O que é trombofilia e qual sua relação com a infertilidade?

Atualmente apontada como um dos fatores de infertilidade, a trombofilia é uma doença que causa alteração na capacidade de coagulação sanguínea.

Embora a formação de coágulos (trombos) ocorra naturalmente para evitar a perda de sangue por vasos sanguíneos rompidos ou lesionados (hemorragia), quando se formam no interior deles podem provocar uma obstrução, impedindo a passagem do sangue.

Na trombofilia, há uma predisposição para formação desses trombos, processo denominado de trombose.

Neste artigo, vou explicar sobre o que é trombofilia, quais são os fatores de risco, quando ela deve ser investigada e como pode influenciar o desenvolvimento da gravidez.

O que é trombofilia?

A trombofilia é uma doença hereditária ou adquirida que aumenta o risco para o desenvolvimento de trombose, nas veias ou artérias.

A trombofilia hereditária é, na maior parte dos casos, decorrente de alterações ligadas aos inibidores fisiológicos da coagulação (antitrombina, proteína C, proteína S e resistência à proteína C ativada) ou de mutações de fatores de coagulação (como o Fator V Leiden e mutação no gene da protrombina).

Por outro lado, a trombofilia adquirida é decorrente da produção de autoanticorpos (distúrbio imunológico com produção de anticorpos pelo organismo contra ele mesmo), que promovem alterações no revestimento interno dos vasos sanguíneos e consequente aumento do risco de trombose, como ocorre na síndrome dos anticorpos antifosfolípides (SAF).

Além da trombofilia, outros fatores de risco podem levar a trombose, tais como obesidade, imobilidade após cirurgias, uso de medicamentos – terapia de reposição hormonal, anticoncepcionais orais –, hábitos como tabagismo ou mesmo o avanço da idade.

A trombose é causada por múltiplos fatores e, quanto maior a associação de fatores, maior a chance de desenvolver a trombose.

Tanto as hereditárias quanto as adquiridas desequilibram o sistema de coagulação, causando trombose.

Quando a trombofilia pode se desenvolver?

Diferentes fatores de risco podem provocar a hipercoagulação. Alguns, como a obesidade, retardam o fluxo de sangue nas veias, enquanto outros, entre eles o avanço da idade, podem levar a alterações no interior dos vasos sanguíneos e aumentar a capacidade natural de coagulação. Eles incluem:

  • Obesidade;
  • Gravidez;
  • Imobilidade (incluindo inatividade prolongada, viagens longas de avião ou carro);
  • Tabagismo;
  • Contraceptivos orais;
  • Terapia de reposição hormonal;
  • Neoplasias;
  • Trauma;
  • Determinadas cirurgias;
  • Idade (aumento do risco para pessoas com mais de 60 anos);
  • Histórico familiar de coágulos sanguíneos;
  • Doenças inflamatórias crônicas;
  • Diabetes;
  • Pressão alta;
  • Colesterol alto;
  • Síndrome antifosfolípide (doença em que o sistema imunológico ataca erroneamente proteínas normais do sangue).

Investigação e diagnóstico da trombofilia

A investigação é recomendada para pacientes com histórico de trombose venosa e deve ser estendida a seus familiares de primeiro grau. Para que os resultados sejam mais precisos, ela deverá ser realizada após a descontinuação de tratamentos com anticoagulantes.

O diagnóstico laboratorial baseia-se na investigação das vias anticoagulantes plasmáticas para detectar deficiências de antitrombina, proteínas e anticorpos, que estabelecem condições hereditárias ou adquiridas associadas a um risco aumentado de trombose venosa e, mais raramente, arterial.

Já a análise de DNA é necessária para verificar a mutação do gene da protrombina (proteína plasmática inativa, precursora da trombina e essencial para a coagulação sanguínea) e também a mutação no Fator V de Leiden.

Por que fazer a investigação?

Mesmo que os resultados não influenciem o tratamento de eventos agudos, uma vez que eles ocorrem independentemente da causa, podem contribuir para a prevenção de uma nova trombose, tempo e intensidade do tratamento.

Além disso, a investigação também beneficia familiares, que podem ser portadores da doença, alertando-os para a necessidade da adoção de medidas preventivas em situações de risco, tais como cirurgias, imobilidade ou gravidez.

