(Os exames são realizados por laboratório de parceiros)

Síndrome dos Ovários Policísticos

A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é a doença endócrina feminina mais comum, afetando de 5% a 10% das mulheres em idade fértil. É considerada uma das principais causas de infertilidade feminina, principalmente por provocar a anovulação, que é a ausência de ovulação, e/ou a oligomenorreia, menstruação com frequência anormal, geralmente com duração acima de 35 dias.

Estima-se que 105 milhões de mulheres entre 15 e 49 anos no mundo tenham SOP. O distúrbio metabólico que caracteriza a SOP desregula os níveis de testosterona no sangue, levando à formação de cistos nos ovários e, consequentemente, ao aumento ovariano, provocando alguns sintomas específicos.

Neste texto, vamos abordar o que pode causar a síndrome, quais são seus sintomas, os exames para chegar ao diagnóstico, como é realizado o diagnóstico em si, quais são os tratamentos e a conduta no contexto da reprodução assistida.

Causas da SOP

As causas da SOP ainda não estão totalmente determinadas pela medicina. Acredita-se, no entanto, que haja um componente genético, pois filhas de mães com histórico de SOP parecem ter uma maior predisposição para desenvolver a doença.

Outra possível causa é a exposição androgênica do feto feminino ainda no útero materno, que pode ocorrer por fatores genéticos ou ambientais. Essa exposição pode provocar, quando a mulher atinge a puberdade, uma hiperprodução androgênica no organismo feminino, um dos sintomas da doença.

Dessa forma, as causas podem ser congênitas, embora a manifestação clínica da doença só ocorra na fase adulta, após a menarca.

Sintomas

A SOP é um distúrbio metabólico complexo, que pode manifestar sintomas diversos:

  • Oligomenorreia e/ou anovulação crônica;
  • Sinais de hiperandrogenismo, como hirsutismo, acne e crescimento excessivo de pelos em regiões incomuns no corpo feminino;
  • Ovários policísticos identificados pelo ultrassom;
  • Excesso de peso ou obesidade;
  • Dificuldade para engravidar (fator ovulatório).

Alguns desses sintomas são comuns a outras patologias, como:

  • Hiperplasia congênita das suprarrenais – forma não clássica;
  • Síndrome de Cushing;
  • Disfunção tireoidiana e/ou tumores secretores de andrógenos.

Portanto, é importante investigar para descartar a presença dessas doenças e propor o tratamento mais adequado.

Exames

Para o diagnóstico de SOP, alguns exames devem ser solicitados:

  • Ultrassonografia transvaginal;
  • Níveis hormonais de FSH, LH, Estradiol, TSH, SDHEA, Testosterona total e livre, 17-OH progesterona no sangue;
  • Hemoglobina glicada e glicemia de jejum.

Naturalmente, antes de solicitar exames, é importante avaliar a paciente, ou seja, fazer o exame físico e investigar seu histórico de doenças.

No exame físico, já é possível identificar alguns sinais do hiperandrogenismo no corpo da mulher, que é o principal sintoma da doença.

Diagnóstico

Atualmente, o diagnóstico da SOP é feito segundo os Critérios de Roterdã, embora peculiaridades devam ser avaliadas. A avaliação médica é necessária para analisar cada caso de acordo com os sintomas apresentados, exames e avaliação da paciente, a fim de diagnosticar e tratar adequadamente.

O Critério de Roterdã determina que o diagnóstico de SOP pode ser feito, de modo geral, quando pelo menos dois destes três sintomas estão presentes:

  • Sinais de hiperandrogenismo, como hirsutismo, acne e crescimento excessivo de pelos em regiões incomuns ao corpo feminino (obrigatório);
  • Oligomenorreia e/ou anovulação crônica;
  • Ovários policísticos identificados no ultrassom. Este dado não é mais considerado como essencial para o diagnóstico da síndrome, segundo as diretrizes da Sociedade Europeia de Reprodução Humana (ESHRE) estabelecidas em 2018.

O que caracteriza “ovários policísticos” no ultrassom transvaginal é a presença de pelo menos 12 folículos medindo entre 2 mm e 9 mm de diâmetro ou volume ovariano aumentado (>10 cm3). Em aparelhos de alta resolução, deve ser considerada a presença de 20 ou mais folículos em cada ovário.

