FIV, ou fertilização in vitro é a principal técnica de reprodução assistida, uma área da medicina que utiliza diferentes tratamentos para aumentar as chances de concepção de pessoas com infertilidade.
A FIV foi desenvolvida na década de 1970 para solucionar problemas de infertilidade feminina, particularmente obstruções tubárias. Tornou-se popularmente conhecida quando nasceu o primeiro bebê concebido com a sua utilização.
Dos anos 1970 até os dias atuais, entretanto, com a incorporação de novas tecnologias evoluiu, proporcionando o tratamento de infertilidade provocada por diferentes fatores, femininos e masculinos.
O tratamento com a utilização da técnica é realizado em diversas etapas. O cultivo embrionário é uma das mais complexas. Continue a leitura deste texto que preparei para você e conheça mais sobre a FIV e cultivo embrionário, além da sua importância para o sucesso da gravidez.
Conheça as principais etapas da fertilização in vitro (FIV)
O tratamento por FIV é realizado em cinco etapas: estimulação ovariana e indução da ovulação, preparo seminal e punção folicular, fertilização, cultivo embrionário e transferência do embrião. Conheça, abaixo, o funcionamento de cada uma delas:
- Estimulação ovariana e indução da ovulação: no ciclo natural diversos folículos (bolsas que contém o óvulo) crescem, mas apenas um deles desenvolve, amadurece e rompe liberando o óvulo para ser fecundado. Esse procedimento utiliza medicamentos hormonais para estimular o desenvolvimento e amadurecimento de mais folículos, obtendo, dessa forma, mais óvulos para serem fecundados;
- Preparo seminal e punção folicular: punção folicular é o procedimento realizado para coletar os folículos maduros. Simultaneamente a esse processo, os espermatozoides são capacitados por técnicas de preparo seminal;
- Fecundação: a fecundação é realizada em laboratório;
- Cultivo embrionário: nessa etapa os embriões formados pela fecundação são cultivados em laboratório;
- Transferência do embrião: etapa em que os embriões são transferidos para o útero.
Entenda melhor o que é cultivo embrionário
Cultivo embrionário é o termo utilizado para denominar o tempo necessário de desenvolvimento dos embriões antes de eles serem transferido ao útero.
Após a coleta dos folículos os óvulos são extraídos em laboratório, quando os melhores são selecionados com a utilização de um microscópio de alta magnificação. As técnicas de preparo seminal possibilitam, da mesma forma, a seleção dos espermatozoides mais saudáveis. Assim, com óvulos e espermatozoides de boa qualidade, a saúde do embrião também é assegurada.
Além disso, o método mais utilizado atualmente no mundo todo para a fecundação é a FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides). A ICSI foi incorporada à FIV na década de 1990 e proporcionou o tratamento de infertilidade masculina provocada por fatores de maior gravidade.
No processo de fecundação cada espermatozoide é novamente avaliado individualmente e, posteriormente, injetado diretamente no citoplasma do óvulo por um micromanipulador de gametas, um aparelho de alta precisão acoplado ao microscópio, o que aumenta as chances de mais óvulos serem fecundados.
Os embriões formados são, então, inseridos em cateter e colocados em uma incubadora. Entre as evoluções da FIV está a dos meios de cultura e técnicas laboratoriais, que passaram a proporcionar o cultivo por mais tempo em ambiente semelhante ao uterino, até 6 dias, fase conhecida como blastocisto.
Nos anos iniciais da FIV o embrião era transferido para o útero entre o segundo e terceiro dia de desenvolvimento, na fase de clivagem ou D3.
Embora em alguns casos isso ainda possa ocorrer, principalmente quando a saúde do embrião é mais frágil, tornando mais adequado o seu desenvolvimento em ambiente uterino, a principal opção passou a ser a transferência no blastocisto, entre o quinto e sexto dia de desenvolvimento, motivada por diferentes fatores.
O embrião, por exemplo, já possui cerca de 120 células formadas, o que possibilita a seleção, pelo embriologista, dos que possuem maior capacidade para implantar, ou seja, fixar no endométrio iniciando a gestação: diariamente o embriologista acompanha o desenvolvimento, o que fornece informações mais precisas para essa definição.
No blastocisto também há maior sincronização fisiológica, uma vez que é durante essa fase que a implantação acontece na gestação natural.
A cultura estendida, como passou a ser chamado o processo de cultivo embrionário até o sexto dia, motivou o desenvolvimento de diversas técnicas que aumentaram os percentuais de sucesso da FIV ao solucionarem problemas que resultavam em falhas.
Entre elas está o teste genético pré-implantacional (PGT), que possibilita a avaliação das células dos embriões no blastocisto, detectando doenças genéticas e anormalidades cromossômicas.
Assim, apenas os considerados saudáveis que são transferidos. O PGT é, inclusive, a única forma de evitar a transmissão de doenças hereditárias e pode ser utilizado por qualquer pessoa com suspeita ou confirmação, desde que submetida ao tratamento.
Como o tratamento por FIV finaliza?
Depois de selecionados, os embriões podem ser transferidos a fresco ou congelados, de acordo com cada caso. A transferência é um processo bem simples, realizado na própria clínica de reprodução assistida sem necessidade de sedação: os embriões são inseridos em um cateter e depositados no útero sob visão ultrassonográfica.
Em 10 a 12 dias já é possível fazer o teste para confirmar a gravidez. A FIV possui índices bastantes expressivos de sucesso por ciclo de realização do tratamento.
Toque aqui e conheça detalhadamente o funcionamento da FIV.