Quais são os riscos da trombofilia para a gravidez

Normalmente, durante a gravidez, aumentam as concentrações da maioria dos fatores coagulantes, diminuem as de alguns anticoagulantes e reduz a atividade fibrinolítica – processo pelo qual um coágulo de fibrina, produto da coagulação do sangue, é destruído.

Por esse motivo, à medida que a gestação progride e durante o puerpério (pós-parto), há maior propensão para o desenvolvimento da trombose e, consequentemente, maior risco para diversas complicações vasculares, incluindo tromboembolismo venoso (TEV), termo empregado para designar a combinação de outras doenças, como a trombose venosa profunda (TVP) e embolia pulmonar (EP).

O tromboembolismo venoso é apontado como uma causa relevante de mortalidade e morbidade materna durante esse período, principalmente nos países desenvolvidos.

O acometimento da vasculatura placentária (rede vascular da placenta) também pode resultar em várias complicações, com consequências potencialmente graves ou mesmo letais para a mãe e para o feto, tais como pré-eclâmpsia, descolamento prematuro da placenta, retardo de crescimento intrauterino, aborto espontâneo e natimorto.

A prevalência dos fatores trombofílicos em mulheres com infertilidade também tem sido relatada em pesquisas, especialmente em mulheres com falha de implantação embrionária.

A relação entre os fatores trombofílicos e a infertilidade considera a possibilidade de abortamento pré-clínico nos procedimentos de reprodução assistida, ocasionado pela alteração da hemostasia durante a fixação do embrião, ainda como consequência do acometimento da vasculatura no sítio de implantação embrionária.

Apesar de as alterações trombofílicas hereditárias serem prevalentes, a maioria das portadoras permanece assintomática. A investigação como rotina não é indicada. Geralmente é recomendada apenas em mulheres com histórico de tromboembolismo venoso ou familiar confirmado.

Nesse caso, a indicação é de profilaxia com anticoagulantes durante a gravidez e, especialmente, para as que têm histórico pessoal ou familiar de tromboembolismo venoso, também no puerpério.

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Congelamento de Óvulos

Opção para mulheres que não queiram engravidar agora e querem preservar sua fertilidade ou para mulheres que possuem alguma condição médica que possa afetar sua fertilidade futuramente.

Consulta com especialista

  •  Realização de diversos exames para avaliar a resposta que a mulher terá ao estímulo ovariano para a coleta dos óvulos.

Estimulação ovariana e indução da ovulação

  • É feita uma combinação de medicamentos hormonais que ajudam a estimular o crescimento dos folículos que contêm os óvulos nos ovários.

Punção folicular

  • Retirada do líquido contido nos folículos, no qual ficam os óvulos.
  • Feito com o auxílio de uma agulha e de forma indolor, pois a paciente é anestesiada;

Identificação e seleção dos óvulos

  • No laboratório de embriologia são identificados e selecionados os óvulos maduros e de qualidade para o congelamento.

Congelamento

  • Os óvulos selecionados são rapidamente congelados usando uma técnica chamada de vitrificação, que consiste em imersão em nitrogênio líquido em temperaturas extremamente baixas para preservá-los.

Armazenamento

  • São armazenados em um laboratório de Reprodução, geralmente por tempo indeterminado, até que a mulher esteja pronta para utilizá-los, podendo solicitar o descongelamento e utilizar os óvulos em ciclos de FIV, que é a etapa final do processo.
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Relação Sexual Programada (RSP)

Também conhecida como coito programado, ocorre de maneira natural e possui taxas de sucesso mais baixas.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.
  • O hCG provoca o rompimento dos folículos cerca de 36 horas após sua administração.

Tentativas de Gravidez:

  • Orientação ao casal sobre quais serão os dias mais férteis daquele ciclo – que são os dias que eles devem manter as relações sexuais.
  • O espermatozoide sobrevive cerca de 3 dias no sistema reprodutivo feminino e o óvulo cerca de 36h. Portanto, não é necessário estabelecer a hora exata para o coito e sim um período aproximado e muito assertivo.

Conclusão do RSP

  • O teste de gravidez pode ser feito, normalmente, após 14 dias para verificar o sucesso da técnica.

Chances de Sucesso

  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, muito similares às da inseminação artificial (IA).

