Hormônio antimülleriano e avaliação da reserva ovariana: qual é a relação?

Quando se fala em fertilidade feminina, é preciso saber que os hormônios têm funções essenciais: eles regulam o ciclo menstrual, estimulam o desenvolvimento e a liberação dos óvulos e preparam o útero para a gestação. Entre essas substâncias que agem no sistema reprodutor da mulher, está o hormônio antimülleriano (AMH), um importante marcador da reserva ovariana.

Durante o preparo para a gravidez ou na investigação da infertilidade conjugal, pode ser indicada a dosagem do hormônio antimülleriano, dentre outros exames, para ter uma estimativa do potencial reprodutivo da mulher.

Neste texto, você vai entender melhor o que é esse hormônio, como ele se relaciona com a reserva ovariana e por que sua dosagem é tão útil na investigação da fertilidade. Acompanhe!

O que é hormônio antimülleriano e qual é sua função?

O antimülleriano é um hormônio produzido pelas células dos folículos ovarianos em desenvolvimento — pequenas estruturas que guardam os óvulos. O AMH tem a função de regular o crescimento dos folículos, ajudando a controlar quantos deles vão amadurecer. 

O hormônio antimülleriano influencia a foliculogênese (processo de desenvolvimento dos folículos ovarianos) de duas formas:

  • no começo do ciclo menstrual, ele participa do recrutamento dos folículos primordiais para o crescimento;
  • no recrutamento cíclico, o AMH reduz a sensibilidade dos folículos ao hormônio folículo-estimulante (FSH), controlando a quantidade de folículos recrutados.

Ao contrário de outros hormônios femininos, como o estradiol ou o FSH, que variam ao longo do ciclo menstrual, o antimülleriano se mantém relativamente estável e pode ser dosado em qualquer fase do ciclo. Isso torna o exame prático e confiável como marcador da reserva ovariana.

O que é reserva ovariana?

Esse termo se refere à quantidade de óvulos que a mulher possui armazenados nos ovários e que ainda podem amadurecer e dar origem a uma possível gestação. A reserva ovariana é formada ainda antes de a menina nascer e diminui progressivamente com o passar dos anos, tanto em número quanto em qualidade dos óvulos.

O avanço da idade é uma causa natural da redução da reserva ovariana, o que ocorre de forma mais acentuada após os 35 anos. No entanto, outros fatores podem acelerar essa diminuição, como a endometriose ovariana, cirurgias nos ovários, tratamentos contra o câncer, condições genéticas e algumas infecções. Em situações mais críticas, a mulher pode até sofrer falência ovariana prematura, interrompendo sua capacidade reprodutiva antes dos 40 anos.

A avaliação da reserva ovariana é uma estratégia relevante, seja para investigar a infertilidade feminina e ajudar a definir estratégias personalizadas de tratamento, seja para fazer um planejamento reprodutivo e congelar os óvulos para uso futuro.

Quais exames são feitos para avaliação da reserva ovariana?

A avaliação da reserva ovariana abrange um conjunto de exames que se complementam. Os mais utilizados são: 

  • dosagem do hormônio antimülleriano — é um dos exames mais solicitados devido a sua praticidade e confiabilidade. Valores elevados sugerem boa reserva ovariana, enquanto valores mais baixos podem indicar uma reserva reduzida;
  • ultrassonografia para contagem de folículos antrais — deve ser realizada, preferencialmente, entre o segundo e o quinto dia do ciclo menstrual, quando é mais fácil visualizar a quantidade de folículos que estão em crescimento;
  • dosagem de FSH e estradiol — embora a dosagem do AMH e a contagem dos folículos antrais sejam as estratégias mais confiáveis, o FSH e o estradiol também podem ser medidos no início do ciclo menstrual, complementando a análise da função ovariana. Em mulheres com baixa reserva, os níveis de FSH podem estar elevados, indicando que o corpo está “trabalhando mais” para estimular os ovários.

Esses exames são solicitados e interpretados pelo médico especialista, que considera também a idade da paciente, o histórico clínico e outros fatores que possam influenciar na saúde dos ovários.

