Ovodoação e ovorrecepção na FIV: o que é e como acontece?

A ovodoação e a ovorrecepção estão entre as técnicas que representam grandes avanços da reprodução assistida e trazem esperança para muitas mulheres e casais que enfrentam dificuldades para engravidar.

Essas práticas são empregadas no contexto da fertilização in vitro (FIV) quando há indicações, especialmente no caso de mulheres que não podem contar com óvulos próprios para engravidar. Cada condição é individualmente avaliada antes que essa ou outra técnica de reprodução assistida seja indicada.

As técnicas de ovodoação e ovorrecepção evoluíram desde os primeiros tratamentos em que foram realizadas. Hoje, também há uma maior compreensão acerca da importância da doação de gametas. Com isso, a medicina reprodutiva abre mais portas e amplia as possibilidades para os casais inférteis.

Leia o artigo na íntegra e veja como a doação e a recepção de óvulos são feitas na FIV!

O que é ovodoação?

A ovodoação consiste na doação de óvulos de uma mulher para um casal receptor, que não pode engravidar com seus próprios gametas. Os embriões são formados em laboratório com os óvulos doados e transferidos para o útero da receptora.

No Brasil, a ovodoação segue critérios éticos estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), como a proibição de que a prática envolva lucros e comercialização, ou seja, a doadora não pode ser paga para ceder seus óvulos.

Existem duas modalidades de ovodoação:

voluntária — realizada por mulheres que decidem praticar um gesto altruísta e doar seus óvulos sem vínculo com tratamentos próprios e sem qualquer tipo de recompensa;
familiar de até quarto grau (mãe, filha, irmã, tia ou prima) da receptora pode doar óvulos para o processo de fertilização in vitro com sêmen do parceiro;
doação compartilhada — nesse caso, a doadora também está em tratamento de FIV, mas por fatores diferentes do casal receptor, e tem óvulos viáveis em bom número para dividir. Assim, os custos do tratamento são reduzidos ou compartilhados entre as duas partes;
banco de óvulos é possível comprar óvulos de um banco de gametas nacional ou internacional de forma anônima, selecionando as características físicas que se assemelhem com a receptora. Em alguns bancos, é possível fazer scanner facial para melhor adequação destas características entre receptora e doadora.

Independentemente da modalidade de ovodoação, as doadoras precisam atender a critérios específicos, como idade entre 18 e 37 anos, boa saúde física e mental e histórico familiar sem doenças genéticas relevantes. Elas passam por exames clínicos e laboratoriais antes do procedimento de estimulação e coleta dos óvulos para garantir a segurança e a qualidade das células.

O que é ovorrecepção?

A ovorrecepção refere-se ao procedimento em que a mulher/o casal recebe os óvulos doados ou adquiridos no banco de gametas. Esses óvulos são fertilizados com o sêmen do parceiro ou de um doador e os embriões gerados são transferidos para o útero da receptora ou uma barriga solidária — essas variáveis estão relacionadas às características e necessidades de cada casal.

As indicações para a ovorrecepção podem ser feitas nas seguintes situações:

insuficiência ovariana prematura (menopausa precoce);
idade avançada, quando a qualidade e quantidade dos óvulos diminuem;
condições genéticas que possam ser transmitidas aos filhos — nessa situação, também é possível avaliar as chances de sucesso com o teste genético pré-implantacional (PGT), que faz o rastreio de alterações genéticas no embrião antes da transferência para o útero;
falhas repetidas de implantação embrionária em tratamentos de FIV com óvulos próprios;
tratamento de reprodução para casais homoafetivos masculinos, que precisam tanto dos óvulos doados quanto de uma barriga solidária.

Como essas técnicas são empregadas na FIV?

A ovodoação e a ovorrecepção são práticas integradas às demais etapas da FIV. O processo é cuidadosamente planejado, envolvendo o seguinte passo a passo:

Avaliação da doadora e da receptora

A doadora passa por exames para avaliar a reserva ovariana, além de outras análises laboratoriais, como sorologias e testes genéticos. Enquanto isso, a receptora realiza avaliações para garantir que o útero esteja em boas condições para receber os embriões.

As características fenotípicas da doadora também são consideradas para uma maior semelhança com a futura mãe da criança que será gerada com os óvulos doados.

