FIV e gestação gemelar: existe mesmo o risco?

Desde que surgiu, na década de 1970, a fertilização in vitro (FIV) se tornou conhecida como solução para os problemas de infertilidade feminina e, posteriormente, masculina.

A técnica é considerada a principal dos tratamentos de reprodução assistida, embora seja a de maior complexidade, uma vez que prevê a fecundação em laboratório com posterior transferência dos embriões para o útero materno.

Entre as diversas dúvidas que surgiram sobre a FIV desde o seu desenvolvimento – algumas, inclusive, levaram à criação de diferentes mitos –, está a de a técnica favorecer a gestação gemelar: podem ser transferidos para o útero de 1 a 4 embriões, de acordo com a idade da mulher.

Dessa forma, quando há a transferência de mais do que um embrião e todos estão saudáveis, há maiores chances de ocorrer a gestação de gêmeos. Para entender melhor, continue a leitura.

O que é gestação gemelar?

Em um processo natural, todos os meses vários folículos (bolsas que armazenam os óvulos) são recrutados, porém apenas um se torna dominante, desenvolve e amadurece para posteriormente romper e ovular.

Assim, os ovários liberam um óvulo todos os meses, capturado pelas tubas uterinas onde a fecundação acontece.

Após ser fecundado, o óvulo é chamado zigoto e passa por sucessivas divisões celulares até tornar-se um embrião. Entre o quinto e sexto dia de desenvolvimento o embrião implanta no endométrio, camada que reveste internamente o útero, preparada desde o início do ciclo menstrual para recebê-lo.

A gestação gemelar pode ocorrer quando os ovários liberam dois óvulos e cada um é fecundado por um espermatozoide. Nesse caso é uma gestação de gêmeos não-idênticos. Ou quando um único óvulo fecundado por um espermatozoide divide e origina dois embriões: gêmeos idênticos ou univitelinos.

Ainda que seja um desejo dos pais, em muitos casos, oferece maiores riscos para a mãe e para os fetos, principalmente quando comparada à gestação única.

Entenda o porquê de a gestação gemelar ser potencialmente perigosa

Várias complicações podem ocorrer quando há gestação gemelar. Se for de gêmeos não idênticos, cada feto é gerado em uma placenta e eles podem ter ou não o mesmo sexo. Enquanto na gravidez de gêmeos univitelinos, o desenvolvimento acontece em uma mesma placenta, simultaneamente: eles possuem a mesma carga genética e sexo.

Os riscos são menores quando a gravidez é de gêmeos não idênticos, que desenvolvem em placentas diferentes. Se forem univitelinos ou idênticos, por outro lado, são bem mais expressivos.

Entre eles está o parto prematuro, muito comum em gestações gemelares, ocorrendo praticamente na metade dos casos. Além disso, aumentam os riscos de pré- eclampsia e diabetes gestacional. No primeiro caso, ocorre um aumento da pressão arterial, resultando, muitas vezes, em morte materna. Já no segundo, a doença pode permanecer após o nascimento.

Com o aumento do fluxo sanguíneo os níveis de ferro tendem a diminuir, por isso o risco de anemia materna também é maior.

Durante a gestação gemelar pode haver ainda o descolamento da placenta, quando ela desprende da parede uterina, restrição de crescimento uterino (um dos fetos não cresce adequadamente) e malformação fetal, como problemas cardíacos, no tubo neural, ou a síndrome da transfusão feto-fetal, condição que pode ter como consequência a morte de um deles.

Por que a FIV aumenta o risco de gravidez gemelar?

A estimulação ovariana e indução da ovulação é a primeira etapa da FIV, assim como das outras duas técnicas de reprodução assistida, relação sexual programada (RSP) e inseminação artificial (IA), de baixa complexidade.

O procedimento tem como objetivo estimular o desenvolvimento e amadurecimento de mais folículos, obtendo, dessa forma, mais óvulos disponíveis para a fecundação. É realizado com medicamentos hormonais sintéticos semelhantes aos que atuam no processo de reprodução produzidos pelo organismo.

