Varicocele e infertilidade: qual é a relação?

A varicocele é uma doença genética que afeta 15% da população masculina, e em alguns casos pode ser observada já na adolescência, assim que tem início a puberdade, mas também ao longo da vida do homem.

Ainda que não seja uma condição muito conhecida, a varicocele é uma das principais causas de infertilidade masculina, além de ser responsável por outros incômodos, inclusive dolorosos, que afetam a qualidade de vida dos homens portadores.

Na varicocele, um número variável de veias que irrigam o cordão espermático é dotado de válvulas defeituosas, que não conseguem garantir o fluxo unidirecional do sangue, afetando o retorno venoso nesta região.

O resultado é um acúmulo de sangue nesses trechos da rede venosa, o que provoca a dilatação desses vasos sanguíneos e, consequentemente, um aumento na pressão e temperatura internas da bolsa escrotal.

Esta é considerada uma doença genética, por isso a existência de casos precedentes no histórico de saúde familiar pode ser um fator de risco para a doença, porém alguns aspectos ambientais também costumam contribuir para seu desenvolvimento ou agravamento, como lesões testiculares por choque.

Entre outros sintomas, a varicocele pode causar infertilidade progressiva por azoospermia e é considerada uma das principais causas de danos à função reprodutiva masculina, estando presente em até 80% dos casos de infertilidade secundária – quando o homem já teve filhos anteriormente.

Nos acompanhe na leitura do texto a seguir, e entenda a relação entre a varicocele e a infertilidade masculina, conhecendo também as mais atuais formas de tratamento para a reversão desta condição.

Quais são os sintomas da varicocele?

Apesar de ser passível de identificação desde a puberdade, quando acontece o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e o aumento nas dimensões dos órgãos do sistema reprodutivo, a varicocele pode ser assintomática em grande parte dos casos.

Quando sintomática, esta doença tende a provocar os seguintes sinais:

  • Sensação de peso nos testículos;
  • Dor nos testículos e na região da virilha;
  • Aumento no volume testicular;
  • Presença de nódulos na bolsa escrotal;
  • Presença de veias arroxeadas na superfície da bolsa escrotal;

A dor testicular da varicocele costuma ser irradiada para a região dos testículos e da virilha em intensidades variadas, que normalmente pioram ao longo do dia e diminuem ao deitar-se, acompanhadas da sensação de peso e inchaço.

Isso faz com que, além dos transtornos físicos, os sintomas dolorosos também podem ser intensos e assim afetar a qualidade de vida dos homens, provocando sofrimento e problemas psicossociais, principalmente relacionados a abstenções no trabalho e prejuízo para as relações sociais.

Varicocele e infertilidade: qual a relação?

A varicocele pode ser identificada pelos exames urológicos de rotina, que são preventivos, principalmente quando o homem é assintomático, e também quando os sintomas álgicos ou a dificuldade em engravidar a parceira motivam a primeira consulta.

Na primeira consulta, normalmente conversa-se sobre os sintomas e sua intensidade, e é também a ocasião em que se realiza o exame clínico, quando busca-se observar se há aumento no volume testicular ou a presença de veias varicosas visíveis.

Os primeiros exames solicitados nesta consulta costumam ser o espermograma, que avalia os parâmetros seminais, e a ultrassonografia de bolsa escrotal.

Quando trata-se de varicocele, é comum que o espermograma identifique um quadro de azoospermia – ausência de espermatozoides no sêmen – ou diminuição da qualidade dos espermatozoides, além das alterações no fluxo sanguíneo local, que podem ser identificadas pelo ultrassom testicular.

A redução da qualidade espermática proveniente da varicocele, portanto, é reflexo dos danos à espermatogênese provocados pelo aumento na pressão e, principalmente, na temperatura internas da bolsa escrotal.

O processo de desenvolvimento do espermatócito – que origina o espermatozoide – nas paredes dos túbulos seminíferos, é delicado e depende que a bolsa escrotal apresente condições de temperatura e pressão diferentes das demais estruturas corporais.

