Ressonância magnética e investigação da infertilidade feminina

O desenvolvimento dos exames de imagem trouxe enormes avanços para a medicina como um todo, inclusive para a investigação das causas da infertilidade conjugal, por permitir a visualização interna do corpo humano sem que para isso seja necessária a realização de procedimentos cirúrgicos, mais invasivos, complexos e que demandam um tempo de recuperação grande em alguns casos.

Nesse sentido, a radiologia diagnóstica vem se destacando pelo desenvolvimento de exames que obtêm imagens como resultado da emissão de raio-X e ondas sonoras, além da utilização de campos magnéticos, como é o caso das radiografias, tomografias computadorizadas e ressonância magnética.

Esses exames têm capacidade para obter imagens de estruturas duras, como os ossos, mas também do que chamamos de “estruturas moles”, que envolvem desde ligamentos e tendões, até tecidos, órgãos e sistemas.

Além das análises anatômicas que esse tipo de exame permite, também a observação do funcionamento de algumas estruturas é possível a partir deles.

Entre os exames radiológicos mais realizados, a ressonância magnética é um dos mais seguros e abrangentes, podendo ser utilizada como exame diagnóstico na maior parte das áreas da medicina.

A ressonância magnética é frequentemente solicitada para avaliar as seguintes estruturas:

  • Coluna;
  • Articulações;
  • Abdômen geral;
  • Cavidade pélvica;

Além da ressonância magnética, a medicina reprodutiva e a ginecologia também se beneficiam de outros exames de imagem não radiológicos, com destaque para as ultrassonografias pélvicas transvaginal e suprapúbica, histerossonografia, histerossalpingografia e as histeroscopias ambulatorial e cirúrgica.

Vou mostrar aqui como a ressonância magnética pode ser um exame bastante útil no processo de investigação das causas da infertilidade feminina e também para definição de diagnósticos mais precisos.

O que é ressonância magnética?

A ressonância magnética é uma técnica radiológica utilizada como exame de imagem e que permite a avaliação anatômica e também fisiológica do corpo humano, por meio da interação com campos magnéticos fortes, a emissão de ondas de rádio e gradientes de campo, sem uso de radiação.

Embora os riscos oferecidos pelos exames que utilizam a radiação, para formação de imagens, estejam relativamente controlados atualmente, a ressonância magnética continua sendo um dos exames radiológicos mais seguros e por isso mais recomendados, em detrimento das radiografias e tomografias computadorizadas, por não utilizar raios-X.

Na ressonância magnética, ondas de rádio são emitidas em direção ao corpo humano e absorvidas principalmente pelo núcleo dos átomos de hidrogênio, muito abundantes nos tecidos do corpo humano.

Esses núcleos de hidrogênio respondem à estimulação feita pelas ondas de rádio, emitindo sinais igualmente detectáveis pelo gradiente de campos magnéticos, formado pelo equipamento de ressonância magnética.

O mapeamento dessa dinâmica de estímulo e resposta é o mecanismo que permite a formação das imagens obtidas pela ressonância magnética.

Apesar de ser um exame simples e bastante abrangente, a ressonância magnética pode ser contraindicada para pessoas com implantes médicos, como marcapasso, ou outro metal não removível dentro do corpo, como as placas de titânio para a cicatrização óssea no caso de fraturas mais graves.

Além disso, o exame é realizado no interior de um tubo, em que a pessoa coloca-se deitada, muitas vezes de corpo inteiro – o que pode causar incômodos emocionais, como ansiedade e claustrofobia, já que o diâmetro do tubo deve necessariamente ser o mais próximo possível da superfície corporal, para que as imagens sejam obtidas de forma nítida e com alta resolução.

Quando a ressonância magnética é indicada para mulheres inférteis?

A fertilidade feminina pode ser afetada por problemas que incidem tanto no equilíbrio da dinâmica hormonal, responsável pela ovulação e preparação endometrial, como também por malformações anatômicas e pelo crescimento e desenvolvimento de formações tumorais, mesmo as benignas.

Nesse sentido, a ressonância magnética é um exame de imagem que auxilia na identificação principalmente de alterações que podem provocar mudanças morfológicas decorrentes de deformações dos órgãos e de estruturas da cavidade pélvica, assim como do crescimento de aderências e massas celulares.

