SOP e autoestima: qual a relação?

A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é um distúrbio endócrino comum em mulheres durante a idade fértil e uma das principais causas de infertilidade nessa população.

Na SOP há um desequilíbrio de testosterona (hiperandrogenismo), que interfere nos níveis de outros hormônios envolvidos no processo reprodutivo, resultando em anovulação crônica e na formação de múltiplos cistos nos ovários. 

Como consequência da anovulação, ocorre a ausência de menstruação, ou os períodos menstruais podem ser bastantes raros, em intervalos acima de 35 dias. Além disso, o aumento do hormônio andrógeno, pode motivar o surgimento de diferentes características masculinas. 

Esses sintomas impactam a qualidade de vida das portadoras e uma série de áreas importantes na vida da mulher. A relação entre SOP e autoestima é abordada detalhadamente neste texto. Continue a leitura e entenda melhor! 

Hiperandrogenismo e SOP

Hiperandrogenismo é o termo utilizado para sinalizar o aumento da produção do hormônio masculino testosterona pelos ovários, geralmente produzido em pequenas quantidades e importante no processo reprodutivo: é responsável por estimular a libido.  

Esse estímulo, ocorre em associação com o estrogênio, um dos principais hormônios femininos, cuja ação é fundamental no ciclo menstrual. Níveis altos do testosterona, portanto, tendem a afetar os de estrogênio. O desequilíbrio hormonal, interfere no desenvolvimento e amadurecimento folicular, impedindo a ovulação, resultando em infertilidade feminina. 

Além disso, por ser o hormônio que determina as características masculinas, primárias, como a formação dos órgãos sexuais e secundárias, como o tom da voz e o crescimento de pelos na face e corpo, por exemplo, os níveis elevados nas mulheres também podem levar ao surgimento de alguns traços.

Veja, abaixo, os principais efeitos que o hiperandrogenismo causa no organismo feminino:

  • Hirsutismo (aumento da quantidade de pelos nas regiões em que, tradicionalmente, eles aparecem em homens, como na região maxilar, semelhante a barba);
  • Acne;
  • Pele oleosa;
  • Amenorreia (ausência de menstruação por 90 dias ou mais);
  • Queda de cabelo;
  • Em casos graves, apresenta sinais de virilização como clitoromegalia (aumento atípico do clitóris) e alopecia androgênica (calvície).

As alterações corporais interferem na autoestima das mulheres portadoras e resultam no desenvolvimento de transtornos emocionais como ansiedade e depressão, levando muitas vezes ao afastamento social e comprometendo as relações pessoais e profissionais. 

O hiperandrogenismo está entre os critérios diagnósticos que pode confirmar a possibilidade de SOP, uma vez que outras doenças femininas podem manifestar sintomas como irregularidades menstruais e anovulação, por exemplo. Por isso, o diagnóstico é feito por exclusão.

Ainda que possa afetar a autoestima das mulheres com SOP, o principal sintoma é a infertilidade: é o microambiente androgênico nas células foliculares imaturas, que aumentam a secreção de testosterona provocando o hiperandrogenismo e impedindo, ao mesmo tempo, o desenvolvimento e amadurecimento do folículo (bolsa que armazena o óvulo imaturo). Assim, consequentemente não acontece a ovulação. 

A associação dos quadros, pode impactar bastante a qualidade de vida das portadoras. 

Porém, ambos os casos têm tratamento: os sintomas podem ser controlados, assim como a gravidez obtida com o auxílio da reprodução assistida. 

Tratamento e reprodução assistida

O tratamento para SOP pode ser feito por medicamentos, para controle dos sintomas se não houver o desejo da gravidez, ou por técnicas de reprodução assistida, quando há o desejo. 

Quando a mulher não deseja engravidar

São prescritos medicamentos hormonais, que regularizam a menstruação e hormônios esteroides de ação antiandrogênica para bloquear ou inibir os sintomas apresentados.

Quando a mulher deseja engravidar

As três técnicas de reprodução assistida aumentam as chances de gravidez de mulheres com SOP. A mais adequada para cada paciente é indicada a partir dos resultados apontados pelos exames diagnósticos. 

Todas elas, no entanto, possuem uma etapa comum, a estimulação ovariana. Nesse procedimento são utilizados medicamentos hormonais sintéticos semelhantes aos que atuam no ciclo reprodutivo, para estimular o desenvolvimento de mais folículos. 

