Qual a relação entre trombofilia e FIV?

Se você mantém relações sexuais regulares sem usar nenhum método anticoncepcional há pelo menos 12 meses e ainda não conseguiu engravidar, a sua situação pode ser considerada um caso de infertilidade. Isso é relativamente comum, afetando de 10% a 15% dos casais, e as causas podem ser as mais diversas.

A infertilidade feminina, por exemplo, pode ser resultado de várias doenças, entre elas a síndrome dos ovários policísticos (SOP), a endometriose e a trombofilia. Esta última favorece o desenvolvimento da trombose, caracterizada pela formação de coágulos na circulação sanguínea.

Mulheres com trombofilia podem ter dificuldades para engravidar e, quando conseguem, estão sujeitas a maior risco de doenças durante a gestação. Uma alternativa para as pacientes com dificuldades em conceber é a FIV (fertilização in vitro).

Neste texto, vou falar sobre a relação entre trombofilia e FIV, como a doença pode ser tratada para evitar complicações durante o tratamento de reprodução assistida e ao longo da gestação.

O que é trombofilia e por que ela causa infertilidade feminina

A trombofilia pode ser entendida como uma tendência ao desenvolvimento da trombose. Ela consiste em alterações no processo de coagulação do sangue e pode ser causada por fatores genéticos ou adquiridos ao longo da vida:

  • Os fatores hereditários estão relacionados a alterações nos genes que influenciam na atividade dos anticoagulantes naturais e de outros fatores de coagulação;
  • Já os casos de trombofilia adquirida são secundários a uma doença autoimune, que pode se manifestar ao longo da vida, especialmente em situações de estresse emocional;
  • Entre as possíveis explicações para a trombofilia interferir negativamente na fertilidade está a falha na implantação embrionária; ou seja, quando o embrião se fixa no útero. Acredita-se que as alterações no sangue causadas pela doença levariam à formação de coágulos no local da implantação, comprometendo esse processo.

Já durante a gravidez, mulheres com trombofilia podem ter complicações, como pré-eclâmpsia, descolamento de placenta, baixo crescimento do feto, parto prematuro e sofrimento fetal crônico, além de abortamento e casos de natimortos. É comum ainda que pacientes com a doença tenham histórico de repetidas perdas de gestação.

É importante ressaltar, no entanto, que nem todas as gestantes com trombofilia desenvolverão a trombose, porém é necessário tratar e acompanhar clinicamente para evitar complicações.

Pacientes com histórico familiar de trombofilia e trombose, infarto ou derrame em familiares com até 50 anos de idade são consideradas grupo de risco e, portanto, devem realizar exames específicos para investigar a trombofilia. O mesmo é válido para mulheres que apresentam histórico de abortos recorrentes no primeiro trimestre da gestação, perda do bebê no segundo trimestre de gravidez, pré-eclâmpsia grave ou descolamento de placenta.

A fertilização in vitro como alternativa

Uma das alternativas para pacientes com trombofilia que tenham o desejo de engravidar é a FIV, considerada a técnica de reprodução humana mais complexa existente na atualidade. O início do tratamento é feito com a estimulação ovariana, para que a mulher produza um número maior de folículos, não apenas um, como ocorre normalmente nos ciclos menstruais.

O crescimento dos folículos é monitorado por ultrassonografia seriada. No momento adequado, é realizada a punção ovariana para a retirada dos óvulos contidos nos folículos. No mesmo dia, é feita a coleta de sêmen. A partir desse material, a fecundação é conduzida em laboratório, onde os embriões passarão também por um período de amadurecimento de três a cinco dias.

Posteriormente, os embriões resultantes – em número que pode variar de acordo com a idade da mulher e a estratégia clínica – são colocados no útero, procedimento denominado transferência embrionária. A FIV envolve o uso de tecnologia de ponta e a atuação de profissionais altamente especializados.

