Endometriose superficial e infertilidade: saiba mais sobre a relação

A infertilidade conjugal é um problema que afeta milhões de pessoas em idade reprodutiva, no mundo todo, segundo dados oficiais da Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre as causas da infertilidade masculina e feminina estão diversas doenças, como pólipos endometriais, miomas uterinos, azoospermia e também a endometriose.

A endometriose é um distúrbio em que as células endometriais, que deveriam se desenvolver apenas na região interna do útero, se desenvolvem de forma ectópica, ou seja, fora do seu local de origem.

Algumas teorias etiológicas indicam que essas células não são expelidas adequadamente pela menstruação e passam se desenvolver fora da cavidade uterina. A endometriose pode atingir diversos órgãos da cavidade pélvica, desencadeando um processo inflamatório local.

É classificada de acordo com a localização e profundidade dos implantes endometrióticos, em endometriose superficial peritoneal, ovariana (endometriomas) e infiltrativa profunda. Todos os tipos possam levar a infertilidade, inclusive a endometriose superficial.

Neste texto iremos nos aprofundar na relação entre infertilidade e a endometriose superficial, aproveite a leitura!

O que é endometriose superficial?

A endometriose é uma doença estrogênio-dependente, o que significa que seu desenvolvimento, bem como o aumento dos sintomas, está diretamente relacionado à ação do estrogênio sobre os focos endometrióticos.

Os implantes são estimulados em seu crescimento pela ação do estrogênio, assim como o endométrio original, no entanto, quando localizados fora do útero, este estímulo dispara um processo inflamatório, que envolve alterações como vasodilatação e aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos no local.

Os sintomas típicos do processo inflamatório, quando se manifestam no interior da cavidade pélvica, podem provocar a formação de edemas, além de sangramentos e dor. A gravidade aumenta de acordo com a quantidade dos focos endometrióticos e os mais relevantes normalmente estão relacionados aos locais em que estão implantados os focos endometrióticos.

A endometriose superficial é o tipo mais comum e em contato com o peritônio, tecido de preenchimento da cavidade pélvica, que recobre diversos órgãos. Nesse tipo, os implantes têm uma profundidade inferior à 5mm e podem afetar a superfície de vários órgãos, como ovários, tubas uterinas, útero, bexiga e intestinos.

Os focos endometrióticos superficiais apresentam maior comprometimento da  fertilidade quando localizados nas tubas uterinas e ovários.

Além da endometriose superficial, a endometriose ovariana, que leva à formação de endometriomas, pode causar infertilidade por anovulação, enquanto os implantes com mais de 5 mm de profundidade – endometriose infiltrativa profunda – estão mais relacionados à sintomas como cólica menstrual intensa, menstruação abundante e dor durante a relação sexual, assim como podem provocar alterações na fertilidade de diversas formas.

De qualquer forma, é importante ressaltar que a extensão da endometriose não está diretamente relacionada com a intensidade dos sintomas. Portanto, há casos de mulheres assintomáticas com grande comprometimento pela doença.

Endometriose superficial pode levar à infertilidade?

Embora nem sempre a mulher com endometriose superficial apresente infertilidade é um sintoma que pode ocorrer quando os focos estão localizados nas tubas uterinas.

Essas estruturas são responsáveis por sediar o encontro entre os gametas, a fecundação, e pela condução do embrião até o útero. O processo inflamatório causado pela presença dos focos endometrióticos compromete a integridade das tubas, dificultando a fecundação e aumentando as chances de gestação ectópica, quando a fecundação ocorre, mas o embrião se fixa na parede tubária.

Além disso, pode alterar a qualidade dos óvulos e dos espermatozoides, resultando em embriões com menor chance de implantação, levando a falhas e abortamento

O diagnóstico da endometriose é feito por meio de ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal, um exame específico para a doença. A ressonância magnética também está indicada para a investigação diagnóstica com resultados similares de acurácia.

Contudo, a pouca profundidade e quantidade dos focos endometrióticos pode fazer com que não sejam identificados prontamente pelos exames de imagem, o que atrasa o diagnóstico.

