O mioma está entre as causas mais comuns de infertilidade feminina. Ele provoca uma alteração no útero, dificultando a implantação do embrião no endométrio. Dependendo do seu tamanho e onde está localizado, os sintomas podem ser diferentes. Por isso, cada caso deve ser avaliado individualmente.
O útero é um órgão muscular conectado com as tubas uterinas na parte superior e com a vagina na inferior, fazendo parte do sistema reprodutor feminino. A sua função é receber o embrião e desenvolvê-lo até o final da gestação.
Ele é formado por 3 camadas: o endométrio (a camada interna), o miométrio (a camada intermediária) e o perimétrio (a camada externa). O mioma surge no miométrio e se apresenta de diferentes formas. A paciente pode ter apenas um único nódulo ou vários e eles podem apresentar tamanhos variados.
Neste artigo, o nosso foco será no diagnóstico do mioma. Vamos mostrar quais são os exames mais solicitados e quando eles são indicados. Mas antes, precisamos apresentar, de forma geral, o que é o mioma e como ele é classificado.
Boa leitura!
Como é feita a classificação do mioma?
Os miomas são tumores benignos que se formam no miométrio e, dependendo do seu tamanho e localização, podem se projetar em direção ao endométrio ou perimétrio. Eles são classificados em 3 tipos principais: os miomas submucosos, intramurais e subserosos.
O mioma submucoso é o tipo menos comum, se desenvolvendo em direção ao endométrio podendo atingi-lo. O mioma intramural é o mais comum e está localizado no miométrio da paciente. Por fim, o mioma subseroso se desenvolve em direção ao perimétrio, para fora do útero.
Quais são os exames solicitados para o diagnóstico do mioma?
O mioma uterino não provoca sintomas na maioria dos casos, o que dificulta o seu diagnóstico. Nesses casos, manter os exames ginecológicos de rotina em dia é a melhor forma de se prevenir. Porém, dependendo do seu tamanho e localização, ele pode provocar sintomas — como alterações no ciclo menstrual e dores pélvicas — que fazem a paciente procurar ajuda médica.
Durante o exame físico no consultório, os miomas maiores podem ser identificados pela palpação do abdômen. No entanto, a confirmação do diagnóstico se dá pelos exames de imagem. Os mais solicitados são a ultrassonografia pélvica, a ressonância magnética e a histeroscopia, como mostraremos abaixo.
Ultrassonografia pélvica
A ultrassonografia pélvica é o exame mais utilizado para o diagnóstico de miomas uterinos por ser de baixo custo, seguro e eficiente. Por meio de ondas sonoras, ele consegue identificar, medir e mapear os miomas.
O exame pode ser transabdominal, quando o transdutor que obtém as imagens é posicionado em cima do abdômen ou via transvaginal, quando ele é inserido no canal vaginal da paciente.
Ressonância magnética
A ressonância magnética é um exame de imagem de alta precisão recomendado para o diagnóstico de diversas doenças e condições. Ela consegue, por meio de campos magnéticos que formam as imagens, mapear e identificar os miomas com mais precisão do que a ultrassonografia pélvica. Porém, o seu principal ponto negativo é o custo elevado para realizá-lo, o que dificulta o acesso ao exame.
Histeroscopia
A histeroscopia é recomendado para identificar alterações uterinas, principalmente, em caso de suspeita de miomas submucosos. Um instrumento chamado histeroscópio, que possui uma câmera acoplada, é inserido no canal vaginal da paciente para visualizar com precisão a cavidade uterina.
Além de ser importante para o diagnóstico, a histeroscopia também é indicada para o tratamento dos miomas submucosos. A histeroscopia cirúrgica para a retirada desse tipo de mioma é indicada devido à rápida recuperação da paciente por não envolver cortes.
Qual a relação entre o mioma e a infertilidade?
Assim como a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), o mioma uterino também é estrogênio-dependente. Ou seja, ele pode aumentar ou regredir de tamanho por influência hormonal. Além dos fatores hormonais, a genética também é apontada como possível causa do surgimento dos miomas.
Porém, a presença dessa massa que se forma no miométrio não significa que, necessariamente, a mulher terá dificuldade para engravidar. A infertilidade está mais relacionada ao mioma submucoso, que também é o tipo mais relacionado aos sintomas. Em alguns casos, o seu tamanho e/ou localização pode alterar o endométrio, dificultando a implantação do embrião e aumentando o risco de abortamentos de repetição.
Se mesmo após o tratamento do mioma a paciente tiver dificuldade para engravidar, a reprodução assistida é indicada. Entre as técnicas existentes, a fertilização in vitro (FIV) é a mais recomendada por ser a mais moderna e com maior taxa de sucesso.
O mioma uterino é um tumor benigno que se forma no miométrio, a camada intermediária do útero. Na maioria dos casos, ele é assintomático, mas dependendo do seu tamanho e localização pode apresentar sintomas, como dores pélvicas e infertilidade. Os principais exames para diagnosticá-lo são a ultrassonografia pélvica, a ressonância magnética e a histeroscopia.
Neste artigo, focamos em mostrar como é feito o diagnóstico do mioma uterino. Para saber mais sobre ele e como ele é tratado, toque aqui!