Estimulação ovariana e coleta dos óvulos da doadora

A doadora recebe medicação hormonal para estimular os ovários a desenvolverem múltiplos óvulos. Após o crescimento dos folículos ovarianos, os óvulos são coletados por punção ovariana, analisados e entregues para o tratamento da receptora ou divididos entre as duas mulheres, em caso de doação compartilhada.

Fertilização dos óvulos

A fertilização ocorre em laboratório com o sêmen selecionado. No tratamento com ovodoação compartilhada, os óvulos são separadamente fertilizados com os espermatozoides dos respectivos parceiros da doadora e da receptora.

Preparação do útero

A receptora realiza um preparo hormonal para sincronizar seu ciclo menstrual com o da doadora, garantindo que o endométrio (parte interna do útero) esteja receptivo no momento da transferência embrionária. Caso os óvulos estejam congelados, o preparo endometrial é realizado no início do ciclo menstrual da receptora.

Transferência dos embriões

Os embriões são observados em incubadora por alguns dias e, posteriormente, transferidos ao útero. Para casais homoafetivos masculinos, esse é o momento em que se deve contar com a participação de uma gestante solidária, que poderá ceder seu útero para desenvolver o feto gerado com os óvulos doados e com os espermatozoides do casal.

A ovodoação e a ovorrecepção na FIV não são apenas procedimentos médicos, pois também carregam profundos significados emocionais. Para muitas mulheres, aceitar a doação de óvulos pode ser um desafio e trazer um misto de sentimentos, assim como a própria dificuldade para engravidar. O suporte psicológico é importante para que o processo seja encarado com mais compreensão, permitindo uma experiência plena.

Na nossa clínica, o acompanhamento é multiprofissional com equipe médica, incluindo avaliação com médica acupunturista, enfermagem, nutricionista e uma sessão de acolhimento com nossa equipe de psicologia.

Leia mais sobre ovodoação e recepção de óvulos e esclareça suas dúvidas!

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O sonho de nossos pacientes também passa a ser nosso e, para torná-lo realidade, não medimos esforços.

Congelamento de Óvulos

Opção para mulheres que não queiram engravidar agora e querem preservar sua fertilidade ou para mulheres que possuem alguma condição médica que possa afetar sua fertilidade futuramente.

Consulta com especialista

  •  Realização de diversos exames para avaliar a resposta que a mulher terá ao estímulo ovariano para a coleta dos óvulos.

Estimulação ovariana e indução da ovulação

  • É feita uma combinação de medicamentos hormonais que ajudam a estimular o crescimento dos folículos que contêm os óvulos nos ovários.

Punção folicular

  • Retirada do líquido contido nos folículos, no qual ficam os óvulos.
  • Feito com o auxílio de uma agulha e de forma indolor, pois a paciente é anestesiada;

Identificação e seleção dos óvulos

  • No laboratório de embriologia são identificados e selecionados os óvulos maduros e de qualidade para o congelamento.

Congelamento

  • Os óvulos selecionados são rapidamente congelados usando uma técnica chamada de vitrificação, que consiste em imersão em nitrogênio líquido em temperaturas extremamente baixas para preservá-los.

Armazenamento

  • São armazenados em um laboratório de Reprodução, geralmente por tempo indeterminado, até que a mulher esteja pronta para utilizá-los, podendo solicitar o descongelamento e utilizar os óvulos em ciclos de FIV, que é a etapa final do processo.
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Relação Sexual Programada (RSP)

Também conhecida como coito programado, ocorre de maneira natural e possui taxas de sucesso mais baixas.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.
  • O hCG provoca o rompimento dos folículos cerca de 36 horas após sua administração.

Tentativas de Gravidez:

  • Orientação ao casal sobre quais serão os dias mais férteis daquele ciclo – que são os dias que eles devem manter as relações sexuais.
  • O espermatozoide sobrevive cerca de 3 dias no sistema reprodutivo feminino e o óvulo cerca de 36h. Portanto, não é necessário estabelecer a hora exata para o coito e sim um período aproximado e muito assertivo.

Conclusão do RSP

  • O teste de gravidez pode ser feito, normalmente, após 14 dias para verificar o sucesso da técnica.

Chances de Sucesso

  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, muito similares às da inseminação artificial (IA).