Além disso, como a endometriose pode ser assintomática, é frequente o seu diagnóstico apenas quando é feita a investigação da infertilidade.

Como tratar a endometriose?

O tratamento cirúrgico, abordagem para retirada dos focos endometrióticos, está indicada nos casos de dor e comprometimento de qualidade de vida da paciente. Esta intervenção deve ser indicada considerando os riscos inerentes à cirurgia e possível comprometimento da reserva ovariana quando acessados os ovários durante o procedimento.

Assim, a opção mais indicada nesses casos é o tratamento hormonal para remissão dos focos endometrióticos. Esse tratamento, porém, apresenta efeito contraceptivo, portanto, não é indicado para mulheres que desejam engravidar.

Reprodução assistida e endometriose

Para as mulheres com endometriose superficial que desejam engravidar, as técnicas de reprodução assistida podem ser uma opção, especialmente a FIV (fertilização in vitro), que permite um maior controle sobre os processos reprodutivos.

A FIV consegue contornar a obstrução tubária, que impede o encontro entre óvulo e espermatozoide, já que a fecundação é realizada em ambiente laboratorial. A técnica também reduz a ocorrência de gestação ectópica, pois após a fecundação os embriões são transferidos diretamente para o útero.

Quer saber mais sobre endometriose? Toque neste link e conheça nosso conteúdo completo sobre o assunto!

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Congelamento de Óvulos

Opção para mulheres que não queiram engravidar agora e querem preservar sua fertilidade ou para mulheres que possuem alguma condição médica que possa afetar sua fertilidade futuramente.

Consulta com especialista

  •  Realização de diversos exames para avaliar a resposta que a mulher terá ao estímulo ovariano para a coleta dos óvulos.

Estimulação ovariana e indução da ovulação

  • É feita uma combinação de medicamentos hormonais que ajudam a estimular o crescimento dos folículos que contêm os óvulos nos ovários.

Punção folicular

  • Retirada do líquido contido nos folículos, no qual ficam os óvulos.
  • Feito com o auxílio de uma agulha e de forma indolor, pois a paciente é anestesiada;

Identificação e seleção dos óvulos

  • No laboratório de embriologia são identificados e selecionados os óvulos maduros e de qualidade para o congelamento.

Congelamento

  • Os óvulos selecionados são rapidamente congelados usando uma técnica chamada de vitrificação, que consiste em imersão em nitrogênio líquido em temperaturas extremamente baixas para preservá-los.

Armazenamento

  • São armazenados em um laboratório de Reprodução, geralmente por tempo indeterminado, até que a mulher esteja pronta para utilizá-los, podendo solicitar o descongelamento e utilizar os óvulos em ciclos de FIV, que é a etapa final do processo.
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Relação Sexual Programada (RSP)

Também conhecida como coito programado, ocorre de maneira natural e possui taxas de sucesso mais baixas.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.
  • O hCG provoca o rompimento dos folículos cerca de 36 horas após sua administração.

Tentativas de Gravidez:

  • Orientação ao casal sobre quais serão os dias mais férteis daquele ciclo – que são os dias que eles devem manter as relações sexuais.
  • O espermatozoide sobrevive cerca de 3 dias no sistema reprodutivo feminino e o óvulo cerca de 36h. Portanto, não é necessário estabelecer a hora exata para o coito e sim um período aproximado e muito assertivo.

Conclusão do RSP

  • O teste de gravidez pode ser feito, normalmente, após 14 dias para verificar o sucesso da técnica.

Chances de Sucesso

  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, muito similares às da inseminação artificial (IA).

Recomendação

  • Essa técnica é recomendada no máximo por três ciclos.
  • Após esse período, indicamos a FIV, pois outros fatores podem estar presentes, prejudicando a fertilidade e a FIV oferece mais recursos para superar esses problemas.
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Ovodoação – Recepção de Óvulos

Opção para mulheres inférteis, em virtude de baixa qualidade ou baixa reserva de óvulos.

Cadastro

  • Realização do cadastro da receptora no banco internacional de óvulos da Espanha e Argentina.

Scanner Facial

  • Após o cadastro é feita uma análise facial da receptora, onde são avaliados cerca de 12.000 pontos da face para identificar semelhanças com possíveis doadoras com características físicas e compatibilidade sanguínea da receptora.