Trombofilia e FIV

O sucesso de uma FIV depende, em grande parte, da implantação do embrião. Esse êxito está relacionado a dois fatores fundamentais: a qualidade do embrião e a receptividade do endométrio.

Existe relação entre trombofilia e repetidos procedimentos de FIV com falha de implantação, que pode ser contornada com o tratamento adequado.

A investigação clínica de trombofilia precedendo o tratamento de falha de implantação é fundamental. Se for confirmado o diagnóstico de trombofilia e indicada a FIV, a paciente pode ser tratada a fim de melhorar as chances de sucesso na tentativa de gravidez.

No entanto, independentemente do tipo de técnica de reprodução assistida escolhido, ou mesmo do desejo de engravidar, pacientes com trombofilia devem ter tratamento e acompanhamento adequados, como forma de prevenir a formação de coágulos.

Durante a gestação, o risco de desenvolver trombose é ainda maior, porém é possível evitar complicações com o tratamento correto. A terapia indicada é a utilização de medicamentos anticoagulantes, que regulam a função de coagulação do sangue. Esse tratamento deve ser continuado após o parto, quando as chances de trombose são ainda maiores que durante a gravidez.

Se você se interessou pelo tema e quer saber mais, leia os textos sobre trombofilia e FIV. Lá você encontrará mais informações para tirar todas as suas dúvidas.

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Congelamento de Óvulos

Opção para mulheres que não queiram engravidar agora e querem preservar sua fertilidade ou para mulheres que possuem alguma condição médica que possa afetar sua fertilidade futuramente.

Consulta com especialista

  •  Realização de diversos exames para avaliar a resposta que a mulher terá ao estímulo ovariano para a coleta dos óvulos.

Estimulação ovariana e indução da ovulação

  • É feita uma combinação de medicamentos hormonais que ajudam a estimular o crescimento dos folículos que contêm os óvulos nos ovários.

Punção folicular

  • Retirada do líquido contido nos folículos, no qual ficam os óvulos.
  • Feito com o auxílio de uma agulha e de forma indolor, pois a paciente é anestesiada;

Identificação e seleção dos óvulos

  • No laboratório de embriologia são identificados e selecionados os óvulos maduros e de qualidade para o congelamento.

Congelamento

  • Os óvulos selecionados são rapidamente congelados usando uma técnica chamada de vitrificação, que consiste em imersão em nitrogênio líquido em temperaturas extremamente baixas para preservá-los.

Armazenamento

  • São armazenados em um laboratório de Reprodução, geralmente por tempo indeterminado, até que a mulher esteja pronta para utilizá-los, podendo solicitar o descongelamento e utilizar os óvulos em ciclos de FIV, que é a etapa final do processo.
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Relação Sexual Programada (RSP)

Também conhecida como coito programado, ocorre de maneira natural e possui taxas de sucesso mais baixas.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.
  • O hCG provoca o rompimento dos folículos cerca de 36 horas após sua administração.

Tentativas de Gravidez:

  • Orientação ao casal sobre quais serão os dias mais férteis daquele ciclo – que são os dias que eles devem manter as relações sexuais.
  • O espermatozoide sobrevive cerca de 3 dias no sistema reprodutivo feminino e o óvulo cerca de 36h. Portanto, não é necessário estabelecer a hora exata para o coito e sim um período aproximado e muito assertivo.

Conclusão do RSP

  • O teste de gravidez pode ser feito, normalmente, após 14 dias para verificar o sucesso da técnica.

Chances de Sucesso

  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, muito similares às da inseminação artificial (IA).

Recomendação

  • Essa técnica é recomendada no máximo por três ciclos.
  • Após esse período, indicamos a FIV, pois outros fatores podem estar presentes, prejudicando a fertilidade e a FIV oferece mais recursos para superar esses problemas.
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Ovodoação – Recepção de Óvulos

Opção para mulheres inférteis, em virtude de baixa qualidade ou baixa reserva de óvulos.

