A fertilidade da mulher pode sofrer alterações por uma série de condições ao longo da vida, que podem surpreendê-la no momento em que estava planejando a sua gravidez. Por isso, é importante estar atenta a possíveis sintomas provocados por elas.
Um dos problemas que pode afetar a saúde da mulher é a menopausa precoce. Você conhece o termo? Vamos apresentar a seguir os seus principais sintomas e o que fazer quando eles aparecem. Uma leitura importante para esclarecer dúvidas.
O que é menopausa?
O início do período de fertilidade feminina é marcado pela primeira menstruação e encerra na menopausa, ou seja, quando ocorre a última menstruação e há a diminuição da produção dos hormônios sexuais femininos e, consequentemente, a falência dos ovários.
Esse é um processo natural, que acarreta uma série de sintomas evidenciando a chegada do período. Em média, as mulheres chegam à menopausa aos 50 anos de idade. Contudo, é normal que ele possa ocorrer a partir dos 40 anos.
O que é menopausa precoce?
A menopausa precoce ocorre quando o problema surge antes dos 40 anos de idade. É uma condição relativamente rara, que afeta até 1% das mulheres. Nela, há uma redução significativa da reserva ovariana, gerando, da mesma forma, a falência dos ovários.
As principais condições que provocam o problema são:
- Casos de familiares de primeiro grau que tenham passado pelo problema (mães ou irmãs);
- Tabagismo;
- Mulheres que tenham patologias genéticas relacionadas com o cromossomo X;
- Doenças autoimunes;
- Menarca precoce (quando a primeira menstruação ocorreu antes dos 9 anos);
- Ligação das tubas uterinas como método contraceptivo;
- Histerectomia (retirada do útero) com remoção dos ovários;
- Uso de medicações que comprometem a função ovariana;
- Realização de tratamentos para o câncer, como quimioterapia e radioterapia na região pélvica.
Sintomas de menopausa precoce
O quadro de menopausa precoce manifesta sintomas semelhantes aos dos processo natural e são um importante alerta. Veja os mais comuns:
- Redução da lubrificação vaginal;
- Aumento de peso sem motivo aparente;
- Presença de ondas de calor, principalmente no período noturno;
- Irregularidade no ciclo menstrual;
- Atrofia da região vaginal e do trato urinário baixo;
- Dores durante o ato sexual;
- Ausência de menstruação (12 meses seguidos);
- Cansaço constante;
- Alterações repentinas de humor;
- Redução significativa da massa óssea precocemente.
Diante dos sintomas, é fundamental que a paciente procure um especialista, que solicitará os exames necessários para realizar o diagnóstico, para confirmar ou não o quadro, uma vez que outras patologias podem manifestar alguns sintomas semelhantes, como a ausência de menstruação, incluindo:
- Síndrome de Cushing;
- Síndrome dos Ovário Policístico (SOP);
- Hipotireoidismo;
- Outros problemas da tireoide (cistos e tumores);
- Problemas diversos nos ovários e útero (miomas, cistos, nódulos, tumores, entre outros);
- Endometriose.
Assim, é importante descartar a presença desses outros quadros, a fim de atestar se a ausência de menstruação é, de fato, causada pela menopausa precoce. Caso seja, é possível determinar o tratamento mais adequado para cada paciente.
Os exames geralmente realizados para a detecção são:
- Dosagem hormonal;
- Ultrassom transvaginal.
Possibilidades de engravidar mesmo com o diagnóstico de menopausa precoce
A menopausa precoce pode dificultar a gravidez das mulheres que sofrem com o problema. Contudo, não é impossível que elas se tornem mães. Apesar de, na maioria dos casos, levar à infertilidade feminina, ainda assim é possível ter uma gestação segura com o quadro.
Isso ocorre, principalmente, a partir da reprodução assistida. Com o tratamento por fertilização in vitro (FIV) com a doação de óvulos, técnica mais indicada quando há menopausa precoce.
A fecundação é feita por FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides): cada espermatozoide é injetado diretamente no citoplasma do óvulo, aumentando, assim, as chances de uma quantidade maior ser fecundada. Os óvulos podem ser adquiridos em banco de óvulos com a seleção de gametas compatíveis com as características físicas e compatibilidade sanguínea da receptora.
Os embriões formados pela fecundação são cultivados por cinco dias em laboratório. O processo é acompanhado diariamente por um embriologista.
A transferência para o útero materno (receptora) pode ser feita em duas etapas de desenvolvimento, de acordo com cada caso: D3 ou clivagem, quando a divisão celular ainda está no início e o embrião possui cerca de 8 células, ou blastocisto, quando o embrião já está apto para implantação uterina.
Em caso de ovodoação, como a qualidade dos óvulos é melhor, a transferência é normalmente realizada na fase de blastocisto, quando a implantação também ocorre na gestação natural, por isso, há maior sincronia e chances de sucesso.
Após dez dias já é possível confirmar se gravidez foi bem-sucedida. Porém, os percentuais de sucesso da FIV por ciclo de tratamento são bastante expressivos, os mais altos da reprodução assistida.
Ao identificar os primeiros sintomas de menopausa precoce, caso você tenha interesse em engravidar, procure seu profissional de confiança para uma avaliação do quadro. E conte com a nossa clínica para auxiliá-la nesse momento. Além de promover a gravidez, é também possível realizar a terapia hormonal (implantes hormonais) fora do período gestacional, de forma personalizada a fim de oferecer qualidade de vida nesta fase de climatério.
A infertilidade feminina pode ocorrer, também, como consequência de outras condições. Para saber mais, leia este artigo.