Desde a década de 1970, quando começou a ser utilizada no Brasil, a inseminação artificial (IA) ou inseminação intrauterina (IIU) tornou realidade o desejo de casais inférteis engravidarem.
Esse é o principal objetivo das técnicas de reprodução assistida, que também abrangem a relação sexual programada (RSP) e a fertilização in vitro (FIV). Cada uma delas possui particularidades e apenas após o diagnóstico da infertilidade é possível indicar o melhor procedimento para o casal.
Em geral, a dificuldade em engravidar é o primeiro indício para muitos casais procurarem uma clínica de reprodução assistida.
Segundo a OMS, a infertilidade deve ser investigada caso o casal não tenha engravidado após 1 ano de relações sexuais regulares e sem contraceptivos.
Neste artigo destaca-se a inseminação artificial. Ao final da leitura, você saberá como a técnica é realizada, as suas indicações e a sua taxa de sucesso.
O que é inseminação artificial?
A IA é um procedimento simples e não invasivo em que o espermatozoide é inserido na entrada do colo uterino (inseminação intracervical) ou no útero (inseminação intrauterina). Esta última é a única utilizada atualmente por gerar melhores resultados.
Ela diminui o trajeto a ser percorrido pelos espermatozoides, que precisam chegar nas tubas uterinas para a fecundação.
Nos casos de infertilidade masculina, a inseminação artificial é indicada quando há algum problema leve nos espermatozoides, como baixa contagem ou motilidade. Com relação à feminina, a técnica é mais indicada para casos de endometriose leve e mulheres com distúrbios ovulatórios.
A técnica também é recomendada quando não é possível identificar a causa da dificuldade do casal em engravidar, condição conhecida como infertilidade sem causa aparente (ISCA).
Pode ser realizada também utilizando a doação de sêmen, sendo uma alternativa para casais homoafetivos femininos e mulheres que desejam uma produção independente.
A inseminação artificial é um procedimento de baixa complexidade e não é indicada em todos os casos de infertilidade. Para os casos graves e mulheres com idade acima de 35 anos, a FIV é o método ideal.
Como a técnica é realizada?
Como é feita a inseminação artificial é uma dúvida comum entre os casais que estão em busca de um tratamento para conseguir engravidar.
Ela é realizada em 4 etapas: estimulação ovariana, indução da ovulação, coleta e capacitação do sêmen e inseminação em si. Conheça mais detalhes sobre cada uma delas.
Estimulação ovariana
O objetivo da estimulação ovariana na inseminação artificial é aumentar as suas chances de sucesso. Ela é um procedimento comum em todas as técnicas de reprodução assistida.
Em um ciclo regular, os ovários estimulam o crescimento de alguns folículos ovarianos, mas apenas um, o folículo dominante, é liberado na ovulação. O uso de medicações hormonais faz com que mais óvulos se desenvolvam em um ciclo.
Durante esse período de 10 a 12 dias, o médico acompanha, por meio de ultrassonografias e exames de dosagens hormonais, o crescimento dos folículos.
É importante que essa etapa seja realizada com cautela para evitar a produção de muitos óvulos, o que pode causar uma gravidez múltipla. O ideal é que sejam desenvolvidos entre 1 e 3 folículos.
Indução da ovulação
Assim que os óvulos atingem o tamanho ideal, a paciente recebe uma dose de hCG. Esse hormônio é utilizado para induzir a ovulação nas próximas 36 horas. Ou seja, os folículos irão liberar os óvulos em direção às tubas uterinas.
Coleta e capacitação do sêmen
Algumas horas antes da inseminação artificial, é realizada a coleta do sêmen. Em geral, ela é feita por masturbação. Caso não seja possível a coleta dessa forma, não é possível realizar a IA e está indicada a FIV.
A amostra seminal é preparada no laboratório para que apenas os espermatozoides com melhor motilidade sejam selecionados.
Inseminação
Assim como na relação sexual programada, a fecundação na inseminação artificial acontece dentro do corpo da mulher. Com o auxílio de um cateter, o médico deposita o sêmen, que foi preparado, na cavidade uterina para que a fecundação aconteça.
O procedimento é rápido, indolor e a paciente não precisa ficar em repouso após a inseminação.
A maior diferença da IA para a FIV é a fecundação. Na FIV, essa etapa é realizada em laboratório e, após alguns dias de desenvolvimento, os embriões são transferidos para o útero da mulher.
Qual é a taxa de sucesso da IA?
As chances de sucesso da inseminação artificial estão entre 18% e 20% por tentativa, sendo a mesma da relação sexual programada. Na lista de fatores que influenciam esse resultado estão a idade da mulher, a qualidade dos espermatozoides utilizados e o histórico e estilo de vida do casal.
Após 2 ou 3 tentativas sem alcançar o resultado esperado, o médico pode sugerir a fertilização in vitro por ICSI, que tem uma taxa de sucesso de 40%.
Deseja saber mais sobre esse método de reprodução assistida? Visite o nosso texto dedicado à inseminação artificial.