Na varicocele, essas alterações inibem esse processo de desenvolvimento e os espermatozoides não completam seu desenvolvimento de forma adequada.

Como tratar a varicocele?

O tratamento da varicocele é realizado com uma cirurgia de correção, a microcirurgia subinguinal que busca bloquear as veias varicosas – que possuem defeitos valvulares e provocam o acúmulo local de sangue –, e restabelecer o fluxo sanguíneo normal.

Os casos assintomáticos são mais numerosos e podem ser abordados de forma expectante, apenas acompanhando se há ou não avanço na gravidade do quadro, contudo os sintomas dolorosos e a infertilidade só podem ser revertidos cirurgicamente.

A correção da varicocele é bem sucedida no controle dos sintomas dolorosos, porém, em alguns casos, a função reprodutiva pode ter sido comprometida de forma mais grave, e a cirurgia não é capaz de reverter a infertilidade causada pela doença.

A reprodução assistida por FIV (fertilização in vitro) é também uma abordagem de tratamento para a infertilidade causada pela varicocele, por permitir a coleta de espermatozoides não de uma amostra de sêmen obtida por masturbação, como nas demais técnicas, mas diretamente no local de produção e armazenamento dessas células – e também a fecundação em laboratório.

As técnicas complementares para obtenção de espermatozoides mais indicadas para os casos de azoospermia decorrente de varicocele são a TESE e Micro-TESE, que aspiram líquido espermático diretamente dos túbulos seminíferos.

Leia mais sobre varicocele tocando aqui.

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Congelamento de Óvulos

Opção para mulheres que não queiram engravidar agora e querem preservar sua fertilidade ou para mulheres que possuem alguma condição médica que possa afetar sua fertilidade futuramente.

Consulta com especialista

  •  Realização de diversos exames para avaliar a resposta que a mulher terá ao estímulo ovariano para a coleta dos óvulos.

Estimulação ovariana e indução da ovulação

  • É feita uma combinação de medicamentos hormonais que ajudam a estimular o crescimento dos folículos que contêm os óvulos nos ovários.

Punção folicular

  • Retirada do líquido contido nos folículos, no qual ficam os óvulos.
  • Feito com o auxílio de uma agulha e de forma indolor, pois a paciente é anestesiada;

Identificação e seleção dos óvulos

  • No laboratório de embriologia são identificados e selecionados os óvulos maduros e de qualidade para o congelamento.

Congelamento

  • Os óvulos selecionados são rapidamente congelados usando uma técnica chamada de vitrificação, que consiste em imersão em nitrogênio líquido em temperaturas extremamente baixas para preservá-los.

Armazenamento

  • São armazenados em um laboratório de Reprodução, geralmente por tempo indeterminado, até que a mulher esteja pronta para utilizá-los, podendo solicitar o descongelamento e utilizar os óvulos em ciclos de FIV, que é a etapa final do processo.
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Relação Sexual Programada (RSP)

Também conhecida como coito programado, ocorre de maneira natural e possui taxas de sucesso mais baixas.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.
  • O hCG provoca o rompimento dos folículos cerca de 36 horas após sua administração.

Tentativas de Gravidez:

  • Orientação ao casal sobre quais serão os dias mais férteis daquele ciclo – que são os dias que eles devem manter as relações sexuais.
  • O espermatozoide sobrevive cerca de 3 dias no sistema reprodutivo feminino e o óvulo cerca de 36h. Portanto, não é necessário estabelecer a hora exata para o coito e sim um período aproximado e muito assertivo.

Conclusão do RSP

  • O teste de gravidez pode ser feito, normalmente, após 14 dias para verificar o sucesso da técnica.

Chances de Sucesso

  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, muito similares às da inseminação artificial (IA).

Recomendação

  • Essa técnica é recomendada no máximo por três ciclos.
  • Após esse período, indicamos a FIV, pois outros fatores podem estar presentes, prejudicando a fertilidade e a FIV oferece mais recursos para superar esses problemas.
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Ovodoação – Recepção de Óvulos

Opção para mulheres inférteis, em virtude de baixa qualidade ou baixa reserva de óvulos.