O desenvolvimento é acompanhado por exames de ultrassonografia e quando os folículos atingem o tamanho ideal, são administrados novos medicamentos hormonais que os induzem ao amadurecimento final e ruptura para a liberação dos óvulos. 

Relação sexual programada (RSP) e inseminação artificial (IA)

A RSP e IA são as duas técnicas de reprodução assistida de baixa complexidade, assim definidas pelo fato de a fecundação acontecer naturalmente, nas tubas uterinas. Por isso, geralmente são indicadas para mulheres com SOP até os 35 anos, idade em que os níveis da reserva ovariana ainda estão altos, e que possuam as tubas uterinas saudáveis. 

Na RSP, os espermatozoides do parceiro também devem estar saudáveis, pois o objetivo do tratamento é programar o período de maior fertilidade para intensificar a relação sexual. Já na IA podem ter pequenas alterações: os melhores são selecionados por técnicas de preparo seminal e depositados no útero durante o período fértil. 

Como a fecundação acontece naturalmente nas duas técnicas, as doses dos hormônios utilizados na estimulação ovariana são mais baixas.

Fertilização in vitro (FIV)

A FIV é a técnica de reprodução assistida de maior complexidade. Nela, a fecundação é realizada em laboratório, atualmente, por ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides, em que cada espermatozoide é injetado diretamente no citoplasma do óvulo com o auxílio de um micromanipulador de gametas. 

É indicada para mulheres com SOP acima dos 36 anos, quando os níveis da reserva ovariana já estão mais baixos. Assim, as doses hormonais utilizadas na estimulação ovariana, são mais altas nesse caso, pois é preciso obter uma quantidade maior de óvulos para garantir a formação de maior número de embriões. 

Após a administração do medicamentos indutores, os folículos são coletados por punção folicular e os óvulos extraídos em laboratório e selecionados para a fecundação. 

Na FIV os espermatozoides também são submetidos ao preparo seminal e, posteriormente, novamente avaliados individualmente antes de serem injetados no óvulo. Assim, a técnica possibilita o tratamento quando há alterações mais graves nos gametas masculinos. 

Os embriões, após serem cultivados por alguns dias, são transferidos para o útero materno. 

Em todas as três técnicas mulheres com SOP têm ótimas chances de obter a gravidez. 

Para você que chegou até aqui e quer saber mais sobre a Síndrome dos Ovários Policísticos, além da questão da autoestima, leia este artigo sobre o tema e tire suas dúvidas sobre o tema.

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Congelamento de Óvulos

Opção para mulheres que não queiram engravidar agora e querem preservar sua fertilidade ou para mulheres que possuem alguma condição médica que possa afetar sua fertilidade futuramente.

Consulta com especialista

  •  Realização de diversos exames para avaliar a resposta que a mulher terá ao estímulo ovariano para a coleta dos óvulos.

Estimulação ovariana e indução da ovulação

  • É feita uma combinação de medicamentos hormonais que ajudam a estimular o crescimento dos folículos que contêm os óvulos nos ovários.

Punção folicular

  • Retirada do líquido contido nos folículos, no qual ficam os óvulos.
  • Feito com o auxílio de uma agulha e de forma indolor, pois a paciente é anestesiada;

Identificação e seleção dos óvulos

  • No laboratório de embriologia são identificados e selecionados os óvulos maduros e de qualidade para o congelamento.

Congelamento

  • Os óvulos selecionados são rapidamente congelados usando uma técnica chamada de vitrificação, que consiste em imersão em nitrogênio líquido em temperaturas extremamente baixas para preservá-los.

Armazenamento

  • São armazenados em um laboratório de Reprodução, geralmente por tempo indeterminado, até que a mulher esteja pronta para utilizá-los, podendo solicitar o descongelamento e utilizar os óvulos em ciclos de FIV, que é a etapa final do processo.
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Relação Sexual Programada (RSP)

Também conhecida como coito programado, ocorre de maneira natural e possui taxas de sucesso mais baixas.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.
  • O hCG provoca o rompimento dos folículos cerca de 36 horas após sua administração.

Tentativas de Gravidez:

  • Orientação ao casal sobre quais serão os dias mais férteis daquele ciclo – que são os dias que eles devem manter as relações sexuais.
  • O espermatozoide sobrevive cerca de 3 dias no sistema reprodutivo feminino e o óvulo cerca de 36h. Portanto, não é necessário estabelecer a hora exata para o coito e sim um período aproximado e muito assertivo.

Conclusão do RSP

  • O teste de gravidez pode ser feito, normalmente, após 14 dias para verificar o sucesso da técnica.

