A fertilização in vitro (FIV), devido ao progresso da ciência, já possibilitou que milhares de pessoas concretizassem o sonho de ter filhos. O uso de técnicas complementares à FIV, como a criopreservação de gametas e embriões, aumenta as chances de sucesso para mulheres inférteis por diversos motivos, assim como para casais homoafetivos e homens que queiram realizar produção independente.
A indicação da criopreservação de células germinativas e embriões gera dúvidas nos pacientes. Pensando nisso, elaborei este post. Falarei sobre a transferência de embriões congelados, como é feita, suas indicações e mitos relacionados à técnica. Continue lendo e confira!
O que é transferência de embriões congelados?
Na transferência de embriões congelados, inicialmente os gametas, tanto masculino quanto feminino, são coletados e fertilizados em ambiente especializado e preparado para o desenvolvimento do embrião até a fase em que será transferido para o útero da mulher.
Durante o procedimento, a mulher faz uso de medicamentos hormonais com o objetivo de estimular os ovários a produzirem um número maior de óvulos e de induzir a ovulação. Isso aumenta as chances de haver embriões viáveis para o congelamento.
A criopreservação é feita por uma técnica chamada vitrificação, que isola e mantém os embriões em baixas temperaturas para que sua composição e a sua funcionalidade sejam mantidas inalteradas e funcionais.
No momento da transferência ao útero, existe uma quantidade máxima de embriões que podem ser transferidos, de acordo com a idade da mulher que gerou os óvulos. Essa é uma exigência do Conselho Nacional de Medicina (CFM) que visa evitar a gestação múltipla.
Como é feita a transferência dos embriões congelados?
As etapas da transferência de embriões congelados são:
- descongelamento dos embriões;
- preparo do endométrio;
- transferência dos embriões para o útero.
Quando o casal decide ter um filho, solicita o descongelamento dos embriões. A primeira etapa é a preparação do endométrio — camada que reveste internamente o útero. O endométrio é preparado com medicamentos até atingir a espessura ideal para receber o embrião no útero e consolidar a gravidez.
Quando o endométrio está preparado, os embriões são descongelados, o que pode ser feito no mesmo dia ou no dia anterior à transferência dos embriões ao útero. A última etapa é a transferência, realizada com o auxílio de um cateter, que passa pelo colo do útero e deposita os embriões na cavidade uterina guiado por ultrassom.
Quais são as indicações da criopreservação dos embriões?
A criopreservação de embriões é indicada para os seguintes casos:
Embriões excedentes no ciclo da FIV
Na ocorrência de embriões excedentes durante a FIV, os embriões devem ser congelados e podem ser usados: em uma tentativa futura de gestação; para doação a outros casais; em novas tentativas de ciclo FIV, caso não tenha sucesso no ciclo atual.
Técnica freeze-all
A técnica de freeze-all é uma estratégia que busca diminuir as chances de falha na implantação, o que significa fracasso da gravidez. Nela, a FIV é dividida em duas etapas.
Na primeira, é realizada a estimulação ovariana e indução da ovulação, a coleta dos óvulos e dos espermatozoides, a fecundação e o congelamento de todos os embriões viáveis para a transferência.
A segunda etapa consiste no período de preparo endometrial para transferência embrionária, descongelamento dos embriões e transferência ao útero para início da gravidez.
Preservação da fertilidade
Algumas doenças exigem tratamentos que podem levar a mulher à infertilidade, como é o caso de pacientes oncológicos. Dessa forma, o congelamento de embriões para transferência futura é uma opção para aqueles que desejam ter um filho.
3 mitos sobre a transferência de embriões congelados
1- Embriões congelados têm qualidade inferior aos embriões frescos?
Cientistas, após análise de 11 estudos internacionais de gestação com embriões congelados, identificaram que a criopreservação pode ser até melhor para a saúde da mãe e da criança, pois alegam que o procedimento oferece menos chances de hemorragia, partos prematuros e menor risco de morte durante as primeiras semanas após o nascimento.
2- Congelar os óvulos aumenta as chances de engravidar?
Congelar os óvulos é uma maneira de preservar a fertilidade. Com a técnica freeze-all e outras complementares à FIV, como o teste de receptividade endometrial (ERA), é possível diminuir as chances de falha, uma vez que ajudam a analisar, preparar e identificar a espessura ideal do endométrio para a transferência embrionária.
3- A estimulação dos ovários pode causar câncer de ovário?
Vários estudos indicam que o uso de hormônios (gonadotrofinas) para estimular os ovários não oferece o risco de formação de tumores. No entanto, acompanhamento médico e exame adequados devem ser utilizados para mensurar o risco para cada casal.
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