Nas técnicas de baixa complexidade, entretanto, as dosagens são mais baixas, uma vez que a intenção é obter até no máximo três óvulos, pois a fecundação ocorre naturalmente, nas tubas uterinas.

Na FIV, como a fecundação é realizada em laboratório as dosagens são mais altas para obter aproximadamente dez óvulos maduros. O objetivo, nesse caso, é garantir a formação de mais embriões, aumentando as chances de a gravidez ser bem-sucedida.

Os embriões que não forem transferidos em um ciclo, por exemplo, podem ser congelados e usados em um próximo se não houver sucesso, ou no futuro para uma nova gravidez.

No entanto, o Conselho Federal de Medicina, órgão que regulamente a reprodução assistida, limita o número de embriões a serem transferidos de acordo com a idade da mulher: até 35 anos, 1 ou 2, dos 36 aos 40 anos, até 3 e, acima dos 40 anos, até 4.

A determinação considera o fato de as chances de gravidez diminuírem com o avanço da idade: para aumentá-las são transferidos mais embriões. Porém, independentemente da idade, mesmo que geralmente a FIV resulte em uma gestação única, com a transferência de mais embriões o risco de a gravidez ser de gêmeos é naturalmente maior.

Para saber detalhadamente como a fertilização in vitro (FIV) funciona leia o nosso texto especial sobre o assunto tocando aqui.

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Congelamento de Óvulos

Opção para mulheres que não queiram engravidar agora e querem preservar sua fertilidade ou para mulheres que possuem alguma condição médica que possa afetar sua fertilidade futuramente.

Consulta com especialista

  •  Realização de diversos exames para avaliar a resposta que a mulher terá ao estímulo ovariano para a coleta dos óvulos.

Estimulação ovariana e indução da ovulação

  • É feita uma combinação de medicamentos hormonais que ajudam a estimular o crescimento dos folículos que contêm os óvulos nos ovários.

Punção folicular

  • Retirada do líquido contido nos folículos, no qual ficam os óvulos.
  • Feito com o auxílio de uma agulha e de forma indolor, pois a paciente é anestesiada;

Identificação e seleção dos óvulos

  • No laboratório de embriologia são identificados e selecionados os óvulos maduros e de qualidade para o congelamento.

Congelamento

  • Os óvulos selecionados são rapidamente congelados usando uma técnica chamada de vitrificação, que consiste em imersão em nitrogênio líquido em temperaturas extremamente baixas para preservá-los.

Armazenamento

  • São armazenados em um laboratório de Reprodução, geralmente por tempo indeterminado, até que a mulher esteja pronta para utilizá-los, podendo solicitar o descongelamento e utilizar os óvulos em ciclos de FIV, que é a etapa final do processo.
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Relação Sexual Programada (RSP)

Também conhecida como coito programado, ocorre de maneira natural e possui taxas de sucesso mais baixas.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.
  • O hCG provoca o rompimento dos folículos cerca de 36 horas após sua administração.

Tentativas de Gravidez:

  • Orientação ao casal sobre quais serão os dias mais férteis daquele ciclo – que são os dias que eles devem manter as relações sexuais.
  • O espermatozoide sobrevive cerca de 3 dias no sistema reprodutivo feminino e o óvulo cerca de 36h. Portanto, não é necessário estabelecer a hora exata para o coito e sim um período aproximado e muito assertivo.

Conclusão do RSP

  • O teste de gravidez pode ser feito, normalmente, após 14 dias para verificar o sucesso da técnica.

Chances de Sucesso

  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, muito similares às da inseminação artificial (IA).

Recomendação

  • Essa técnica é recomendada no máximo por três ciclos.
  • Após esse período, indicamos a FIV, pois outros fatores podem estar presentes, prejudicando a fertilidade e a FIV oferece mais recursos para superar esses problemas.
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Ovodoação – Recepção de Óvulos

Opção para mulheres inférteis, em virtude de baixa qualidade ou baixa reserva de óvulos.

