Miomas e infertilidade: como isso acontece?

A relação entre miomas uterinos e infertilidade pode ser considerada mais famosa do que estritamente verdadeira: ainda que as alterações provocadas pelos miomas ofereçam risco de infertilidade feminina, este quadro depende de fatores mais complexos do que a simples existência desses tumores benignos.

Considerada uma doença desencadeada por aspectos genéticos associados a outros ambientais, como idade, menarca precoce, má alimentação, e a exposição a fatores ligados ao aumento dos hormônios ovarianos estrogênio e progesterona, os miomas uterinos também são mais comuns em mulheres negras e com alto IMC (índice de massa corpórea).

Os miomas uterinos provocam manifestações clínicas em 20% a 30% das mulheres, principalmente em idade reprodutiva ou na perimenopausa, e em aproximadamente 75% dos casos as mulheres são assintomáticas.

Quando sintomáticas, os sinais costumam estar relacionados à localização dos tumores no útero. Os principais sintomas associados aos miomas uterinos são:

  • Dor pélvica;
  • Aumento do fluxo menstrual;
  • Dismenorreia;
  • Dor durante a relação sexual (dispareunia);
  • Aumento do volume pélvico;
  • Sensibilidade à palpação;

Entre estes sintomas, a infertilidade é possível em todas as formas de miomas, ainda que seja mais comum no tipo submucoso, contudo este é um dos sintomas menos frequentes nas mulheres portadoras de miomas uterinos que são sintomáticas.

Para que os miomas uterinos provoquem danos severos à fertilidade das mulheres, é preciso que a doença esteja em um estágio avançado e que as formações tumorais estejam aderidas em locais específicos do corpo do útero.

Este texto busca mostrar a relação entre os miomas uterinos e a infertilidade, apresentando as especificidades de cada tipo e seu potencial de dano à função reprodutiva das mulheres.

O que são miomas uterinos?

Considerada uma das doenças mais comuns entre as mulheres, os miomas uterinos são massas tumorais, compostas por tecido semelhante ao miometrial – mais fibroso –, que se desenvolvem nas diversas camadas da parede uterina, e cujo crescimento é estimulado pela ação estrogênica.

Apesar de definidos como tumores, os miomas uterinos normalmente têm um baixo grau de malignização, e por serem estrogênio dependentes também apresentam desenvolvimento progressivo, tendendo a piorar com o tempo, se não tratados.

Tipos de miomas

Os miomas uterinos são classificados de acordo com a localização das massas tumorais e a intensidade dos sintomas está mais relacionada ao tamanho e ao número de miomas.

Miomas subserosos

Localizados no perimétrio, camada que separa o útero dos demais órgãos da cavidade pélvica. Como o perimétrio está em contato direto com o peritônio, tecido de preenchimento desta região, o crescimento dos miomas pode interferir também no funcionamento dessas estruturas, principalmente bexiga e intestinos.

Miomas intramurais

Como o nome mostra, esse tipo de mioma se manifesta no miométrio, camada intermediária da parede uterina, delimitada pelo perimétrio e pelo endométrio. Apesar da semelhança entre o tecido miometrial e aquele que compõe os miomas, os tumores são mais fibrosos e, por isso, podem afetar a capacidade de elasticidade e contratilidade do miométrio.

Miomas submucosos

Este tipo é o menos frequente e ao mesmo tempo o tipo de mioma que mais oferece risco à fertilidade. As massas tumorais se desenvolvem no endométrio, tecido de revestimento da cavidade uterina, em que ocorre a implantação embrionária, para o início da gestação e também que mantém contato direto com a placenta, até o momento do parto.

Como os miomas podem afetar a fertilidade das mulheres?

É importante lembrar que a infertilidade não consiste apenas na impossibilidade de realizar a fecundação, mas também está relacionada a desfechos gestacionais adversos, como abortos espontâneos, anomalias fetais e partos prematuros.

Nesse sentido, a integridade do útero é um fator fundamental para o bom desempenho da função reprodutiva, e dependendo da localização dos miomas uterinos, alguns aspectos da reprodução e da gestação podem ser especificamente prejudicados.

O formato do útero é semelhante a uma pera invertida e delimitado pelo perimétrio. Miomas subserosos podem provocar deformações nessa estrutura original, com potencial para prejudicar o desenvolvimento fetal, principalmente diminuindo o espaço disponível para o desenvolvimento do bebê e aumentando a pressão interna da cavidade uterina.

