A histerossalpingografia é um exame ginecológico utilizado para avaliar a morfologia das tubas uterinas e do útero. É um dos mais importantes para a investigação da infertilidade conjugal.
Para que a mulher engravide, os órgãos do sistema reprodutor feminino precisam estar em bom funcionamento. A fecundação acontece nas tubas uterinas ou trompas de Falópio, a partir do encontro entre o óvulo e o espermatozoide.
Em seguida, o embrião formado segue em direção ao útero para se implantar no endométrio, a camada interna uterina, em que vai se desenvolver até o final da gestação. Por isso, a presença de qualquer anormalidade nesses órgãos pode dificultar a gravidez.
Se o casal estiver tentando engravidar há mais de 12 meses sem sucesso, uma investigação deve ser feita para identificar a causa da infertilidade. Entre os exames mais solicitados está a histerossalpingografia. Neste texto, vamos abordar tudo o que você precisa saber sobre ela. Confira!
O que é histerossalpingografia?
A histerossalpingografia é um exame de imagem minimamente invasivo que utiliza contraste iodado para avaliar as condições do útero e das tubas uterinas. O seu objetivo é visualizar a morfologia dos órgãos e identificar alterações na forma e estrutura.
Malformações, obstruções e aderências são algumas alterações que o exame consegue mapear com mais precisão do que a ultrassonografia pélvica. A histerossalpingografia é um exame seguro e com baixo risco de complicações.
Como a histerossalpingografia é feita?
A histerossalpingografia deve ser realizada entre o fim da menstruação e a ovulação, por volta do 6º ao 12º dia do ciclo menstrual para garantir que a paciente não esteja grávida durante a realização. Pode ser indicado o uso de um laxante no dia anterior para limpar o intestino e melhorar a visualização.
O contraste é injetado pelo colo do útero da paciente para que a substância percorra toda a cavidade uterina e as tubas uterinas. Durante o percurso, as radiografias são capturadas em diferentes ângulos para a análise do médico.
O exame é rápido e logo em seguida a paciente é liberada para retornar às suas atividades normais. Mesmo sendo um procedimento seguro, a histerossalpingografia possui algumas contraindicações. Por ser um exame de raio-X, a paciente não pode estar grávida ou ser alérgica a uma das substâncias presentes no contraste.
O que a histerossalpingografia pode identificar?
A histerossalpingografia é capaz de diagnosticar diversas doenças e condições que afetam o sistema reprodutor feminino. Entre elas estão:
- malformações uterinas;
- adenomiose;
- pólipos endometriais;
- miomas uterinos;
- sinequias uterinas (aderências que se formam no interior do útero);
- obstruções tubárias;
- doença inflamatória pélvica (DIP);
- Hidrossalpinge.
O exame é importante para a investigação da infertilidade feminina porque consegue mapear com precisão o útero e as tubas uterinas da paciente, identificando lesões, aderências e obstruções. Essas alterações comprometem o funcionamento dos órgãos, impedindo a gravidez.
Além da histerossalpingografia, outros exames que também avaliam a região pélvica feminina são a ultrassonografia transvaginal, a ressonância magnética e a histeroscopia ambulatorial. Eles podem ser solicitados para complementar a avaliação, caso seja necessário.
Como a histerossalpingografia pode auxiliar nos tratamentos de reprodução assistida?
O exame detecta alterações nas tubas uterinas e no útero que podem dificultar a fecundação, a implantação do embrião no útero ou o desenvolvimento do feto, aumentando o risco de um abortamento. Por isso, é muito utilizado durante a investigação da infertilidade feminina.
A partir do resultado dos exames é possível orientar o casal sobre as possibilidades de tratamento e as chances de gravidez, considerando a individualidade de cada caso. Se o tratamento da causa da infertilidade não for suficiente para reverter a infertilidade, a reprodução assistida é indicada.
As técnicas de baixa complexidade, relação sexual programada (RSP) e inseminação artificial (IA), são indicadas para mulheres com até 37 anos e casos leves de infertilidade conjugal. No entanto, se a paciente tiver mais do que 37 anos ou a histerossalpingografia detectar alguma anormalidade, a fertilização in vitro (FIV) é recomendada.
A FIV é a técnica mais moderna e com maior taxa de sucesso, sendo indicada para a maioria dos casos de infertilidade conjugal. A maior parte do seu processo acontece em laboratório, desse modo, a presença de uma alteração nas tubas uterinas não interfere no tratamento.
Os gametas do casal são coletados e preparados para a fecundação, geralmente realizada pela técnica ICSI, em que cada espermatozoide é injetado diretamente no óvulo. Alguns dias após a formação dos embriões, os mais saudáveis são transferidos ao útero da paciente para se implantar naturalmente e dar início à gestação.
A histerossalpingografia é um exame ginecológico muito solicitado durante a investigação da infertilidade feminina. Consiste em um raio-X com contraste utilizado para mapear a morfologia das tubas uterinas e do útero com precisão. Assim, é possível diagnosticar diversas doenças e condições que provocam obstruções, aderências ou malformações uterinas, que podem dificultar a fecundação e a implantação do embrião.
O exame é rápido, sendo concluído normalmente em 20 minutos e, na maioria dos casos, a paciente sente desconforto leve a moderado. Toque aqui para saber mais sobre a histerossalpingografia.