Cadastro

  • Realização do cadastro da receptora no banco internacional de óvulos da Espanha e Argentina.

Scanner Facial

  • Após o cadastro é feita uma análise facial da receptora, onde são avaliados cerca de 12.000 pontos da face para identificar semelhanças com possíveis doadoras com características físicas e compatibilidade sanguínea da receptora.

Avaliação de Critérios

  • O banco de óvulos pode enviar à receptora informações sobre a doadora mais compatível segundo a análise detalhada, após isso, acontece a tomada da decisão para prosseguir com o tratamento proposto.
  • Antes da doação, a doadora é avaliada por uma equipe médica que verifica sua saúde geral, e diversos critérios.

Documentação

  • Após a seleção da doadora, a documentação é preparada para solicitar a vinda dos óvulos adquiridos do banco internacional para o laboratório.

Realização da fiv

  • A FIV é iniciada após a chegada dos óvulos. O processo de FIV envolve a fertilização dos óvulos com os espermatozoides em laboratório e a transferência do embrião resultante para o útero da receptora.
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Inseminação Artificial

Desenvolvida para aumentar as chances de gravidez em casos de infertilidade com alteração seminal leve, mulheres com idade até 35 anos e tubas uterinas saudáveis, casal homoafetivo feminino.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios, que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.

  • O óvulo sai do ovário e é capturado pelas tubas uterinas onde pode ser fecundado e posteriormente direcionado para o útero.

Coleta e capacitação seminal

  • O sêmen pode ser do parceiro ou de doador.
  • A coleta é feita no laboratório 02 horas antes da inseminação.

  • O sêmen deve ser analisado previamente e preparado a fim de ser depositado na cavidade uterina.

Inseminação

  • Utilizando um cateter, depositamos o sêmen preparado diretamente na cavidade uterina para facilitar o encontro do óvulo com o espermatozoide.
  • Procedimento é indolor e rápido, não havendo necessidade de repouso.

Conclusão da IA

  • O teste de gravidez é realizado 14 dias após a inseminação.
  • Caso o procedimento não seja bem-sucedido, é avaliado com o casal se é válido fazer uma nova tentativa ou se seguimos para a FIV.

Chances de Sucesso

  • O sucesso da IA depende de alguns fatores como a qualidade dos gametas.
  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, um valor inferior ao da FIV.
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Fertilização in vitro

Indicada para a maioria dos casos de infertilidade e apresenta as mais altas taxas de sucesso de gravidez.

Estimulação Ovariana e Indução da Ovulação

  • Preparação do corpo: Feita com medicamentos hormonais para estimular a ovulação e aumentar o crescimento de folículos.
  • Quando os folículos atingem o tamanho adequado, é administrado o hormônio hCG. Após 35 horas, é realizada a coleta dos óvulos.

Punção Ovariana

  • Retirada dos ovócitos do ovário por meio de uma agulha guiada por ultrassom.
  • O sêmen é coletado no mesmo dia e enviado para separar os melhores espermatozoides e aumentar as chances de fecundação.

Fecundação Dos Óvulos

  • Dentre os espermatozoides coletados é identificado o melhor e colocado dentro de cada óvulo.
  •  Os embriões formados a partir da fecundação do óvulo pelo espermatozoide são colocados em incubadoras para se desenvolverem. 

Cultivo Embrionário

  • Desenvolvimento do embrião: o embrião é mantido em um meio de cultivo durante um período de 5 dias, até que esteja em uma fase adequada para ser transferido ou congelado.

Transferência Embrionária

  • O embrião é colocado no útero para iniciar o processo de fixação, da mesma forma que acontece na gestação espontânea.
  • É nesse momento que pode haver uma maior ou menor possibilidade de gestação múltipla, podem ser transferidos até três embriões dependendo da idade da mulher.

Conclusão da FIV

  • Confirmação da gravidez: a gravidez é confirmada por meio de teste de sangue.
  • O exame é realizado em 10 dias após a transferência embrionária.
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