Contudo, isso acontece quando as massas tumorais atingem grandes dimensões e estão localizadas de forma difusa e em grande número, o que é mais raro. Nestes casos a mulher pode apresentar partos prematuros e, eventualmente, perdas gestacionais precoces.

Em relação aos miomas intramurais, o principal prejuízo à fertilidade é justamente a diminuição na elasticidade e contratilidade do miométrio, fundamentais para que o útero possa acompanhar o crescimento do bebê e a contração uterina durante o parto.

Quando esse tipo de mioma afeta a fertilidade das mulheres, este dano se manifesta por aborto de repetição, partos prematuros e dificuldades para realizar o parto natural.

Porém, assim como os miomas subserosos, para que este tipo ofereça riscos mais concretos à função reprodutiva das mulheres, precisam estar em grande número e tamanho, o que é raro.

Assim, entre todos os tipos de miomas, os submucosos são aqueles com maior potencial para interferir na função reprodutiva, já que a integridade do endométrio é imprescindível tanto para o início da gravidez como por todo o período gestacional.

Além de ocupar o espaço destinado ao desenvolvimento fetal, por estarem aderidos à camada de revestimento da cavidade uterina, também o processo inflamatório desencadeado pela ação hormonal sobre os miomas, aumenta a concentração de prostaglandinas, que pode prejudicar a fixação do embrião no útero.

Quando este tipo de mioma provoca infertilidade, há dificuldade para conseguir a gestação, abortos de repetição, principalmente no primeiro trimestre, e outras complicações ao longo da gestação.

Quais as possibilidades de tratamento para os miomas e a infertilidade?

A abordagem cirúrgica para a retirada dos miomas é um dos tratamentos mais efetivos, pois remove as massas tumorais, auxiliando o útero na recuperação de suas funções originais. Esta cirurgia é chamada miomectomia e pode ser realizada por videolaparoscopia ou histeroscopia cirúrgica.

Mesmo às mulheres que estão em tratamento com reprodução assistida, recomenda-se que a miomectomia seja realizada, especialmente nos casos mais severos, já que a saúde do útero importa não somente para que a gestação tenha início, mas também para que possa ser mantida até o parto.

Entre as técnicas de reprodução assistida, a FIV (fertilização in vitro) é uma das mais indicadas para mulheres com infertilidade por fator uterino, o que inclui os miomas, especialmente por permitir a realização de um preparo endometrial mais controlado, que contribui para diminuir as chances de falhas nos ciclos de FIV e perdas gestacionais.

Quer saber sobre miomas uterinos? Então toque no link.

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Congelamento de Óvulos

Opção para mulheres que não queiram engravidar agora e querem preservar sua fertilidade ou para mulheres que possuem alguma condição médica que possa afetar sua fertilidade futuramente.

Consulta com especialista

  •  Realização de diversos exames para avaliar a resposta que a mulher terá ao estímulo ovariano para a coleta dos óvulos.

Estimulação ovariana e indução da ovulação

  • É feita uma combinação de medicamentos hormonais que ajudam a estimular o crescimento dos folículos que contêm os óvulos nos ovários.

Punção folicular

  • Retirada do líquido contido nos folículos, no qual ficam os óvulos.
  • Feito com o auxílio de uma agulha e de forma indolor, pois a paciente é anestesiada;

Identificação e seleção dos óvulos

  • No laboratório de embriologia são identificados e selecionados os óvulos maduros e de qualidade para o congelamento.

Congelamento

  • Os óvulos selecionados são rapidamente congelados usando uma técnica chamada de vitrificação, que consiste em imersão em nitrogênio líquido em temperaturas extremamente baixas para preservá-los.

Armazenamento

  • São armazenados em um laboratório de Reprodução, geralmente por tempo indeterminado, até que a mulher esteja pronta para utilizá-los, podendo solicitar o descongelamento e utilizar os óvulos em ciclos de FIV, que é a etapa final do processo.
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Relação Sexual Programada (RSP)

Também conhecida como coito programado, ocorre de maneira natural e possui taxas de sucesso mais baixas.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.
  • O hCG provoca o rompimento dos folículos cerca de 36 horas após sua administração.

Tentativas de Gravidez:

  • Orientação ao casal sobre quais serão os dias mais férteis daquele ciclo – que são os dias que eles devem manter as relações sexuais.
  • O espermatozoide sobrevive cerca de 3 dias no sistema reprodutivo feminino e o óvulo cerca de 36h. Portanto, não é necessário estabelecer a hora exata para o coito e sim um período aproximado e muito assertivo.