Recomendação

  • Essa técnica é recomendada no máximo por três ciclos.
  • Após esse período, indicamos a FIV, pois outros fatores podem estar presentes, prejudicando a fertilidade e a FIV oferece mais recursos para superar esses problemas.
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Ovodoação – Recepção de Óvulos

Opção para mulheres inférteis, em virtude de baixa qualidade ou baixa reserva de óvulos.

Cadastro

  • Realização do cadastro da receptora no banco internacional de óvulos da Espanha e Argentina.

Scanner Facial

  • Após o cadastro é feita uma análise facial da receptora, onde são avaliados cerca de 12.000 pontos da face para identificar semelhanças com possíveis doadoras com características físicas e compatibilidade sanguínea da receptora.

Avaliação de Critérios

  • O banco de óvulos pode enviar à receptora informações sobre a doadora mais compatível segundo a análise detalhada, após isso, acontece a tomada da decisão para prosseguir com o tratamento proposto.
  • Antes da doação, a doadora é avaliada por uma equipe médica que verifica sua saúde geral, e diversos critérios.

Documentação

  • Após a seleção da doadora, a documentação é preparada para solicitar a vinda dos óvulos adquiridos do banco internacional para o laboratório.

Realização da fiv

  • A FIV é iniciada após a chegada dos óvulos. O processo de FIV envolve a fertilização dos óvulos com os espermatozoides em laboratório e a transferência do embrião resultante para o útero da receptora.
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Inseminação Artificial

Desenvolvida para aumentar as chances de gravidez em casos de infertilidade com alteração seminal leve, mulheres com idade até 35 anos e tubas uterinas saudáveis, casal homoafetivo feminino.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios, que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.

  • O óvulo sai do ovário e é capturado pelas tubas uterinas onde pode ser fecundado e posteriormente direcionado para o útero.

Coleta e capacitação seminal

  • O sêmen pode ser do parceiro ou de doador.
  • A coleta é feita no laboratório 02 horas antes da inseminação.

  • O sêmen deve ser analisado previamente e preparado a fim de ser depositado na cavidade uterina.

Inseminação

  • Utilizando um cateter, depositamos o sêmen preparado diretamente na cavidade uterina para facilitar o encontro do óvulo com o espermatozoide.
  • Procedimento é indolor e rápido, não havendo necessidade de repouso.

Conclusão da IA

  • O teste de gravidez é realizado 14 dias após a inseminação.
  • Caso o procedimento não seja bem-sucedido, é avaliado com o casal se é válido fazer uma nova tentativa ou se seguimos para a FIV.

Chances de Sucesso

  • O sucesso da IA depende de alguns fatores como a qualidade dos gametas.
  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, um valor inferior ao da FIV.
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Fertilização in vitro

Indicada para a maioria dos casos de infertilidade e apresenta as mais altas taxas de sucesso de gravidez.

Estimulação Ovariana e Indução da Ovulação

  • Preparação do corpo: Feita com medicamentos hormonais para estimular a ovulação e aumentar o crescimento de folículos.
  • Quando os folículos atingem o tamanho adequado, é administrado o hormônio hCG. Após 35 horas, é realizada a coleta dos óvulos.

Punção Ovariana

  • Retirada dos ovócitos do ovário por meio de uma agulha guiada por ultrassom.
  • O sêmen é coletado no mesmo dia e enviado para separar os melhores espermatozoides e aumentar as chances de fecundação.

Fecundação Dos Óvulos

  • Dentre os espermatozoides coletados é identificado o melhor e colocado dentro de cada óvulo.
  •  Os embriões formados a partir da fecundação do óvulo pelo espermatozoide são colocados em incubadoras para se desenvolverem. 

Cultivo Embrionário

  • Desenvolvimento do embrião: o embrião é mantido em um meio de cultivo durante um período de 5 dias, até que esteja em uma fase adequada para ser transferido ou congelado.

Transferência Embrionária

  • O embrião é colocado no útero para iniciar o processo de fixação, da mesma forma que acontece na gestação espontânea.
  • É nesse momento que pode haver uma maior ou menor possibilidade de gestação múltipla, podem ser transferidos até três embriões dependendo da idade da mulher.

Conclusão da FIV

  • Confirmação da gravidez: a gravidez é confirmada por meio de teste de sangue.
  • O exame é realizado em 10 dias após a transferência embrionária.
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