Chances de Sucesso

  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, muito similares às da inseminação artificial (IA).

Recomendação

  • Essa técnica é recomendada no máximo por três ciclos.
  • Após esse período, indicamos a FIV, pois outros fatores podem estar presentes, prejudicando a fertilidade e a FIV oferece mais recursos para superar esses problemas.
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Ovodoação – Recepção de Óvulos

Opção para mulheres inférteis, em virtude de baixa qualidade ou baixa reserva de óvulos.

Cadastro

  • Realização do cadastro da receptora no banco internacional de óvulos da Espanha e Argentina.

Scanner Facial

  • Após o cadastro é feita uma análise facial da receptora, onde são avaliados cerca de 12.000 pontos da face para identificar semelhanças com possíveis doadoras com características físicas e compatibilidade sanguínea da receptora.

Avaliação de Critérios

  • O banco de óvulos pode enviar à receptora informações sobre a doadora mais compatível segundo a análise detalhada, após isso, acontece a tomada da decisão para prosseguir com o tratamento proposto.
  • Antes da doação, a doadora é avaliada por uma equipe médica que verifica sua saúde geral, e diversos critérios.

Documentação

  • Após a seleção da doadora, a documentação é preparada para solicitar a vinda dos óvulos adquiridos do banco internacional para o laboratório.

Realização da fiv

  • A FIV é iniciada após a chegada dos óvulos. O processo de FIV envolve a fertilização dos óvulos com os espermatozoides em laboratório e a transferência do embrião resultante para o útero da receptora.
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Inseminação Artificial

Desenvolvida para aumentar as chances de gravidez em casos de infertilidade com alteração seminal leve, mulheres com idade até 35 anos e tubas uterinas saudáveis, casal homoafetivo feminino.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios, que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.

  • O óvulo sai do ovário e é capturado pelas tubas uterinas onde pode ser fecundado e posteriormente direcionado para o útero.

Coleta e capacitação seminal

  • O sêmen pode ser do parceiro ou de doador.
  • A coleta é feita no laboratório 02 horas antes da inseminação.

  • O sêmen deve ser analisado previamente e preparado a fim de ser depositado na cavidade uterina.

Inseminação

  • Utilizando um cateter, depositamos o sêmen preparado diretamente na cavidade uterina para facilitar o encontro do óvulo com o espermatozoide.
  • Procedimento é indolor e rápido, não havendo necessidade de repouso.

Conclusão da IA

  • O teste de gravidez é realizado 14 dias após a inseminação.
  • Caso o procedimento não seja bem-sucedido, é avaliado com o casal se é válido fazer uma nova tentativa ou se seguimos para a FIV.

Chances de Sucesso

  • O sucesso da IA depende de alguns fatores como a qualidade dos gametas.
  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, um valor inferior ao da FIV.
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Fertilização in vitro

Indicada para a maioria dos casos de infertilidade e apresenta as mais altas taxas de sucesso de gravidez.

Estimulação Ovariana e Indução da Ovulação

  • Preparação do corpo: Feita com medicamentos hormonais para estimular a ovulação e aumentar o crescimento de folículos.
  • Quando os folículos atingem o tamanho adequado, é administrado o hormônio hCG. Após 35 horas, é realizada a coleta dos óvulos.

Punção Ovariana

  • Retirada dos ovócitos do ovário por meio de uma agulha guiada por ultrassom.
  • O sêmen é coletado no mesmo dia e enviado para separar os melhores espermatozoides e aumentar as chances de fecundação.

Fecundação Dos Óvulos

  • Dentre os espermatozoides coletados é identificado o melhor e colocado dentro de cada óvulo.
  •  Os embriões formados a partir da fecundação do óvulo pelo espermatozoide são colocados em incubadoras para se desenvolverem. 

Cultivo Embrionário

  • Desenvolvimento do embrião: o embrião é mantido em um meio de cultivo durante um período de 5 dias, até que esteja em uma fase adequada para ser transferido ou congelado.

Transferência Embrionária

  • O embrião é colocado no útero para iniciar o processo de fixação, da mesma forma que acontece na gestação espontânea.
  • É nesse momento que pode haver uma maior ou menor possibilidade de gestação múltipla, podem ser transferidos até três embriões dependendo da idade da mulher.

Conclusão da FIV

  • Confirmação da gravidez: a gravidez é confirmada por meio de teste de sangue.
  • O exame é realizado em 10 dias após a transferência embrionária.
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