O sintoma mais claro de SOP é o hiperandrogenismo, decorrente de níveis elevados de testosterona, que clinicamente é caracterizado por acne e aumento de pelos.

Tratamento

O tratamento da SOP é, na grande maioria dos casos, medicamentoso, pois as intervenções cirúrgicas são invasivas e podem gerar complicações.

Alguns medicamentos podem ser utilizados no tratamento. Existem anticoncepcionais com ação antiandrogênica, que reduzem os sinais masculinos no corpo feminino, como a acne e o hirsutismo, além de regular o ciclo menstrual, que geralmente está irregular em razão da doença. O objetivo desse tipo de tratamento é controlar os níveis hormonais para diminuir os sintomas e aumentar as chances de gravidez.

Síndrome dos Ovários Policísticos

A mudança de alguns hábitos de vida também pode auxiliar no tratamento de forma efetiva:

  • Fazer uma alimentação mais balanceada e saudável, com intuito também de evitar o sobrepeso;
  • Praticar exercícios físicos;
  • Abandonar o tabagismo (se for o caso).

Por fim, as metforminas são medicamentos que combatem a resistência insulínica, condição frequentemente encontrada em mulheres com SOP.

SOP e a reprodução assistida

Na reprodução assistida, o principal objetivo é que a mulher engravide. A gravidez é possível mesmo com o diagnóstico de SOP. De modo geral, após uma avaliação, a conduta é fazer a estimulação ovariana para promover a ovulação.

Se o organismo da mulher responder bem à indução e produzir um número elevado de óvulos, o casal pode realizar a fertilização in vitro (FIV). Caso a mulher produza o número de óvulos adequado para técnicas de baixa complexidade, além de atender aos critérios para este tipo de tratamento, são indicadas, ao casal, técnicas como a relação sexual programada (RSP), também chamada de coito programado, e a inseminação intrauterina (IIU).

Em qualquer caso, um médico especialista deve analisar a condição do casal e, principalmente, a SOP.

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Congelamento de Óvulos

Opção para mulheres que não queiram engravidar agora e querem preservar sua fertilidade ou para mulheres que possuem alguma condição médica que possa afetar sua fertilidade futuramente.

Consulta com especialista

  •  Realização de diversos exames para avaliar a resposta que a mulher terá ao estímulo ovariano para a coleta dos óvulos.

Estimulação ovariana e indução da ovulação

  • É feita uma combinação de medicamentos hormonais que ajudam a estimular o crescimento dos folículos que contêm os óvulos nos ovários.

Punção folicular

  • Retirada do líquido contido nos folículos, no qual ficam os óvulos.
  • Feito com o auxílio de uma agulha e de forma indolor, pois a paciente é anestesiada;

Identificação e seleção dos óvulos

  • No laboratório de embriologia são identificados e selecionados os óvulos maduros e de qualidade para o congelamento.

Congelamento

  • Os óvulos selecionados são rapidamente congelados usando uma técnica chamada de vitrificação, que consiste em imersão em nitrogênio líquido em temperaturas extremamente baixas para preservá-los.

Armazenamento

  • São armazenados em um laboratório de Reprodução, geralmente por tempo indeterminado, até que a mulher esteja pronta para utilizá-los, podendo solicitar o descongelamento e utilizar os óvulos em ciclos de FIV, que é a etapa final do processo.
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Relação Sexual Programada (RSP)

Também conhecida como coito programado, ocorre de maneira natural e possui taxas de sucesso mais baixas.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.
  • O hCG provoca o rompimento dos folículos cerca de 36 horas após sua administração.

Tentativas de Gravidez:

  • Orientação ao casal sobre quais serão os dias mais férteis daquele ciclo – que são os dias que eles devem manter as relações sexuais.
  • O espermatozoide sobrevive cerca de 3 dias no sistema reprodutivo feminino e o óvulo cerca de 36h. Portanto, não é necessário estabelecer a hora exata para o coito e sim um período aproximado e muito assertivo.

Conclusão do RSP

  • O teste de gravidez pode ser feito, normalmente, após 14 dias para verificar o sucesso da técnica.

Chances de Sucesso

  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, muito similares às da inseminação artificial (IA).