Recomendação

  • Essa técnica é recomendada no máximo por três ciclos.
  • Após esse período, indicamos a FIV, pois outros fatores podem estar presentes, prejudicando a fertilidade e a FIV oferece mais recursos para superar esses problemas.
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Ovodoação – Recepção de Óvulos

Opção para mulheres inférteis, em virtude de baixa qualidade ou baixa reserva de óvulos.

Cadastro

  • Realização do cadastro da receptora no banco internacional de óvulos da Espanha e Argentina.

Scanner Facial

  • Após o cadastro é feita uma análise facial da receptora, onde são avaliados cerca de 12.000 pontos da face para identificar semelhanças com possíveis doadoras com características físicas e compatibilidade sanguínea da receptora.

Avaliação de Critérios

  • O banco de óvulos pode enviar à receptora informações sobre a doadora mais compatível segundo a análise detalhada, após isso, acontece a tomada da decisão para prosseguir com o tratamento proposto.
  • Antes da doação, a doadora é avaliada por uma equipe médica que verifica sua saúde geral, e diversos critérios.

Documentação

  • Após a seleção da doadora, a documentação é preparada para solicitar a vinda dos óvulos adquiridos do banco internacional para o laboratório.

Realização da fiv

  • A FIV é iniciada após a chegada dos óvulos. O processo de FIV envolve a fertilização dos óvulos com os espermatozoides em laboratório e a transferência do embrião resultante para o útero da receptora.
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Inseminação Artificial

Desenvolvida para aumentar as chances de gravidez em casos de infertilidade com alteração seminal leve, mulheres com idade até 35 anos e tubas uterinas saudáveis, casal homoafetivo feminino.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios, que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.

  • O óvulo sai do ovário e é capturado pelas tubas uterinas onde pode ser fecundado e posteriormente direcionado para o útero.

Coleta e capacitação seminal

  • O sêmen pode ser do parceiro ou de doador.
  • A coleta é feita no laboratório 02 horas antes da inseminação.

  • O sêmen deve ser analisado previamente e preparado a fim de ser depositado na cavidade uterina.

Inseminação

  • Utilizando um cateter, depositamos o sêmen preparado diretamente na cavidade uterina para facilitar o encontro do óvulo com o espermatozoide.
  • Procedimento é indolor e rápido, não havendo necessidade de repouso.

Conclusão da IA

  • O teste de gravidez é realizado 14 dias após a inseminação.
  • Caso o procedimento não seja bem-sucedido, é avaliado com o casal se é válido fazer uma nova tentativa ou se seguimos para a FIV.

Chances de Sucesso

  • O sucesso da IA depende de alguns fatores como a qualidade dos gametas.
  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, um valor inferior ao da FIV.
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Fertilização in vitro

Indicada para a maioria dos casos de infertilidade e apresenta as mais altas taxas de sucesso de gravidez.

Estimulação Ovariana e Indução da Ovulação

  • Preparação do corpo: Feita com medicamentos hormonais para estimular a ovulação e aumentar o crescimento de folículos.
  • Quando os folículos atingem o tamanho adequado, é administrado o hormônio hCG. Após 35 horas, é realizada a coleta dos óvulos.

Punção Ovariana

  • Retirada dos ovócitos do ovário por meio de uma agulha guiada por ultrassom.
  • O sêmen é coletado no mesmo dia e enviado para separar os melhores espermatozoides e aumentar as chances de fecundação.

Fecundação Dos Óvulos

  • Dentre os espermatozoides coletados é identificado o melhor e colocado dentro de cada óvulo.
  •  Os embriões formados a partir da fecundação do óvulo pelo espermatozoide são colocados em incubadoras para se desenvolverem. 

Cultivo Embrionário

  • Desenvolvimento do embrião: o embrião é mantido em um meio de cultivo durante um período de 5 dias, até que esteja em uma fase adequada para ser transferido ou congelado.

Transferência Embrionária

  • O embrião é colocado no útero para iniciar o processo de fixação, da mesma forma que acontece na gestação espontânea.
  • É nesse momento que pode haver uma maior ou menor possibilidade de gestação múltipla, podem ser transferidos até três embriões dependendo da idade da mulher.

Conclusão da FIV

  • Confirmação da gravidez: a gravidez é confirmada por meio de teste de sangue.
  • O exame é realizado em 10 dias após a transferência embrionária.
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