Os folículos ovarianos são estruturas que contêm os gametas femininos e ficam armazenados dentro dos ovários. A mulher já nasce com uma quantidade determinada de folículos e, portanto, de óvulos. À medida que se desenvolve e envelhece, ela perde parte dessa reserva ovariana. Estima-se que no início da idade fértil tenha cerca de 300.000 folículos viáveis.
A cada ciclo menstrual, alguns deles são recrutados, mas apenas um completa o estágio final de desenvolvimento. Quando isso ocorre, libera o óvulo nas tubas uterinas, local em que fica disponível por aproximadamente 24 horas para que um espermatozoide o fertilize. Estima-se que uma mulher saudável libere entre 450 e 500 óvulos ao longo de sua vida reprodutiva.
Isso mostra que a grande maioria dos folículos não chega ao estágio final de desenvolvimento. Eles evoluem até estágios iniciais ou intermediários, auxiliando o folículo dominante na produção de hormônios sexuais. Depois disso, regridem e se degeneram.
Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe o texto até o final!
O que são os ovários e suas funções?
Ovários são um par de órgãos reprodutivos, cuja principal função é o armazenamento dos folículos ovarianos. Por isso, é dividido em dois tecidos principais:
- os folículos ovarianos;
- o estroma, que dá estrutura, sustentação, protege o órgão e produz alguns hormônios sexuais.
Os folículos ovarianos são fundamentais para a vida reprodutiva e para a saúde da mulher. Além de armazenar os gametas eles também produzem hormônios, que atuam tanto no próprio sistema genital feminino quanto em outros órgãos, como os ossos.
O que é folículo?
Os folículos ovarianos são estruturas, que contêm uma célula reprodutiva, circundadas por células epiteliais com a capacidade de produzir hormônios. Eles são constituídos de:
- um único óvulo, a célula reprodutiva feminina tecnicamente chamada de oócito, mas conhecida popularmente como óvulo;
- células foliculares, que são células não-reprodutivas capazes de produzir hormônios sexuais sob estímulo de outros hormônios produzidos na hipófise, uma glândula localizada no crânio e conectada ao cérebro.
Como e quando os folículos se formam?
Os folículos são formados durante a fase de desenvolvimento embrionário, por volta da 4ª a 6ª semana de gestação. Inicialmente, são formadas células primitivas chamadas de oogônias.
Aproximadamente entre a 8ª e 13ª semana, o feto feminino apresenta cerca de 600 mil dessas células. Então, elas começam a se multiplicar rapidamente para formar os gametas femininos, que chegam até à fase de meiose I, quando interrompem o seu ciclo de desenvolvimento.
A partir da 16ª semana os óvulos começam a ser envolvidos por células epiteliais, que se organizam inicialmente em uma única camada ao redor do gameta. Com isso, formam-se os folículos primordiais, a primeira fase de desenvolvimento dessa estrutura.
Ciclo menstrual e fases do desenvolvimento dos folículos
A partir do início da vida reprodutiva feminina, que é marcada pela primeira menstruação (menarca), os níveis de dois hormônios da hipófise começam a aumentar:
- o hormônio folículo-estimulante (FSH), que recruta o desenvolvimento de alguns folículos a cada ciclo menstrual;
- o hormônio luteinizante (LH), que auxilia na ovulação e na manutenção do corpo lúteo, uma estrutura que se forma depois da liberação dos gametas.
Isso leva a três fases do ciclo ovariano: a folicular, a ovulação e a lútea.
Fase folicular do ovário
Na fase folicular, os folículos passam por diversas etapas do seu próprio ciclo de desenvolvimento:
Folículo primário. No início do ciclo menstrual, os níveis de FSH começam a subir e isso estimula o desenvolvimento dos folículos primordiais mais sensíveis a ele. Então, eles atingem uma segunda fase de desenvolvimento e se tornam um folículo primário.
Eles são formados ainda por uma única camada de células foliculares e um óvulo primário. Ao seu redor, as células do estroma ovariano começam a se diferenciar e formam a teca, uma estrutura capaz de produzir esteroides, substâncias precursoras dos hormônios sexuais. A teca produz principalmente dois tipos de esteroides: os androgênios, hormônios sexuais masculinos que também estão presentes na mulher, e os progestagênios.
Os androgênios são absorvidos pelas células foliculares, que os transformam em estrogênio, o hormônio sexual feminino. Quantidades crescentes de estrogênio são produzidas a partir de então, o que estimula o próprio ovário e induz a multiplicação de células do endométrio, revestimento da cavidade uterina em que o embrião se implanta para dar início à gestação.
Folículo secundário. Na terceira fase de desenvolvimento folicular, alguns folículos mais sensíveis ao estrogênio conseguem atingir uma etapa mais avançada de desenvolvimento. As células foliculares começam a se multiplicar fazendo com que esse folículo apresente múltiplas camadas compostas por elas ao seu redor.
Elas liberam substâncias que levam ao acúmulo de líquido entre o óvulo e as células foliculares. Além disso, o gameta sexual começa a aumentar seu volume.
Folículo dominante. No entanto, um desses folículos apresenta uma melhor resposta ao estímulo do estrogênio. Então, ele passa a secretar hormônios que inibem o desenvolvimento dos secundários. Por isso, recebe o nome de folículo dominante. Apenas ele será capaz de liberar o óvulo que está em seu interior. Com o tempo, os demais se degeneram e suas células morrem.
Ovulação
O folículo dominante aumenta ainda mais o seu volume e se torna muito maior do que os demais. Os níveis de estrogênio começam a cair e isso sinaliza para a hipófise que é necessário produzir o hormônio luteinizante, que provoca o amadurecimento. Após 10-12 horas do pico de LH ocorre a ovulação.
Fase lútea
Após a ovulação, as células foliculares do folículo dominante permanecem no ovário e passam por uma transformação em corpo lúteo. Essa estrutura é responsável pela produção da progesterona, que cria condições uterinas adequadas para a gestação, como a maturação do endométrio para a fase secretora.
Isso é essencial para que a implantação de um eventual embrião seja bem-sucedida. Endométrios menos espessos e funcionais estão relacionados à infertilidade e a abortamentos de repetição. Quando os níveis hormonais caem novamente, o corpo lúteo entra em degeneração e um novo ciclo menstrual se inicia.
Conhecer essas etapas dos folículos é muito importante na reprodução assistida, visto que as técnicas geralmente envolvem um suporte hormonal para simular as condições existentes no processo de fertilização natural.
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