching assistido e o teste de receptividade endometrial (ERA). Por fim, os embriões são transferidos ao útero para se fixarem naturalmente no endométrio.
Quais são as principais causas de falhas de implantação?
As falhas de implantação acontecem quando algum problema prejudica o processo de fixação do embrião. Entre os principais fatores que podem dificultar a nidação estão:
- problemas na qualidade do embrião;
- doenças uterinas, como a endometrite, miomas uterinos, pólipos endometriais;
- distúrbios hormonais;
- problemas no endométrio, alterando a sua receptividade.
Nesses casos, a saúde reprodutiva do casal deve ser avaliada para descobrir a causa da infertilidade e a melhor forma de tratamento. A endometrite, por exemplo, é uma inflamação bacteriana que atinge o endométrio, aumentando o risco de abortamento e falhas de implantação. Ela tem tratamento, que deve ser realizado antes de o casal tentar engravidar novamente.
A gravidez se inicia, de fato, a partir da nidação. Essa etapa marca a implantação do embrião no endométrio, a camada interna do útero. Acontece cerca de 7 dias após a fecundação, da mesma maneira tanto na gravidez natural quanto na reprodução assistida. A única diferença ocorre na FIV, pois na técnica o embrião é formado e se desenvolve em laboratório.
A FIV é indicada para diversos casos de infertilidade feminina, como falhas de implantação do embrião. Conta com técnicas complementares que minimizam o risco de problemas na etapa de nidação. Para saber mais sobre o assunto, toque aqui!