Conclusão do RSP

  • O teste de gravidez pode ser feito, normalmente, após 14 dias para verificar o sucesso da técnica.

Chances de Sucesso

  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, muito similares às da inseminação artificial (IA).

Recomendação

  • Essa técnica é recomendada no máximo por três ciclos.
  • Após esse período, indicamos a FIV, pois outros fatores podem estar presentes, prejudicando a fertilidade e a FIV oferece mais recursos para superar esses problemas.
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Ovodoação – Recepção de Óvulos

Opção para mulheres inférteis, em virtude de baixa qualidade ou baixa reserva de óvulos.

Cadastro

  • Realização do cadastro da receptora no banco internacional de óvulos da Espanha e Argentina.

Scanner Facial

  • Após o cadastro é feita uma análise facial da receptora, onde são avaliados cerca de 12.000 pontos da face para identificar semelhanças com possíveis doadoras com características físicas e compatibilidade sanguínea da receptora.

Avaliação de Critérios

  • O banco de óvulos pode enviar à receptora informações sobre a doadora mais compatível segundo a análise detalhada, após isso, acontece a tomada da decisão para prosseguir com o tratamento proposto.
  • Antes da doação, a doadora é avaliada por uma equipe médica que verifica sua saúde geral, e diversos critérios.

Documentação

  • Após a seleção da doadora, a documentação é preparada para solicitar a vinda dos óvulos adquiridos do banco internacional para o laboratório.

Realização da fiv

  • A FIV é iniciada após a chegada dos óvulos. O processo de FIV envolve a fertilização dos óvulos com os espermatozoides em laboratório e a transferência do embrião resultante para o útero da receptora.
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Inseminação Artificial

Desenvolvida para aumentar as chances de gravidez em casos de infertilidade com alteração seminal leve, mulheres com idade até 35 anos e tubas uterinas saudáveis, casal homoafetivo feminino.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios, que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.

  • O óvulo sai do ovário e é capturado pelas tubas uterinas onde pode ser fecundado e posteriormente direcionado para o útero.

Coleta e capacitação seminal

  • O sêmen pode ser do parceiro ou de doador.
  • A coleta é feita no laboratório 02 horas antes da inseminação.

  • O sêmen deve ser analisado previamente e preparado a fim de ser depositado na cavidade uterina.

Inseminação

  • Utilizando um cateter, depositamos o sêmen preparado diretamente na cavidade uterina para facilitar o encontro do óvulo com o espermatozoide.
  • Procedimento é indolor e rápido, não havendo necessidade de repouso.

Conclusão da IA

  • O teste de gravidez é realizado 14 dias após a inseminação.
  • Caso o procedimento não seja bem-sucedido, é avaliado com o casal se é válido fazer uma nova tentativa ou se seguimos para a FIV.

Chances de Sucesso

  • O sucesso da IA depende de alguns fatores como a qualidade dos gametas.
  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, um valor inferior ao da FIV.
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Fertilização in vitro

Indicada para a maioria dos casos de infertilidade e apresenta as mais altas taxas de sucesso de gravidez.

Estimulação Ovariana e Indução da Ovulação

  • Preparação do corpo: Feita com medicamentos hormonais para estimular a ovulação e aumentar o crescimento de folículos.
  • Quando os folículos atingem o tamanho adequado, é administrado o hormônio hCG. Após 35 horas, é realizada a coleta dos óvulos.

Punção Ovariana

  • Retirada dos ovócitos do ovário por meio de uma agulha guiada por ultrassom.
  • O sêmen é coletado no mesmo dia e enviado para separar os melhores espermatozoides e aumentar as chances de fecundação.

Fecundação Dos Óvulos

  • Dentre os espermatozoides coletados é identificado o melhor e colocado dentro de cada óvulo.
  •  Os embriões formados a partir da fecundação do óvulo pelo espermatozoide são colocados em incubadoras para se desenvolverem. 

Cultivo Embrionário

  • Desenvolvimento do embrião: o embrião é mantido em um meio de cultivo durante um período de 5 dias, até que esteja em uma fase adequada para ser transferido ou congelado.

Transferência Embrionária

  • O embrião é colocado no útero para iniciar o processo de fixação, da mesma forma que acontece na gestação espontânea.
  • É nesse momento que pode haver uma maior ou menor possibilidade de gestação múltipla, podem ser transferidos até três embriões dependendo da idade da mulher.

Conclusão da FIV

  • Confirmação da gravidez: a gravidez é confirmada por meio de teste de sangue.
  • O exame é realizado em 10 dias após a transferência embrionária.
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