Dentre as doenças femininas que podem afetar a fertilidade e ser detectadas pela ressonância magnética, destacamos:

Como é feita a investigação da infertilidade feminina?

Durante os processos de investigação para as causas da infertilidade feminina, no entanto, a ressonância magnética costuma ser um exame solicitado normalmente após a realização de outros exames, laboratoriais e também de imagem.

De qualquer forma, a busca pelo diagnóstico deve partir do relato de sintomas, como alterações no fluxo menstrual, ausência de menstruação, sintomas dolorosos e também a infertilidade – que nos casos assintomáticos costuma ser identificada somente após tentar engravidar sem sucesso.

Como a reprodução assistida pode ajudar?

A medicina reprodutiva conta hoje com três principais técnicas de reprodução assistida: a RSP (relação sexual programada), a IA (inseminação artificial) e a FIV (fertilização in vitro) – as duas primeiras consideradas de baixa complexidade e a FIV, de alta complexidade.

A obtenção de um diagnóstico realmente preciso é fundamental para realizar uma escolha adequada pela melhor técnica de reprodução assistida, considerando as especificidades de cada caso – e nesse sentido a ressonância magnética é uma ferramenta bastante útil justamente para o fechamento dos diagnósticos que explicam a condição de infertilidade feminina.

É importante ressaltar que as técnicas consideradas de baixa complexidade não são por isso menos eficientes do que a FIV, mas são assim classificadas por contarem com a fecundação dentro do corpo da mulher e preverem pouca ou nenhuma manipulação dos gametas – sendo por isso adequadas apenas para os casos de infertilidade leve.

Quer saber mais sobre ressonância magnética? Acesse nosso conteúdo especialmente desenvolvido para falar do tema.

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Congelamento de Óvulos

Opção para mulheres que não queiram engravidar agora e querem preservar sua fertilidade ou para mulheres que possuem alguma condição médica que possa afetar sua fertilidade futuramente.

Consulta com especialista

  •  Realização de diversos exames para avaliar a resposta que a mulher terá ao estímulo ovariano para a coleta dos óvulos.

Estimulação ovariana e indução da ovulação

  • É feita uma combinação de medicamentos hormonais que ajudam a estimular o crescimento dos folículos que contêm os óvulos nos ovários.

Punção folicular

  • Retirada do líquido contido nos folículos, no qual ficam os óvulos.
  • Feito com o auxílio de uma agulha e de forma indolor, pois a paciente é anestesiada;

Identificação e seleção dos óvulos

  • No laboratório de embriologia são identificados e selecionados os óvulos maduros e de qualidade para o congelamento.

Congelamento

  • Os óvulos selecionados são rapidamente congelados usando uma técnica chamada de vitrificação, que consiste em imersão em nitrogênio líquido em temperaturas extremamente baixas para preservá-los.

Armazenamento

  • São armazenados em um laboratório de Reprodução, geralmente por tempo indeterminado, até que a mulher esteja pronta para utilizá-los, podendo solicitar o descongelamento e utilizar os óvulos em ciclos de FIV, que é a etapa final do processo.
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Relação Sexual Programada (RSP)

Também conhecida como coito programado, ocorre de maneira natural e possui taxas de sucesso mais baixas.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.
  • O hCG provoca o rompimento dos folículos cerca de 36 horas após sua administração.

Tentativas de Gravidez:

  • Orientação ao casal sobre quais serão os dias mais férteis daquele ciclo – que são os dias que eles devem manter as relações sexuais.
  • O espermatozoide sobrevive cerca de 3 dias no sistema reprodutivo feminino e o óvulo cerca de 36h. Portanto, não é necessário estabelecer a hora exata para o coito e sim um período aproximado e muito assertivo.

Conclusão do RSP

  • O teste de gravidez pode ser feito, normalmente, após 14 dias para verificar o sucesso da técnica.

Chances de Sucesso

  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, muito similares às da inseminação artificial (IA).

