Trombofilia e síndrome do anticorpo antifosfolipídeo: qual a relação?

Você já deve ter ouvido que mulheres grávidas podem desenvolver trombose. Mas você sabe o que é essa doença e por que ela pode ocorrer durante a gestação? A trombose nada mais é do que a formação de trombos, coágulos nas veias ou artérias, que normalmente atingem os membros inferiores. Estima-se que a trombose venosa profunda (TVP) seja cinco vezes mais frequente em grávidas do que em mulheres não gestantes da mesma faixa etária.

Isso acontece porque, durante a gravidez, a mulher produz mais agentes coagulantes, com o objetivo de preparar o corpo para o parto. Além disso, na gestação a veia cava inferior é pressionada pelo útero, que dificulta o retorno do sangue dos membros inferiores para o coração, com consequente estase do sangue, facilitando o surgimento da doença. O risco de trombose continua e aumenta ainda no pós-parto durante 40 dias após o nascimento do bebê. O risco de trombose no pós-parto é de 6 a 8 vezes maior do que durante a gravidez.

Os episódios de trombose durante a gestação costumam ocorrer em pacientes com trombofilia, que é uma predisposição – genética ou adquirida – para o desenvolvimento de trombos. Mulheres com a doença devem ter o acompanhamento médico adequado para evitar complicações. Para saber mais sobre a trombofilia e uma das principais causas da sua forma adquirida, continue a leitura.

O que é trombofilia

A trombofilia é uma tendência da paciente em desenvolver trombose devido a alterações nos agentes de coagulação do sangue. Ela é capaz de levar à infertilidade por falha na implantação do embrião no útero, uma vez que as disfunções no sistema de coagulação podem levar à oclusão dos pequenos vasos do endométrio e dificultar a fixação embrionária.

Nem todas as gestantes com trombofilia desenvolverão trombose, porém é importante que se faça o acompanhamento adequado para evitar a formação de trombos. Durante a gestação, a doença pode causar uma série de complicações, como aborto, descolamento de placenta, prematuridade, pré-eclâmpsia e restrição de crescimento fetal.

A trombofilia pode ter origem genética ou ser adquirida ao longo da vida. Entre as principais causas da trombofilia adquirida está a síndrome do anticorpo antifosfolipídeo (SAF).

O que é a SAF

A SAF é uma doença autoimune causada pela presença de autoanticorpos antifosfolipídeos (aPL), que causam alterações na coagulação do sangue, podendo levar à formação de trombos. É considerada trombofilia adquirida, uma vez que não há fatores genéticos conhecidos, associados ao desenvolvimento dessa doença.

O diagnóstico da SAF é feito com base em critérios clínicos e laboratoriais, sendo que, para que se considere que a paciente tem a síndrome, é preciso identificar pelo menos um de cada. Entre os critérios clínicos estão:

  • Pelo menos um episódio de trombose arterial, venosa ou, ainda, de pequenos vasos, em qualquer órgão ou tecido;
  • Aborto de feto morfologicamente normal com mais de 10 semanas de gestação;
  • Parto prematuro com até 34 semanas devido a eclampsia, pré-eclâmpsia ou insuficiência placentária;
  • Abortos de repetição (três ou mais) com até 10 semanas, sem que sejam identificadas causas genéticas dos pais, nem anormalidades hormonais ou anatômicas da mãe.

Já os critérios laboratoriais são:

  • Presença de anticoagulante lúpico (LA) no plasma;
  • Anticorpo anticardiolipina (ACL) IgG ou IgM em nível moderado ou alto;
  • Identificação de anti-beta2GPI IgG ou IgM no plasma.

Para todos esses índices devem ser considerados ao menos dois exames com no mínimo 12 semanas de intervalo.

O que a síndrome pode causar

A SAF pode favorecer a formação de trombos em veias, artérias ou pequenos vasos, de qualquer parte do corpo. Os episódios mais comuns são:

  • Trombose venosa profunda (TVP), caracterizada pela formação de coágulos que bloqueiam a circulação nas veias, normalmente das pernas ou coxas;
  • Embolia pulmonar, quando um coágulo se desprende parcialmente e circula na corrente sanguínea e fica retido nos pulmões, o que pode levar a lesões graves e até a morte;
  • Acidente vascular cerebral (AVC), causado pela formação de coágulos que obstruem as artérias do cérebro, impedindo a circulação sanguínea adequada no local, podendo levar à morte.

