Diversos fatores podem levar à infertilidade. Um exemplo são as infecções que atingem o sistema reprodutor feminino e masculino, como a uretrite. Ela é causada, principalmente, por clamídia e gonococo. Geralmente, a infecção é assintomática e, por isso, não diagnosticadas facilmente e o tratamento tardio.
A falta de tratamento oportuno pode levar a complicações, como a infertilidade. Nesses casos, as técnicas de reprodução assistida são uma alternativa para os casais que desejam ser pais.
Neste texto, você vai saber mais sobre essa doença, quais são os seus principais sintomas, tratamentos e como ela se relaciona com a infertilidade. Boa leitura!
A uretrite
A uretrite é caracterizada pela inflamação da uretra e pode atingir homens e mulheres. Infecções provocadas por bactérias, vírus, traumas e agentes químicos são os principais agentes responsáveis pela doença. A transmissão via ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) é a causa mais comum.
O tratamento inadequado pode gerar complicações graves para os homens, como a prostatite e a epididimite. Nas mulheres, a infecção pode chegar ao útero e causar a doença inflamatória pélvica (DIP). Em casos graves, ela pode causar a infertilidade.
A uretrite é dividida em duas categorias: gonocócica e não gonocócica. Saiba mais detalhes sobre elas.
Uretrite gonocócica
A uretrite gonocócica é causada pela Neisseria gonorrhoeae (gonococo), conhecida por ser a bactéria causadora da gonorreia. Ela é mais frequente em homens e a sua contaminação é, predominantemente, via sexual.
Uretrite não gonocócica
Quando a inflamação na uretra não é causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, ela é chamada de uretrite não gonocócica. A mais conhecida é a Chlamydia trachomatis, bactéria da clamídia. A forma de contaminação mais comum também é pela relação sexual. Os primeiros sintomas podem levar até 15 dias para manifestar, aumentando o risco de transmissão da doença.
Causas
A clamídia e a gonorreia são as principais causas da uretrite, porém não são as únicas. Outras ISTs, como a herpes viral e a candidíase, também podem causar a doença.
Além disso, traumas, decorrentes do uso de sonda vesical, e o uso de espermicidas podem causar irritação na uretra e, consequentemente, uma inflamação no local.
Fatores de risco
A contaminação sexual é a principal via de contágio. Em função dessa via de transmissão, os indivíduos acometidos são jovens sexualmente ativos. Além disso, para prevenir os riscos de infecções provenientes de traumas, evite inserir cateteres ou objetos na uretra.
Sintomas
A uretrite apresenta sintomas diferentes entre homens e mulheres, que surgem poucos dias após a contaminação. Os principais sintomas da uretrite gonocócica são:
- coceira;
- ardência, desconforto ou dor ao urinar;
- corrimento purulento via uretral;
- aumento do número de micções;
- corrimento vaginal e dores na região pélvica;
- febre;
- sensação de peso na região do períneo do homem.
E os principais sintomas da uretrite não gonocócica são:
- corrimento vaginal;
- sangramento fora do ciclo menstrual;
- ardência, desconforto ou dor ao urinar;
- dor nos testículos;
- corrimento purulento via uretral.
Nos homens, em geral, os sintomas da gonorreia e da clamídia são visíveis e mais facilmente identificados. No entanto, nas mulheres, essas doenças podem ser silenciosas. Assintomáticas ou não, ambas as infecções podem ser transmitidas para os parceiros em relações sexuais sem o uso de preservativos.
Diagnóstico
Assim que os primeiros sintomas surgem, é imprescindível realizar uma avaliação médica. O diagnóstico é feito pelas manifestações clínicas e exames laboratoriais com amostra de secreção uretral.
Como é o tratamento da uretrite?
O tempo é um fator crucial para a cura da uretrite. A falta de tratamento ou a demora para iniciá-lo resulta na propagação da doença para toda a uretra, aumentando o risco de complicações, como a infertilidade.
Uso de antibióticos é recomendado de acordo com a etiologia. O tratamento oportuno promove a cura sem complicações a longo prazo.
Durante o tratamento, é recomendado evitar relações sexuais, devido ao risco de transmissão da doença.
Qual é a relação entre a uretrite e a reprodução assistida?
Por dia, mais de 1 milhão de novos casos de ISTs curáveis são diagnosticados no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Em 2016, houve 127 milhões de casos de clamídia e 87 milhões de casos de gonorreia, entre jovens na faixa etária de 15 a 49 anos.
A clamídia e a gonorreia, quando não tratadas corretamente (muitas vezes o paciente interrompe o tratamento antes da cura completa), podem causar a infertilidade. Essas doenças aumentam o risco de doença inflamatória pélvica (DIP) em mulheres. A DIP ocorre quando a infecção atinge o útero, as tubas uterinas e os ovários.
A obstrução das tubas uterinas dificulta a gravidez e aumenta o risco de gravidez ectópica — quando o embrião é implantado fora do útero. Nos homens, a doença prejudica a qualidade dos espermatozoides, além de causar inflamação uretral, que dificulta a passagem dos gametas masculinos.
Nos casos de infertilidade secundária a fator tubário e pela diminuição da qualidade espermática, a FIV (fertilização in vitro) por ICSI é a mais indicada. Essa técnica é a mais avançada e com maior taxa de sucesso, cerca de 40% por ciclo. A FIV por ICSI é mais eficaz porque o espermatozoide é inserido diretamente no óvulo, aumentando as chances de gravidez.
A uretrite é uma doença causada, principalmente, pela gonorreia e a clamídia. Essas ISTs atingem, na maioria, homens jovens. Em pouco tempo, acomete o trato urinário, aumentando o risco de complicações, como a infertilidade. Nesses casos, as técnicas de reprodução assistida são uma alternativa para os casais que desejam ter filhos.
A melhor prevenção é o uso de preservativo durante as relações sexuais e o conhecimento sobre as suas principais causas e sintomas. Para mais informações sobre a uretrite, clique aqui!