Os problemas de fertilidade podem ser igualmente femininos ou masculinos e afetam milhares de pessoas no mundo todo. O impacto provocado pela incapacidade de engravidar tende a causar instabilidade emocional na maioria dos casais.
O efeito é ainda maior quando o diagnóstico é de infertilidade sem causa aparente (ISCA). Um casal recebe o diagnóstico de ISCA quando sofre de infertilidade, mas a análise diagnóstica falha em encontrar qualquer causa que explique a condição.
Assim, pode-se dizer, é essencialmente negativo, ou seja, a equipe clínica sabe que há um problema, mas a causa permanece desconhecida. A impossibilidade de identificar a causa sugere, em um primeiro momento, que não existe solução.
No entanto, assim como os outros fatores de infertilidade a ISCA também tem tratamento na maioria dos casos. É só continuar a leitura para entender melhor!
O que é ISCA?
Aproximadamente 30% dos casais inférteis recebem o diagnóstico de ISCA. O termo, define os problemas de fertilidade quando as investigações padrão falharam em detectar qualquer anormalidade.
Distúrbios de ovulação, obstruções tubárias, anormalidades ovarianas ou uterinas, por exemplo, podem causar a infertilidade feminina, enquanto a masculina resulta de alterações na morfologia (forma) e motilidade (movimento) dos espermatozoides, no sêmen e na produção, ou mesmo de dificuldades com o transporte para que ocorra a fusão com o óvulo.
Diversos testes são realizados para determinar o que provocou o problema, incluindo os de reserva ovariana e permeabilidade tubária, que avaliam a fertilidade feminina e, o espermograma, padrão para avaliação da masculina. Se eles falharem em identificar a causa, o diagnóstico é, então, de infertilidade sem causa aparente (ISCA).
Assim, o diagnóstico de ISCA é determinado quando não há nenhuma anormalidade nos órgãos reprodutores femininos ou masculinos, alterações nos níveis de reserva ovariana e os espermatozoides estiverem dentro dos padrões de normalidade e o processo de produção também.
Porém, embora a fertilidade naturalmente sofra um declínio com a idade, principalmente a feminina, e seja influenciada pela duração da infertilidade, outros fatores não reconhecidos pelos exames tradicionais podem, da mesma forma, comprometer a saúde reprodutiva.
Nas mulheres, por exemplo, o problema pode ser provocado pela endometriose nos estágios inicias, ou por pequenas alterações nas tubas uterinas, dificilmente identificadas pelos exames tradicionais, ao mesmo tempo que também tem sido associada a doenças autoimunes, que, nesse caso, devem ser identificadas por exames específicos.
Enquanto os homens podem ter problemas que não são apontados pelo espermograma, como a fragmentação do DNA espermático: espermatozoides com dano no DNA têm os genes comprometidos, o que naturalmente também compromete a qualidade embrionária, levando a falhas na implantação e abortamento.
Por isso, investigar adicionalmente essas possíveis causas contribui para a definição do tratamento mais adequado para cada paciente.
No entanto, ainda que nem sempre seja possível a definição de um diagnóstico, os tratamentos de reprodução assistida aumentam as chances de engravidar na maioria dos casos de infertilidade.
Por outro lado, o percentual de casais diagnosticados com ISCA não é muito expressivo quando comparado à infertilidade provocada por fatores femininos ou masculinos.
ISCA e reprodução assistida
Quando o diagnóstico é de ISCA o tratamento pode ser realizado por todas as técnicas de reprodução assistida. No entanto, elas são indicadas de acordo com a necessidade de cada paciente e consideram alguns critérios.
As técnicas de baixa complexidade, por exemplo, relação sexual programada (RSP) e inseminação intrauterina (IIU), são indicadas para mulheres que ainda possuam níveis altos de reserva ovariana, o que de um modo geral ocorre até os 35 anos.
Além disso, é importante que as tubas uterinas estejam saudáveis, pois a fecundação acontece naturalmente. Na RSP o objetivo é estimular o desenvolvimento e maturação de mais folículos (foliculogênese) e programar a relação sexual para o período de maior fertilidade. Por isso os espermatozoides do parceiro também devem estar saudáveis.
Já na IIU eles podem ter pequenas alterações na forma e no movimento, uma vez que os melhores são selecionados por técnicas de preparo seminal e posteriormente depositados no útero durante o período fértil. A foliculogênese também é estimulada.
A FIV, por outro lado, é considerada um procedimento mais complexo, pois prevê a fecundação de óvulos e espermatozoides em laboratório.
Assim como nas outras técnicas, a estimulação ovariana e o preparo seminal também estão entre as etapas. É indicada para mulheres acima de 35 anos, quando os níveis da reserva ovariana já estão em declínio e quando há problemas de maior gravidade nos espermatozoides.
Os embriões formados são transferidos para o útero materno em dois estágios de desenvolvimento: entre o segundo e terceiro dia, fase conhecida como D3 ou clivagem ou entre o quinto e sexto dia, no blastocisto (D5).
Na FIV, técnicas complementares ao tratamento podem, ainda, proporcionar a solução de diferentes problemas, entre eles os de qualidade embrionária e receptividade endometrial, fundamentais para o sucesso do tratamento.
Todas elas, entretanto, aumentam as chances de gravidez quando o diagnóstico é de ISCA.
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