Como tratar a trombofilia relacionada à SAF

Para os pacientes com trombose – venosa, arterial ou em pequenos vasos –, o tratamento da SAF consiste no uso de anticoagulantes. Já se o caso for assintomático, é importante controlar fatores de risco, como diabetes, obesidade, sedentarismo, hipertensão e tabagismo.

As gestantes com SAF podem ser tratadas com aspirina em doses baixas e anticoagulante injetável via subcutânea, além das medidas de prevenção citadas acima, com o objetivo de reduzir a ocorrência de trombose.

A reprodução assistida e a SAF

Outro possível sinal de trombofilia e SAF é a infertilidade, devido às falhas de implantação do embrião no útero. Dessa forma, muitas vezes a paciente recorre a técnicas de reprodução assistida, sobretudo à FIV (fertilização in vitro), pela dificuldade de engravidar naturalmente. A mulher pode, porém, ter sucessivas tentativas malsucedidas de FIV em razão de problemas de implantação. Esse quadro pode levar à suspeita de SAF, que será investigado de acordo com a orientação do médico.

Caso o diagnóstico se confirme, a paciente pode fazer o tratamento para evitar episódios de trombose e tomar todos os cuidados necessários durante a gestação para que não ocorram complicações.

Se você quiser saber mais sobre trombofilia e sua relação com a gravidez, clique aqui para acessar outro conteúdo nosso site. Boa leitura!

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Congelamento de Óvulos

Opção para mulheres que não queiram engravidar agora e querem preservar sua fertilidade ou para mulheres que possuem alguma condição médica que possa afetar sua fertilidade futuramente.

Consulta com especialista

  •  Realização de diversos exames para avaliar a resposta que a mulher terá ao estímulo ovariano para a coleta dos óvulos.

Estimulação ovariana e indução da ovulação

  • É feita uma combinação de medicamentos hormonais que ajudam a estimular o crescimento dos folículos que contêm os óvulos nos ovários.

Punção folicular

  • Retirada do líquido contido nos folículos, no qual ficam os óvulos.
  • Feito com o auxílio de uma agulha e de forma indolor, pois a paciente é anestesiada;

Identificação e seleção dos óvulos

  • No laboratório de embriologia são identificados e selecionados os óvulos maduros e de qualidade para o congelamento.

Congelamento

  • Os óvulos selecionados são rapidamente congelados usando uma técnica chamada de vitrificação, que consiste em imersão em nitrogênio líquido em temperaturas extremamente baixas para preservá-los.

Armazenamento

  • São armazenados em um laboratório de Reprodução, geralmente por tempo indeterminado, até que a mulher esteja pronta para utilizá-los, podendo solicitar o descongelamento e utilizar os óvulos em ciclos de FIV, que é a etapa final do processo.
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Relação Sexual Programada (RSP)

Também conhecida como coito programado, ocorre de maneira natural e possui taxas de sucesso mais baixas.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.
  • O hCG provoca o rompimento dos folículos cerca de 36 horas após sua administração.

Tentativas de Gravidez:

  • Orientação ao casal sobre quais serão os dias mais férteis daquele ciclo – que são os dias que eles devem manter as relações sexuais.
  • O espermatozoide sobrevive cerca de 3 dias no sistema reprodutivo feminino e o óvulo cerca de 36h. Portanto, não é necessário estabelecer a hora exata para o coito e sim um período aproximado e muito assertivo.

Conclusão do RSP

  • O teste de gravidez pode ser feito, normalmente, após 14 dias para verificar o sucesso da técnica.

Chances de Sucesso

  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, muito similares às da inseminação artificial (IA).

Recomendação

  • Essa técnica é recomendada no máximo por três ciclos.
  • Após esse período, indicamos a FIV, pois outros fatores podem estar presentes, prejudicando a fertilidade e a FIV oferece mais recursos para superar esses problemas.
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Ovodoação – Recepção de Óvulos

Opção para mulheres inférteis, em virtude de baixa qualidade ou baixa reserva de óvulos.