Saber como está a reserva ovariana é importante para planejar a gravidez. Em mulheres com boa reserva e função ovulatória normal, os níveis séricos do hormônio antimülleriano correlacionam-se fortemente com o número de folículos antrais. 

Mulheres com níveis baixos de hormônio antimülleriano podem ter mais dificuldade para engravidar, especialmente se a idade for mais avançada, pois isso também implica redução da qualidade dos óvulos.

Entretanto, resultados alterados na avaliação da reserva ovariana não devem desmotivar o casal que deseja engravidar. Na reprodução assistida, há técnicas específicas e protocolos personalizados que podem otimizar as chances de gestação. 

No contexto da reprodução assistida, a dosagem do hormônio antimülleriano e os demais exames para avaliação da reserva ovariana são úteis para definir o protocolo mais adequado de estimulação ovariana e prever a resposta aos medicamentos utilizados, sobretudo nos tratamentos com fertilização in vitro (FIV).

A estimulação ovariana é feita com medicações hormonais que favorecem a função dos ovários e levam ao desenvolvimento de mais folículos ovarianos em um mesmo ciclo. O tipo de medicação e a dosagem são ajustados às necessidades de cada mulher, tendo em vista um resultado satisfatório.

Além disso, o hormônio antimülleriano é um forte preditor para o número de óvulos que poderão ser coletados de pacientes que vão passar pela FIV. Nesse tipo de tratamento, quanto mais óvulos são recuperados, maiores são as chances de formar embriões saudáveis que resultem em uma gravidez bem-sucedida.

Aproveite sua visita em nosso site e leia mais um texto sobre avaliação da reserva ovariana!

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Congelamento de Óvulos

Opção para mulheres que não queiram engravidar agora e querem preservar sua fertilidade ou para mulheres que possuem alguma condição médica que possa afetar sua fertilidade futuramente.

Consulta com especialista

  •  Realização de diversos exames para avaliar a resposta que a mulher terá ao estímulo ovariano para a coleta dos óvulos.

Estimulação ovariana e indução da ovulação

  • É feita uma combinação de medicamentos hormonais que ajudam a estimular o crescimento dos folículos que contêm os óvulos nos ovários.

Punção folicular

  • Retirada do líquido contido nos folículos, no qual ficam os óvulos.
  • Feito com o auxílio de uma agulha e de forma indolor, pois a paciente é anestesiada;

Identificação e seleção dos óvulos

  • No laboratório de embriologia são identificados e selecionados os óvulos maduros e de qualidade para o congelamento.

Congelamento

  • Os óvulos selecionados são rapidamente congelados usando uma técnica chamada de vitrificação, que consiste em imersão em nitrogênio líquido em temperaturas extremamente baixas para preservá-los.

Armazenamento

  • São armazenados em um laboratório de Reprodução, geralmente por tempo indeterminado, até que a mulher esteja pronta para utilizá-los, podendo solicitar o descongelamento e utilizar os óvulos em ciclos de FIV, que é a etapa final do processo.
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Relação Sexual Programada (RSP)

Também conhecida como coito programado, ocorre de maneira natural e possui taxas de sucesso mais baixas.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.
  • O hCG provoca o rompimento dos folículos cerca de 36 horas após sua administração.

Tentativas de Gravidez:

  • Orientação ao casal sobre quais serão os dias mais férteis daquele ciclo – que são os dias que eles devem manter as relações sexuais.
  • O espermatozoide sobrevive cerca de 3 dias no sistema reprodutivo feminino e o óvulo cerca de 36h. Portanto, não é necessário estabelecer a hora exata para o coito e sim um período aproximado e muito assertivo.

Conclusão do RSP

  • O teste de gravidez pode ser feito, normalmente, após 14 dias para verificar o sucesso da técnica.

Chances de Sucesso

  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, muito similares às da inseminação artificial (IA).

Recomendação

  • Essa técnica é recomendada no máximo por três ciclos.
  • Após esse período, indicamos a FIV, pois outros fatores podem estar presentes, prejudicando a fertilidade e a FIV oferece mais recursos para superar esses problemas.
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Ovodoação – Recepção de Óvulos

Opção para mulheres inférteis, em virtude de baixa qualidade ou baixa reserva de óvulos.