Cadastro

  • Realização do cadastro da receptora no banco internacional de óvulos da Espanha e Argentina.

Scanner Facial

  • Após o cadastro é feita uma análise facial da receptora, onde são avaliados cerca de 12.000 pontos da face para identificar semelhanças com possíveis doadoras com características físicas e compatibilidade sanguínea da receptora.

Avaliação de Critérios

  • O banco de óvulos pode enviar à receptora informações sobre a doadora mais compatível segundo a análise detalhada, após isso, acontece a tomada da decisão para prosseguir com o tratamento proposto.
  • Antes da doação, a doadora é avaliada por uma equipe médica que verifica sua saúde geral, e diversos critérios.

Documentação

  • Após a seleção da doadora, a documentação é preparada para solicitar a vinda dos óvulos adquiridos do banco internacional para o laboratório.

Realização da fiv

  • A FIV é iniciada após a chegada dos óvulos. O processo de FIV envolve a fertilização dos óvulos com os espermatozoides em laboratório e a transferência do embrião resultante para o útero da receptora.
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Inseminação Artificial

Desenvolvida para aumentar as chances de gravidez em casos de infertilidade com alteração seminal leve, mulheres com idade até 35 anos e tubas uterinas saudáveis, casal homoafetivo feminino.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios, que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.

  • O óvulo sai do ovário e é capturado pelas tubas uterinas onde pode ser fecundado e posteriormente direcionado para o útero.

Coleta e capacitação seminal

  • O sêmen pode ser do parceiro ou de doador.
  • A coleta é feita no laboratório 02 horas antes da inseminação.

  • O sêmen deve ser analisado previamente e preparado a fim de ser depositado na cavidade uterina.

Inseminação

  • Utilizando um cateter, depositamos o sêmen preparado diretamente na cavidade uterina para facilitar o encontro do óvulo com o espermatozoide.
  • Procedimento é indolor e rápido, não havendo necessidade de repouso.

Conclusão da IA

  • O teste de gravidez é realizado 14 dias após a inseminação.
  • Caso o procedimento não seja bem-sucedido, é avaliado com o casal se é válido fazer uma nova tentativa ou se seguimos para a FIV.

Chances de Sucesso

  • O sucesso da IA depende de alguns fatores como a qualidade dos gametas.
  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, um valor inferior ao da FIV.
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Fertilização in vitro

Indicada para a maioria dos casos de infertilidade e apresenta as mais altas taxas de sucesso de gravidez.

Estimulação Ovariana e Indução da Ovulação

  • Preparação do corpo: Feita com medicamentos hormonais para estimular a ovulação e aumentar o crescimento de folículos.
  • Quando os folículos atingem o tamanho adequado, é administrado o hormônio hCG. Após 35 horas, é realizada a coleta dos óvulos.

Punção Ovariana

  • Retirada dos ovócitos do ovário por meio de uma agulha guiada por ultrassom.
  • O sêmen é coletado no mesmo dia e enviado para separar os melhores espermatozoides e aumentar as chances de fecundação.

Fecundação Dos Óvulos

  • Dentre os espermatozoides coletados é identificado o melhor e colocado dentro de cada óvulo.
  •  Os embriões formados a partir da fecundação do óvulo pelo espermatozoide são colocados em incubadoras para se desenvolverem. 

Cultivo Embrionário

  • Desenvolvimento do embrião: o embrião é mantido em um meio de cultivo durante um período de 5 dias, até que esteja em uma fase adequada para ser transferido ou congelado.

Transferência Embrionária

  • O embrião é colocado no útero para iniciar o processo de fixação, da mesma forma que acontece na gestação espontânea.
  • É nesse momento que pode haver uma maior ou menor possibilidade de gestação múltipla, podem ser transferidos até três embriões dependendo da idade da mulher.

Conclusão da FIV

  • Confirmação da gravidez: a gravidez é confirmada por meio de teste de sangue.
  • O exame é realizado em 10 dias após a transferência embrionária.
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