A camada que reveste o útero internamente é denominada endométrio, um tecido altamente vascularizado, que todos os meses, estimulado pela ação do estrogênio se torna mais espesso para receber o embrião: ele o abriga e nutre até que a placenta seja formada. Se a fecundação não ocorrer, descama, originando a menstruação.
Diferentes doenças podem afetar o endométrio e causar alterações na fertilidade feminina durante a fase fértil. A endometrite, por exemplo, um processo inflamatório, se não for adequadamente tratado pode resultar em falhas na implantação do embrião.
Já os pólipos endometriais, crescimentos anormais das células endometriais, em maior quantidade, também tendem a interferir na receptividade endometrial, causando, da mesma forma, falhas na implantação.
Enquanto a endometriose, por outro lado, tem como característica o crescimento de um tecido semelhante ao endométrio em locais fora da cavidade uterina. É considerada uma das principais causas de infertilidade feminina e classificada de acordo com o local de crescimento.
Este post aborda sobre os tipos de endometriose, sintomas, métodos diagnósticos e tratamento. Continue a leitura e saiba mais!
A endometriose é uma doença inflamatória e crônica, em que o tecido ectópico desenvolve geralmente em locais mais próximos ao útero, incluindo ovários, colo uterino, tubas uterinas, ligamentos que sustentam o útero e no espaço entre a vagina e o reto, provocando alterações na fertilidade: até 50% das mulheres inférteis têm endometriose.
No entanto, embora de forma menos comum, mas não rara, pode invadir o trato urinário e o intestinal.
Assim como o endométrio, o tecido anormal também é estimulado pela ação do estrogênio, por isso a doença é definida como estrogênio-dependente. À medida que o tecido ectópico desenvolve provoca o processo inflamatório e a manifestação de diferentes sintomas.
Ainda que tenha sido descrita pela primeira vez em 1860, as causas de endometriose permanecem desconhecidas até hoje. Entre as teorias que surgiram para justificar o desenvolvimento do tecido ectópico a mais aceita foi proposta pelo ginecologista americano John Albertson Sampson no início do século XX.
Conhecida como ‘Teoria de Sampson’, explica que os fragmentos do endométrio normalmente eliminados pela menstruação após a descamação do tecido, retornam pelas tubas uterinas e implantam em outros locais.
A endometriose é classificada de acordo com o local de crescimento, a profundidade e o grau de comprometimento dos órgãos. Critérios que também interferem nos sintomas provocados pela doença.
A endometriose é classificada de acordo com a localização, quantidade e profundidade das lesões, comprometimento dos órgãos, presença e número de endometriomas ovarianos, nos seguintes estágios de desenvolvimento: mínima (estágio I), leve (estágio II), moderada (estágio III) ou grave (estágio IV).
Além disso, é classificada morfologicamente em três subtipos: o sistema é aceito internacionalmente e foi proposto pela Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM).
Classificação de acordo com os estágios de desenvolvimento da doença:
Classificação morfológica:
Embora o sistema proposto pela ASRM seja importante para orientação do tratamento pós-cirúrgico, especialmente quando a doença causa infertilidade, a classificação da endometriose permanece controversa, principalmente pela diversidade de suas manifestações.
Por isso, em 2014, um evento global com a participação de especialistas de 29 países recomendou a incorporação de dois outros sistemas de classificação às diretrizes da ASRM para todas as mulheres que forem submetidas à cirurgia de extração do tecido ectópico:
O tecido ectópico reage a ação do estrogênio da mesma forma que o endométrio. Assim, motiva o surgimento de diferentes sintomas durante os períodos menstruais:
Quando há suspeita de endometriose, são realizados geralmente dois exames de imagem: a ultrassonografia transvaginal (USTV) e a ressonância magnética (RM). A USTV está indicada principalmente para identificar endometriomas. Quando realizado o preparo intestinal, é possível avaliar lesões profundas nesse método. A RM possibilita a identificação e mapeamento de todos os focos da doença, incluindo os mais profundos.
Os resultados diagnósticos orientam para o tratamento mais adequado para cada paciente.
O tratamento para endometriose considera o desejo da mulher de engravidar no momento e a intensidade dos sintomas manifestados. Para mulheres com sintomas como cólica e sangramento, que não pretendem engravidar, são prescritos contraceptivos hormonais.
Quando os sintomas manifestados são mais severos ou se a endometriose provocar problemas de fertilidade, associados a comprometimento da qualidade de vida, é indicada a cirurgia para remoção do tecido endometrial ectópico.
Após a cirurgia, a gravidez pode ocorrer de forma espontânea, especialmente em mulheres com idade inferior a 35 anos. Porém, se não ocorrer a gravidez, esta pode ser viabilizada por técnicas de reprodução assistida.
Nas de baixa complexidade, RSP (relação sexual programada) e IA (inseminação artificial), em que a fecundação ocorre de forma natural, nas tubas uterinas, são indicadas para mulheres com endometriose nos estágios iniciais, que tenham até 35 anos e as tubas uterinas saudáveis.
Enquanto a FIV (fertilização in vitro), de alta complexidade, em que a fecundação ocorre em laboratório. Por isso, é mais adequada para mulheres acima de 36 anos, com endometriose em estágios mais avançados e obstruções nas tubas uterinas como consequência do tecido ectópico, ou se houver presença de endometriomas.
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