Cadastro

  • Realização do cadastro da receptora no banco internacional de óvulos da Espanha e Argentina.

Scanner Facial

  • Após o cadastro é feita uma análise facial da receptora, onde são avaliados cerca de 12.000 pontos da face para identificar semelhanças com possíveis doadoras com características físicas e compatibilidade sanguínea da receptora.

Avaliação de Critérios

  • O banco de óvulos pode enviar à receptora informações sobre a doadora mais compatível segundo a análise detalhada, após isso, acontece a tomada da decisão para prosseguir com o tratamento proposto.
  • Antes da doação, a doadora é avaliada por uma equipe médica que verifica sua saúde geral, e diversos critérios.

Documentação

  • Após a seleção da doadora, a documentação é preparada para solicitar a vinda dos óvulos adquiridos do banco internacional para o laboratório.

Realização da fiv

  • A FIV é iniciada após a chegada dos óvulos. O processo de FIV envolve a fertilização dos óvulos com os espermatozoides em laboratório e a transferência do embrião resultante para o útero da receptora.
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Inseminação Artificial

Desenvolvida para aumentar as chances de gravidez em casos de infertilidade com alteração seminal leve, mulheres com idade até 35 anos e tubas uterinas saudáveis, casal homoafetivo feminino.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios, que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.

  • O óvulo sai do ovário e é capturado pelas tubas uterinas onde pode ser fecundado e posteriormente direcionado para o útero.

Coleta e capacitação seminal

  • O sêmen pode ser do parceiro ou de doador.
  • A coleta é feita no laboratório 02 horas antes da inseminação.

  • O sêmen deve ser analisado previamente e preparado a fim de ser depositado na cavidade uterina.

Inseminação

  • Utilizando um cateter, depositamos o sêmen preparado diretamente na cavidade uterina para facilitar o encontro do óvulo com o espermatozoide.
  • Procedimento é indolor e rápido, não havendo necessidade de repouso.

Conclusão da IA

  • O teste de gravidez é realizado 14 dias após a inseminação.
  • Caso o procedimento não seja bem-sucedido, é avaliado com o casal se é válido fazer uma nova tentativa ou se seguimos para a FIV.

Chances de Sucesso

  • O sucesso da IA depende de alguns fatores como a qualidade dos gametas.
  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, um valor inferior ao da FIV.
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Fertilização in vitro

Indicada para a maioria dos casos de infertilidade e apresenta as mais altas taxas de sucesso de gravidez.

Estimulação Ovariana e Indução da Ovulação

  • Preparação do corpo: Feita com medicamentos hormonais para estimular a ovulação e aumentar o crescimento de folículos.
  • Quando os folículos atingem o tamanho adequado, é administrado o hormônio hCG. Após 35 horas, é realizada a coleta dos óvulos.

Punção Ovariana

  • Retirada dos ovócitos do ovário por meio de uma agulha guiada por ultrassom.
  • O sêmen é coletado no mesmo dia e enviado para separar os melhores espermatozoides e aumentar as chances de fecundação.

Fecundação Dos Óvulos

  • Dentre os espermatozoides coletados é identificado o melhor e colocado dentro de cada óvulo.
  •  Os embriões formados a partir da fecundação do óvulo pelo espermatozoide são colocados em incubadoras para se desenvolverem. 

Cultivo Embrionário

  • Desenvolvimento do embrião: o embrião é mantido em um meio de cultivo durante um período de 5 dias, até que esteja em uma fase adequada para ser transferido ou congelado.

Transferência Embrionária

  • O embrião é colocado no útero para iniciar o processo de fixação, da mesma forma que acontece na gestação espontânea.
  • É nesse momento que pode haver uma maior ou menor possibilidade de gestação múltipla, podem ser transferidos até três embriões dependendo da idade da mulher.

Conclusão da FIV

  • Confirmação da gravidez: a gravidez é confirmada por meio de teste de sangue.
  • O exame é realizado em 10 dias após a transferência embrionária.
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