Recomendação

  • Essa técnica é recomendada no máximo por três ciclos.
  • Após esse período, indicamos a FIV, pois outros fatores podem estar presentes, prejudicando a fertilidade e a FIV oferece mais recursos para superar esses problemas.
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Ovodoação – Recepção de Óvulos

Opção para mulheres inférteis, em virtude de baixa qualidade ou baixa reserva de óvulos.

Cadastro

  • Realização do cadastro da receptora no banco internacional de óvulos da Espanha e Argentina.

Scanner Facial

  • Após o cadastro é feita uma análise facial da receptora, onde são avaliados cerca de 12.000 pontos da face para identificar semelhanças com possíveis doadoras com características físicas e compatibilidade sanguínea da receptora.

Avaliação de Critérios

  • O banco de óvulos pode enviar à receptora informações sobre a doadora mais compatível segundo a análise detalhada, após isso, acontece a tomada da decisão para prosseguir com o tratamento proposto.
  • Antes da doação, a doadora é avaliada por uma equipe médica que verifica sua saúde geral, e diversos critérios.

Documentação

  • Após a seleção da doadora, a documentação é preparada para solicitar a vinda dos óvulos adquiridos do banco internacional para o laboratório.

Realização da fiv

  • A FIV é iniciada após a chegada dos óvulos. O processo de FIV envolve a fertilização dos óvulos com os espermatozoides em laboratório e a transferência do embrião resultante para o útero da receptora.
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Inseminação Artificial

Desenvolvida para aumentar as chances de gravidez em casos de infertilidade com alteração seminal leve, mulheres com idade até 35 anos e tubas uterinas saudáveis, casal homoafetivo feminino.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios, que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.

  • O óvulo sai do ovário e é capturado pelas tubas uterinas onde pode ser fecundado e posteriormente direcionado para o útero.

Coleta e capacitação seminal

  • O sêmen pode ser do parceiro ou de doador.
  • A coleta é feita no laboratório 02 horas antes da inseminação.

  • O sêmen deve ser analisado previamente e preparado a fim de ser depositado na cavidade uterina.

Inseminação

  • Utilizando um cateter, depositamos o sêmen preparado diretamente na cavidade uterina para facilitar o encontro do óvulo com o espermatozoide.
  • Procedimento é indolor e rápido, não havendo necessidade de repouso.

Conclusão da IA

  • O teste de gravidez é realizado 14 dias após a inseminação.
  • Caso o procedimento não seja bem-sucedido, é avaliado com o casal se é válido fazer uma nova tentativa ou se seguimos para a FIV.

Chances de Sucesso

  • O sucesso da IA depende de alguns fatores como a qualidade dos gametas.
  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, um valor inferior ao da FIV.
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Fertilização in vitro

Indicada para a maioria dos casos de infertilidade e apresenta as mais altas taxas de sucesso de gravidez.

Estimulação Ovariana e Indução da Ovulação

  • Preparação do corpo: Feita com medicamentos hormonais para estimular a ovulação e aumentar o crescimento de folículos.
  • Quando os folículos atingem o tamanho adequado, é administrado o hormônio hCG. Após 35 horas, é realizada a coleta dos óvulos.

Punção Ovariana

  • Retirada dos ovócitos do ovário por meio de uma agulha guiada por ultrassom.
  • O sêmen é coletado no mesmo dia e enviado para separar os melhores espermatozoides e aumentar as chances de fecundação.

Fecundação Dos Óvulos

  • Dentre os espermatozoides coletados é identificado o melhor e colocado dentro de cada óvulo.
  •  Os embriões formados a partir da fecundação do óvulo pelo espermatozoide são colocados em incubadoras para se desenvolverem. 

Cultivo Embrionário

  • Desenvolvimento do embrião: o embrião é mantido em um meio de cultivo durante um período de 5 dias, até que esteja em uma fase adequada para ser transferido ou congelado.

Transferência Embrionária

  • O embrião é colocado no útero para iniciar o processo de fixação, da mesma forma que acontece na gestação espontânea.
  • É nesse momento que pode haver uma maior ou menor possibilidade de gestação múltipla, podem ser transferidos até três embriões dependendo da idade da mulher.

Conclusão da FIV

  • Confirmação da gravidez: a gravidez é confirmada por meio de teste de sangue.
  • O exame é realizado em 10 dias após a transferência embrionária.
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