Recomendação

  • Essa técnica é recomendada no máximo por três ciclos.
  • Após esse período, indicamos a FIV, pois outros fatores podem estar presentes, prejudicando a fertilidade e a FIV oferece mais recursos para superar esses problemas.
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Ovodoação – Recepção de Óvulos

Opção para mulheres inférteis, em virtude de baixa qualidade ou baixa reserva de óvulos.

Cadastro

  • Realização do cadastro da receptora no banco internacional de óvulos da Espanha e Argentina.

Scanner Facial

  • Após o cadastro é feita uma análise facial da receptora, onde são avaliados cerca de 12.000 pontos da face para identificar semelhanças com possíveis doadoras com características físicas e compatibilidade sanguínea da receptora.

Avaliação de Critérios

  • O banco de óvulos pode enviar à receptora informações sobre a doadora mais compatível segundo a análise detalhada, após isso, acontece a tomada da decisão para prosseguir com o tratamento proposto.
  • Antes da doação, a doadora é avaliada por uma equipe médica que verifica sua saúde geral, e diversos critérios.

Documentação

  • Após a seleção da doadora, a documentação é preparada para solicitar a vinda dos óvulos adquiridos do banco internacional para o laboratório.

Realização da fiv

  • A FIV é iniciada após a chegada dos óvulos. O processo de FIV envolve a fertilização dos óvulos com os espermatozoides em laboratório e a transferência do embrião resultante para o útero da receptora.
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Inseminação Artificial

Desenvolvida para aumentar as chances de gravidez em casos de infertilidade com alteração seminal leve, mulheres com idade até 35 anos e tubas uterinas saudáveis, casal homoafetivo feminino.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios, que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.

  • O óvulo sai do ovário e é capturado pelas tubas uterinas onde pode ser fecundado e posteriormente direcionado para o útero.

Coleta e capacitação seminal

  • O sêmen pode ser do parceiro ou de doador.
  • A coleta é feita no laboratório 02 horas antes da inseminação.

  • O sêmen deve ser analisado previamente e preparado a fim de ser depositado na cavidade uterina.

Inseminação

  • Utilizando um cateter, depositamos o sêmen preparado diretamente na cavidade uterina para facilitar o encontro do óvulo com o espermatozoide.
  • Procedimento é indolor e rápido, não havendo necessidade de repouso.

Conclusão da IA

  • O teste de gravidez é realizado 14 dias após a inseminação.
  • Caso o procedimento não seja bem-sucedido, é avaliado com o casal se é válido fazer uma nova tentativa ou se seguimos para a FIV.

Chances de Sucesso

  • O sucesso da IA depende de alguns fatores como a qualidade dos gametas.
  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, um valor inferior ao da FIV.
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Fertilização in vitro

Indicada para a maioria dos casos de infertilidade e apresenta as mais altas taxas de sucesso de gravidez.

Estimulação Ovariana e Indução da Ovulação

  • Preparação do corpo: Feita com medicamentos hormonais para estimular a ovulação e aumentar o crescimento de folículos.
  • Quando os folículos atingem o tamanho adequado, é administrado o hormônio hCG. Após 35 horas, é realizada a coleta dos óvulos.

Punção Ovariana

  • Retirada dos ovócitos do ovário por meio de uma agulha guiada por ultrassom.
  • O sêmen é coletado no mesmo dia e enviado para separar os melhores espermatozoides e aumentar as chances de fecundação.

Fecundação Dos Óvulos

  • Dentre os espermatozoides coletados é identificado o melhor e colocado dentro de cada óvulo.
  •  Os embriões formados a partir da fecundação do óvulo pelo espermatozoide são colocados em incubadoras para se desenvolverem. 

Cultivo Embrionário

  • Desenvolvimento do embrião: o embrião é mantido em um meio de cultivo durante um período de 5 dias, até que esteja em uma fase adequada para ser transferido ou congelado.

Transferência Embrionária

  • O embrião é colocado no útero para iniciar o processo de fixação, da mesma forma que acontece na gestação espontânea.
  • É nesse momento que pode haver uma maior ou menor possibilidade de gestação múltipla, podem ser transferidos até três embriões dependendo da idade da mulher.

Conclusão da FIV

  • Confirmação da gravidez: a gravidez é confirmada por meio de teste de sangue.
  • O exame é realizado em 10 dias após a transferência embrionária.
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