Cadastro

  • Realização do cadastro da receptora no banco internacional de óvulos da Espanha e Argentina.

Scanner Facial

  • Após o cadastro é feita uma análise facial da receptora, onde são avaliados cerca de 12.000 pontos da face para identificar semelhanças com possíveis doadoras com características físicas e compatibilidade sanguínea da receptora.

Avaliação de Critérios

  • O banco de óvulos pode enviar à receptora informações sobre a doadora mais compatível segundo a análise detalhada, após isso, acontece a tomada da decisão para prosseguir com o tratamento proposto.
  • Antes da doação, a doadora é avaliada por uma equipe médica que verifica sua saúde geral, e diversos critérios.

Documentação

  • Após a seleção da doadora, a documentação é preparada para solicitar a vinda dos óvulos adquiridos do banco internacional para o laboratório.

Realização da fiv

  • A FIV é iniciada após a chegada dos óvulos. O processo de FIV envolve a fertilização dos óvulos com os espermatozoides em laboratório e a transferência do embrião resultante para o útero da receptora.
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Inseminação Artificial

Desenvolvida para aumentar as chances de gravidez em casos de infertilidade com alteração seminal leve, mulheres com idade até 35 anos e tubas uterinas saudáveis, casal homoafetivo feminino.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios, que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.

  • O óvulo sai do ovário e é capturado pelas tubas uterinas onde pode ser fecundado e posteriormente direcionado para o útero.

Coleta e capacitação seminal

  • O sêmen pode ser do parceiro ou de doador.
  • A coleta é feita no laboratório 02 horas antes da inseminação.

  • O sêmen deve ser analisado previamente e preparado a fim de ser depositado na cavidade uterina.

Inseminação

  • Utilizando um cateter, depositamos o sêmen preparado diretamente na cavidade uterina para facilitar o encontro do óvulo com o espermatozoide.
  • Procedimento é indolor e rápido, não havendo necessidade de repouso.

Conclusão da IA

  • O teste de gravidez é realizado 14 dias após a inseminação.
  • Caso o procedimento não seja bem-sucedido, é avaliado com o casal se é válido fazer uma nova tentativa ou se seguimos para a FIV.

Chances de Sucesso

  • O sucesso da IA depende de alguns fatores como a qualidade dos gametas.
  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, um valor inferior ao da FIV.
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Fertilização in vitro

Indicada para a maioria dos casos de infertilidade e apresenta as mais altas taxas de sucesso de gravidez.

Estimulação Ovariana e Indução da Ovulação

  • Preparação do corpo: Feita com medicamentos hormonais para estimular a ovulação e aumentar o crescimento de folículos.
  • Quando os folículos atingem o tamanho adequado, é administrado o hormônio hCG. Após 35 horas, é realizada a coleta dos óvulos.

Punção Ovariana

  • Retirada dos ovócitos do ovário por meio de uma agulha guiada por ultrassom.
  • O sêmen é coletado no mesmo dia e enviado para separar os melhores espermatozoides e aumentar as chances de fecundação.

Fecundação Dos Óvulos

  • Dentre os espermatozoides coletados é identificado o melhor e colocado dentro de cada óvulo.
  •  Os embriões formados a partir da fecundação do óvulo pelo espermatozoide são colocados em incubadoras para se desenvolverem. 

Cultivo Embrionário

  • Desenvolvimento do embrião: o embrião é mantido em um meio de cultivo durante um período de 5 dias, até que esteja em uma fase adequada para ser transferido ou congelado.

Transferência Embrionária

  • O embrião é colocado no útero para iniciar o processo de fixação, da mesma forma que acontece na gestação espontânea.
  • É nesse momento que pode haver uma maior ou menor possibilidade de gestação múltipla, podem ser transferidos até três embriões dependendo da idade da mulher.

Conclusão da FIV

  • Confirmação da gravidez: a gravidez é confirmada por meio de teste de sangue.
  • O exame é realizado em 10 dias após a transferência embrionária.
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