A saúde reprodutiva de homens e mulheres está diretamente conectada à saúde geral e, nesse sentido, diversos fatores podem influenciar, entre eles a manutenção de bons hábitos alimentares. Uma boa alimentação contribui para o equilíbrio das funções corporais, para o bom funcionamento de todos os órgãos, estruturas e sistemas, incluindo a função reprodutiva.
De forma geral, uma alimentação saudável é aquela rica em nutrientes, em que se evita alimentos processados e ultra processados, excesso de gordura, principalmente hidrogenada, açúcar e bebidas alcóolicas.
É importante salientar que condutas alimentares inadequadas, sejam elas ligadas à uma alimentação escassa, que leva à desnutrição, ou uma alimentação compulsiva, que aumenta as chances de obesidade, podem danificar a saúde como um todo, mas especialmente afetar a função reprodutiva, oferecendo riscos maiores a quadros de infertilidade feminina ou masculina.
Este texto tem por objetivo falar sobre a relação entre fertilidade e alimentação, acompanhe a leitura e saiba mais!
Quando buscar ajuda médica para infertilidade?
As causas da infertilidade conjugal são variadas e podem estar ligadas a doenças genéticas, hereditárias e não hereditárias, ou adquiridas. Em alguns casos, mesmo o tratamento de algumas doenças, como os oncológicos, pode oferecer riscos de infertilidade.
Quando um casal, sem fazer uso de qualquer método contraceptivo, tem relações sexuais nos períodos férteis da mulher durante pelo menos 12 meses sem obter uma gravidez, está caracterizado um caso de infertilidade.
Após esse período é importante procurar auxílio médico o mais cedo possível, para obter diagnósticos precoces e, assim, tratamentos mais eficientes e bem-sucedidos. Caso a mulher tenha 35 anos ou mais, a investigação de infertilidade é recomendada após seis meses de tentativas.
A infertilidade conjugal atinge cada vez mais casais no mundo todo, podendo ocorrer devido à fatores masculinos e femininos isoladamente ou em associação.
Entre as principais causas de infertilidade feminina, destacamos:
- Idade avançada;
- Endometriose;
- SOP (síndrome dos ovários policísticos);
- Miomas uterinos;
- Pólipos endometriais;
- Trombofilia;
- DIP (doença inflamatória pélvica);
- Malformações uterinas;
- Alterações hormonais;
- Doenças imunológicas;
- Menopausa precoce;
- Distúrbios da tireoide.
No caso de infertilidade masculina, as causas mais comuns são:
- Azoospermia;
- Infecções (prostatite, uretrite, epididimite, orquite);
- Obstrução dos epidídimos ou ductos deferentes;
- Varicocele;
- Diabetes;
- Traumas e lesões testiculares.
Cerca de 15% da população mundial sofre de infertilidade, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 30% dos casos essa condição é provocada por fatores masculinos, 30% por fatores femininos e em 20% dos casos, por aspectos masculinos e femininos associados.
Em cerca de 20% dos casais com dificuldades para engravidar, não é possível determinar as causas da infertilidade, chamamos essas situações de ISCA (infertilidade sem causa aparente).
Qual a relação entre infertilidade e má alimentação?
Uma rotina alimentar inadequada não necessariamente causa infertilidade – essa não é uma relação direta –, porém, a má alimentação pode favorecer e agravar alguns quadros clínicos envolvidos com alterações das funções reprodutivas.
Alguns tipos de transtornos alimentares, como anorexia e bulimia, podem gerar quadros de emagrecimento exagerado e desnutrição, que afetam todas as funções fisiológicas e o equilíbrio geral do sistema endócrino, envolvido na regulação das funções reprodutivas, entre outros aspectos do corpo.
A compulsão alimentar e obesidade, por outro lado, são fatores de risco para a SOP, especialmente porque o aumento no tecido adiposo potencializa a ação da testosterona, além de a associação dessas duas doenças estar relacionada a um aumento do risco cardiovascular.
Importante salientar que nem todas as mulheres com SOP apresentam obesidade, e que a doença por si pode levar à infertilidade por anovulação, mesmo na ausência de qualquer quadro de distúrbio alimentar ou sobrepeso.
Hábitos de vida e infertilidade conjugal
Os hábitos alimentares não são os únicos que podem interferir na fertilidade humana: tabagismo, consumo exagerado de café, de álcool, uma rotina estressante, sedentarismo e excesso de atividades físicas, também podem ser determinantes nesses casos.
Vamos entender um pouco melhor como isso acontece.
O consumo sistemático de tabaco, chamado tabagismo, além de prejudicar as funções respiratórias, também aumenta a porcentagem de espermatozoides com problemas – morfológicos e de motilidade – no sêmen, enquanto a cafeína pode afetar a atividade muscular das tubas uterinas, responsáveis por sediar a fecundação e conduzir o embrião ao útero, o que pode impossibilitar a gestação.
O uso moderado de cafeína não apresenta repercussão clínica, apenas o uso abusivo. Por isso é tão importante o equilíbrio alimentar.
Uma rotina estressante, pautada por sono inadequado, falta ou excesso de atividades físicas e estresse psicológico também pode levar a problemas circulatórios que afetam a fertilidade de homens e mulheres, causando disfunção erétil, além de influenciar a produção de espermatozoides e o amadurecimento dos folículos.
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