Cadastro

  • Realização do cadastro da receptora no banco internacional de óvulos da Espanha e Argentina.

Scanner Facial

  • Após o cadastro é feita uma análise facial da receptora, onde são avaliados cerca de 12.000 pontos da face para identificar semelhanças com possíveis doadoras com características físicas e compatibilidade sanguínea da receptora.

Avaliação de Critérios

  • O banco de óvulos pode enviar à receptora informações sobre a doadora mais compatível segundo a análise detalhada, após isso, acontece a tomada da decisão para prosseguir com o tratamento proposto.
  • Antes da doação, a doadora é avaliada por uma equipe médica que verifica sua saúde geral, e diversos critérios.

Documentação

  • Após a seleção da doadora, a documentação é preparada para solicitar a vinda dos óvulos adquiridos do banco internacional para o laboratório.

Realização da fiv

  • A FIV é iniciada após a chegada dos óvulos. O processo de FIV envolve a fertilização dos óvulos com os espermatozoides em laboratório e a transferência do embrião resultante para o útero da receptora.
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Inseminação Artificial

Desenvolvida para aumentar as chances de gravidez em casos de infertilidade com alteração seminal leve, mulheres com idade até 35 anos e tubas uterinas saudáveis, casal homoafetivo feminino.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios, que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.

  • O óvulo sai do ovário e é capturado pelas tubas uterinas onde pode ser fecundado e posteriormente direcionado para o útero.

Coleta e capacitação seminal

  • O sêmen pode ser do parceiro ou de doador.
  • A coleta é feita no laboratório 02 horas antes da inseminação.

  • O sêmen deve ser analisado previamente e preparado a fim de ser depositado na cavidade uterina.

Inseminação

  • Utilizando um cateter, depositamos o sêmen preparado diretamente na cavidade uterina para facilitar o encontro do óvulo com o espermatozoide.
  • Procedimento é indolor e rápido, não havendo necessidade de repouso.

Conclusão da IA

  • O teste de gravidez é realizado 14 dias após a inseminação.
  • Caso o procedimento não seja bem-sucedido, é avaliado com o casal se é válido fazer uma nova tentativa ou se seguimos para a FIV.

Chances de Sucesso

  • O sucesso da IA depende de alguns fatores como a qualidade dos gametas.
  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, um valor inferior ao da FIV.
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Fertilização in vitro

Indicada para a maioria dos casos de infertilidade e apresenta as mais altas taxas de sucesso de gravidez.

Estimulação Ovariana e Indução da Ovulação

  • Preparação do corpo: Feita com medicamentos hormonais para estimular a ovulação e aumentar o crescimento de folículos.
  • Quando os folículos atingem o tamanho adequado, é administrado o hormônio hCG. Após 35 horas, é realizada a coleta dos óvulos.

Punção Ovariana

  • Retirada dos ovócitos do ovário por meio de uma agulha guiada por ultrassom.
  • O sêmen é coletado no mesmo dia e enviado para separar os melhores espermatozoides e aumentar as chances de fecundação.

Fecundação Dos Óvulos

  • Dentre os espermatozoides coletados é identificado o melhor e colocado dentro de cada óvulo.
  •  Os embriões formados a partir da fecundação do óvulo pelo espermatozoide são colocados em incubadoras para se desenvolverem. 

Cultivo Embrionário

  • Desenvolvimento do embrião: o embrião é mantido em um meio de cultivo durante um período de 5 dias, até que esteja em uma fase adequada para ser transferido ou congelado.

Transferência Embrionária

  • O embrião é colocado no útero para iniciar o processo de fixação, da mesma forma que acontece na gestação espontânea.
  • É nesse momento que pode haver uma maior ou menor possibilidade de gestação múltipla, podem ser transferidos até três embriões dependendo da idade da mulher.

Conclusão da FIV

  • Confirmação da gravidez: a gravidez é confirmada por meio de teste de sangue.
  • O exame é realizado em 10 dias após a transferência embrionária.
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