Com a função de abrigar o embrião e feto durante toda a gestação, o útero é um órgão essencial do sistema reprodutor feminino, e sua saúde é fundamental para que a mulher possa engravidar e ter uma gestação tranquila. Esse órgão, em formato de pera, é essencialmente muscular e sua parede é composta por três camadas: perimétrio, também chamado de camada serosa, miométrio e endométrio.
É na camada mais interna, o endométrio, que o embrião se aloja depois que o óvulo foi fecundado pelo espermatozoide, dando início à gravidez. Problemas que afetam o endométrio e a parede uterina de maneira geral podem causar infertilidade ou complicações na gestação. Entre essas condições estão os miomas uterinos, tumores benignos que se desenvolvem a partir do miométrio, a camada intermediária do útero.
Continue a leitura para entender a relação entre os miomas e a fertilidade.
O útero é um órgão muscular. Sua camada intermediária, o miométrio, é formado por tecido muscular liso. Por fora, o órgão é revestido pelo perimétrio, composto por tecido conjuntivo. Já a camada interna da parede uterina é o endométrio, mucosa responsável por receber o embrião no início da gravidez.
A cada ciclo menstrual, de acordo com a ação dos hormônios sexuais femininos, o endométrio se torna mais espesso, com o objetivo de criar as condições ideais para a implantação do embrião. Quando a fertilização não ocorre, essa mucosa descama e a sua superfície é eliminada na menstruação.
Miomas são tumores benignos que se formam no tecido muscular do miométrio. Eles podem se desenvolver em direção ao perimétrio ou ao endométrio, sendo classificados em:
Não se sabe ao certo por que os miomas surgem, mas é fato que são tumores estrogênio-dependentes, ou seja, se desenvolvem de acordo com a ação do estrogênio. Há ainda indícios de que eles sofrem também influência da produção de progesterona.
De maneira geral, os miomas subserosos, que ficam restritos ao miométrio e perimétrio, não interferem na fertilidade. Os intramurais, no entanto, quando se desenvolvem em direção ao endométrio, são capazes de dificultar a implantação do embrião.
Já os submucosos causam deformidades na cavidade do útero, dificultando a implantação embrionária. Além disso, essa irregularidade na cavidade endometrial prejudica o transporte dos espermatozoides até o óvulo, impossibilitando a fecundação.
Os miomas pediculados, que também invadem o endométrio e abaúlam o interior da cavidade uterina, devem ser removidos a fim de não interferirem na fertilidade.
Em 75% das pacientes, os miomas não causam sintomas e, nesses casos, não é necessário tratamento, apenas um acompanhamento médico para observar o desenvolvimento dos tumores. Quando são sintomáticos, os miomas podem causar dores na região abdominal, sangramento uterino anormal e sintomas urinários e intestinais, além de infertilidade.
No caso das mulheres que têm algum desses fatores, é possível utilizar análogos do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH), medicamentos que reduzem temporariamente o tamanho dos miomas, proporcionando o alívio dos sintomas. Outra abordagem terapêutica é a cirurgia. As mulheres que não desejam engravidar podem fazer uma histerectomia (remoção do útero).
Já as para que ainda querem ter filhos existe a opção da miomectomia, procedimento que retira apenas os tumores, preservando o útero. Nesse caso, é importante estar ciente de que existe a possibilidade de que novos miomas se desenvolvam posteriormente.
Outra possibilidade para as pacientes que desejam engravidar são as técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV). Utilizando alta tecnologia, a FIV consiste na coleta dos óvulos e espermatozoides para fertilização em laboratório. Depois de alguns dias de cultivo embrionário também in vitro, os embriões resultantes desse processo são colocados no útero da mulher.
A FIV só será bem-sucedida se, após a transferência, o embrião se implantar adequadamente, iniciando uma gravidez. É fundamental, portanto, que o endométrio e o útero como um todo estejam saudáveis para possibilitar a implantação embrionária. Dessa forma, caso a mulher tenha miomas, eles precisam ser tratados antes de fazer o tratamento de reprodução assistida.
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