Miomas uterinos são tumores benignos (não são como o câncer), que geralmente crescem durante a fase reprodutiva. Estão entre as patologias uterinas mais comuns.
O útero é um dos principais órgãos do sistema reprodutor feminino e possui três camadas: endométrio, tecido que o reveste internamente e que abriga o embrião, miométrio, camada muscular intermediária e perimétrio, camada externa.
Os miomas são formados a partir da multiplicação de células lisas do miométrio e podem ter diversos tamanhos, desde pequenos milímetros a vários centímetros.
Na maioria das vezes são assintomáticos, descobertos durante o exame de rotina. Porém, de acordo com o local de crescimento, podem manifestar sintomas que impactam a qualidade de vida das mulheres portadoras, ou mesmo aumentar o risco de infertilidade.
Os sintomas manifestados pelos diferentes tipos de miomas são apresentados neste artigo, que explica, ao mesmo tempo, como eles são diagnosticados e tratados.
O que são miomas uterinos?
Uma única célula do miométrio se multiplica e cresce para formar um tumor benigno. O crescimento de miomas está associado à ação dos hormônios estrogênio e progesterona, que preparam o útero para a gravidez a cada ciclo menstrual. Além disso, há outros fatores de risco como genética e raça, por exemplo: mulheres negras têm maior propensão, em comparação com mulheres brancas, assim como as que possuem histórico familiar.
Em alguns casos, principalmente quando a tendência é maior, é possível desenvolver diferentes tipos de miomas (múltiplos miomas). O local de crescimento, ao mesmo tempo que interfere na manifestação de sintomas, é um critério importante para classificá-los em diferentes tipos e influencia no tamanho que eles podem atingir.
Diferentes tipos de miomas e os sintomas que eles manifestam
Miomas submucosos: os miomas submucosos crescem no interior da cavidade uterina, próximos ao endométrio e a tornam abaulada. São o tipo menos comum, no entanto, quando atingem maiores dimensões, podem bloquear as tubas uterinas impedindo a fecundação, da mesma forma que interferem no ciclo de desenvolvimento do endométrio, levando a falhas na implantação e abortamento.
Esse tipo de mioma pode provocar sintomas severos, que impactam a qualidade de vida das mulheres portadoras, como sangramento abundante (menorragia) e cólicas de maior intensidade, inclusive entre os períodos menstruais, ou dor durante as relações sexuais (dispareunia). Além disso, a perda excessiva de sangue tende ainda a resultar em anemia e fadiga.
Miomas intramurais: crescem no miométrio e são o tipo mais comum. Podem ser microscópicos ou maiores. Os sintomas manifestam apenas quando atingem tamanhos maiores, entre eles sangramento menstrual intenso, muitas vezes prolongado, dor pélvica e dispareunia. Também podem aumentar as chances de falhas na implantação e abortamento, além de levar a um maior volume uterino.
Miomas subserosos: os miomas subserosos crescem na parede externa do útero. Por terem mais espaço para desenvolver, chegam a atingir grandes dimensões, levando a impressão, muitas vezes, de uma falsa gravidez. Ainda que não provoquem nenhuma alteração na fertilidade feminina, podem causar a compressão de outros órgãos da cavidade pélvica, incluindo bexiga e intestino, resultando em quadros como micção urgente e frequente ou de constipação.
Como os miomas são diagnosticados e tratados?
Além da manifestação dos sintomas, os miomas, inclusive os assintomáticos, são descobertos muitas vezes durantes o exame ginecológico de rotina, pelo exame de toque vaginal ou aumento do volume abdominal.
Para confirmar a suspeita, normalmente são realizados exames de imagem como a ultrassonografia pélvica e a ressonância magnética, que possibilitam indicar tamanho e localização, auxiliando na definição do tratamento mais indicado para cada caso.
O tratamento para os miomas considera principalmente a manifestação de sintomas e a interferência no processo de gravidez. Se forem assintomáticos, por exemplo, não exigem tratamento imediato e a indicação é a observação periódica.
Quando os sintomas provocam maior impacto na qualidade de vida ou se a mulher estiver tentando engravidar, o tratamento cirúrgico é a opção mais adequada. Para facilitar a remoção dos miomas, geralmente são prescritos medicamentos hormonais, que agem diminuindo o volume deles e, consequentemente, do útero.
O processo para a remoção, chamado miomectomia, é realizado por técnicas minimamente invasivas. A histeroscopia cirúrgica é uma das mais utilizadas atualmente: com o auxílio de um histeroscópio, um tipo de tubo ótico com câmera acoplada, proporciona a transmissão de imagens em alta resolução para um monitor e o acompanhamento em tempo real do procedimento, evitando danos ao útero ou órgãos próximos.
Durante a intervenção, alterações na estrutura e formato provocadas pelo mioma, também são corrigidas.
Se a mulher não tiver desejo de gravidez e apresentar sintomas não responsivos ao tratamento medicamentoso, a histerectomia, procedimento cirúrgico para a retirada total do útero, deve ser considerada como opção terapêutica.
Miomas e técnicas de reprodução assistida
Ainda que em boa parte dos casos seja possível obter a gravidez após a remoção dos miomas, quando isso não ocorre é possível contar com o tratamento por técnicas de reprodução assistida, como a FIV (fertilização in vitro).
A FIV promove a fecundação de óvulos e espermatozoides em laboratório, aumentando, assim, as chances de a fecundação ocorrer. Os percentuais de gravidez bem-sucedida registrados são bastante expressivos, cerca de 40%, mais do que o dobro dos percentuais de gravidez natural.
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