Avaliação de Critérios

  • O banco de óvulos pode enviar à receptora informações sobre a doadora mais compatível segundo a análise detalhada, após isso, acontece a tomada da decisão para prosseguir com o tratamento proposto.
  • Antes da doação, a doadora é avaliada por uma equipe médica que verifica sua saúde geral, e diversos critérios.

Documentação

  • Após a seleção da doadora, a documentação é preparada para solicitar a vinda dos óvulos adquiridos do banco internacional para o laboratório.

Realização da fiv

  • A FIV é iniciada após a chegada dos óvulos. O processo de FIV envolve a fertilização dos óvulos com os espermatozoides em laboratório e a transferência do embrião resultante para o útero da receptora.
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Inseminação Artificial

Desenvolvida para aumentar as chances de gravidez em casos de infertilidade com alteração seminal leve, mulheres com idade até 35 anos e tubas uterinas saudáveis, casal homoafetivo feminino.

Estimulação Ovariana

  • Tem o objetivo de estimular os ovários a produzirem de 1 a 3 folículos durante o ciclo menstrual.
  • São utilizados medicamentos orais ou injetáveis à base de hormônios, que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos.

Indução da Ovulação

  • Administração do hormônio HCG para provocar a ruptura dos folículos.

  • O óvulo sai do ovário e é capturado pelas tubas uterinas onde pode ser fecundado e posteriormente direcionado para o útero.

Coleta e capacitação seminal

  • O sêmen pode ser do parceiro ou de doador.
  • A coleta é feita no laboratório 02 horas antes da inseminação.

  • O sêmen deve ser analisado previamente e preparado a fim de ser depositado na cavidade uterina.

Inseminação

  • Utilizando um cateter, depositamos o sêmen preparado diretamente na cavidade uterina para facilitar o encontro do óvulo com o espermatozoide.
  • Procedimento é indolor e rápido, não havendo necessidade de repouso.

Conclusão da IA

  • O teste de gravidez é realizado 14 dias após a inseminação.
  • Caso o procedimento não seja bem-sucedido, é avaliado com o casal se é válido fazer uma nova tentativa ou se seguimos para a FIV.

Chances de Sucesso

  • O sucesso da IA depende de alguns fatores como a qualidade dos gametas.
  • Esse índice é de aproximadamente 18% a 20% em cada tentativa, um valor inferior ao da FIV.
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Fertilização in vitro

Indicada para a maioria dos casos de infertilidade e apresenta as mais altas taxas de sucesso de gravidez.

Estimulação Ovariana e Indução da Ovulação

  • Preparação do corpo: Feita com medicamentos hormonais para estimular a ovulação e aumentar o crescimento de folículos.
  • Quando os folículos atingem o tamanho adequado, é administrado o hormônio hCG. Após 35 horas, é realizada a coleta dos óvulos.

Punção Ovariana

  • Retirada dos ovócitos do ovário por meio de uma agulha guiada por ultrassom.
  • O sêmen é coletado no mesmo dia e enviado para separar os melhores espermatozoides e aumentar as chances de fecundação.

Fecundação Dos Óvulos

  • Dentre os espermatozoides coletados é identificado o melhor e colocado dentro de cada óvulo.
  •  Os embriões formados a partir da fecundação do óvulo pelo espermatozoide são colocados em incubadoras para se desenvolverem. 

Cultivo Embrionário

  • Desenvolvimento do embrião: o embrião é mantido em um meio de cultivo durante um período de 5 dias, até que esteja em uma fase adequada para ser transferido ou congelado.

Transferência Embrionária

  • O embrião é colocado no útero para iniciar o processo de fixação, da mesma forma que acontece na gestação espontânea.
  • É nesse momento que pode haver uma maior ou menor possibilidade de gestação múltipla, podem ser transferidos até três embriões dependendo da idade da mulher.

Conclusão da FIV

  • Confirmação da gravidez: a gravidez é confirmada por meio de teste de sangue.
  • O exame é realizado em 10 dias após a transferência embrionária.
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